🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Estadão Conteúdo

entrevista

‘Acredito que ainda vale a pena investir no Brasil’, diz presidente da General Motors na AL

Em entrevista, Carlos Zarlenga afirma que o tamanho do mercado brasileiro ainda é atrativo para investimentos no setor

Estadão Conteúdo
15 de janeiro de 2021
13:53 - atualizado às 13:54
Carlos Zarlenga - Imagem: Divulgação

Na semana em que um dos assuntos mais comentados foi o fim da produção de carros da Ford no Brasil e o risco de outras empresas tomarem o mesmo rumo, o presidente da General Motors América do Sul, Carlos Zarlenga, que há dois anos também ameaçou fechar operações, afirma que o tamanho do mercado brasileiro ainda é atrativo para investimentos no setor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Acredito que ainda vale a pena investir no Brasil", diz. A GM retomou, no início do mês, o plano de aplicar R$ 10 bilhões ao longo de cinco anos anunciado em 2019 e que estava suspenso desde março, no início da pandemia da covid-19.

Crítico do sistema tributário, que encarece o produto nacional e as exportações, o executivo ressalta que reformas precisam continuar, especialmente a tributária. Com cinco fábricas e líder de vendas no País, o grupo mudou sua estratégia de precificação em plena crise e vendas em queda acentuada, ação também adotada por outras montadoras. "Aumentamos os preços acompanhando a desvalorização do real, algo que não fazíamos há muito tempo", diz. "Acho que é uma forma de voltar à rentabilidade."

Como o sr. viu o anúncio da Ford de fechar suas fábricas?

Não vou comentar sobre um concorrente num momento de decisões tão difíceis.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diante das discussões que ocorreram, algumas colocando em dúvida a capacidade de o Brasil atrair investimentos, o sr. acredita que o País tem futuro como fabricante de automóveis?

Leia Também

O País terá este ano uma indústria de 2,5 milhões a 2,8 milhões de carros, alta de 25% ou mais em relação ao ano passado, embora não seja uma boa referência por ter sido um ano de muita queda. É uma recuperação que ainda não nos leva aos números de 2019, mas é forte e tem grande oportunidade de continuar nos próximos anos. Então, acredito que ainda vale a pena investir no Brasil.

Custo Brasil, burocracias e carga tributária são empecilhos?

São problemas de longa data e temos de trabalhar para mudar esse quadro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Também voltou-se a falar que o setor depende de subsídios.

Quando falam que a indústria se acostumou com subsídios, eu digo: 45% a 50% de imposto sobre o preço do carro, enquanto nos EUA é 12%, de que subsídio estão falando? O que tem é uma tentativa de chegar a algo um pouco mais perto de ser razoável, mas nem assim, pois o Brasil tem tarifas duas a três vezes maiores que a média de outros países. Dizer que a indústria depende de incentivos e que não melhorou sua produtividade é uma falta de informação. A pressão tributária é asfixiante. Então, a adequação da política fiscal, do tamanho do Estado e a reforma tributária são fundamentais. O próprio governo fala da importância de se trabalhar uma agenda de competitividade para toda a indústria e entendo que isso vai ocorrer, inclusive para as exportações. Em nenhum outro país a exportação é taxada. O Brasil carrega de 15% a 18% de imposto em cada carro exportado, o que impede nossa competição lá fora.

Em 2019, o sr. chegou a falar em suspender investimentos, o que resultaria em fechamento de plantas. Ainda é preciso alguma medida desse tipo?

Lá atrás, se não fizéssemos investimentos, não haveria renovação de produtos e haveria esse risco. Mas conseguimos fazer acordos e anunciamos investimentos que já começamos a aplicar, como na produção da nova Tracker. O cenário de investimentos que precisávamos está aprovado. Não temos planos agora de fechar plantas nem no Brasil nem na América do Sul. A fábrica de Gravataí é a mais eficiente do mundo para o segmento de carros pequenos e médios. Fizemos a lição de casa em produtividade, redução de custos e eficiência.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A empresa retomou neste mês o plano de aporte de R$ 10 bilhões até 2024, que estava suspenso desde março. Há mudanças em relação ao projeto inicial?

Paramos no início da pandemia porque não sabíamos qual seria o impacto da queda nas vendas no nosso caixa. Agora, o mercado voltou a operar em níveis razoáveis e decidimos retomar o investimento, principalmente em novos produtos. A única mudança é que vai atrasar um ano e vai até 2025.

Como foi 2020 para a GM?

Adotamos uma estratégia que pode nos ajudar a voltar à rentabilidade. Retomamos a política de preços baseada na planilha de custos. Aumentamos preços num patamar que não ocorria há muito tempo, acompanhando a desvalorização do real. A indústria parou de pensar em ganhar participação de mercado sacrificando margens e assim há mais chances de ser rentável.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por que no passado os custos cambiais não eram repassados?

Historicamente, não havia repasses por desvalorização do real. Em 2018 e 2019, chegamos a ter produto que era melhor não vender, pois o custo de material era mais alto que o de venda. Agora, vamos operar num ambiente em que o preço será definido de forma racional, pois uma política predatória não funciona para ninguém. Antes, ficávamos perguntando se a desvalorização seria por longo ou curto prazo e ninguém repassava toda a perda, mas as desvalorizações anteriores não foram tão fortes. Em 2020, foi realmente complicado. Teve momento em que o dólar chegou perto de R$ 6 - em 2019, estava em R$ 3,90. No ano, a desvalorização foi de 30% e o aumento médio para nossos carros foi de 13%.

Esse repasse é suficiente para recuperar ganhos?

Há um universo de problemas que se mantêm, como o custo Brasil e a pressão tributária que já comentei. Se não fosse isso, os volumes de produção e vendas seriam bem melhores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A empresa abrirá mão de produtos mais baratos para ter rentabilidade com carros mais caros?

Não serão só produtos de maior valor. Se o real desvalorizar ainda mais e (o dólar) for a R$ 8, vou repassar para o preço do Onix (o mais barato da marca). É uma variável que não controlo. Se desvaloriza, tenho de repassar. Do contrário, minha operação não é sustentável.

É possível saber se os reajustes afastaram compradores?

Não dá para saber qual foi o impacto dos aumentos e o da covid na queda das vendas, mas nossa participação de mercado se manteve bem. No quarto trimestre, as vendas já ficaram perto do que foi em 2019, mesmo com preços bem mais altos. Bons produtos no Brasil funcionam. A Tracker, por exemplo, era 11.º no ranking de vendas no segmento de SUVs e passou a ser a número um. O cliente recompensa quando se lança carros que ele quer.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A GM pretende focar a produção em modelos de maior rentabilidade, os mais caros, como outras montadoras estão fazendo?

A GM sempre está focada nos segmentos de maior rentabilidade. A Tracker tem fila de espera porque tem mais demanda do que capacidade de produção. O Onix, carro mais vendido do Brasil, tem benefício de escala. Estamos concentrando investimento nos segmentos que achamos que vão crescer mais e ter maior retorno.

O sr. vê a recente parceria entre a Foxconn e Geely como modelo para o futuro do setor?

O futuro está na mudança tecnológica, na eletrificação, no carro autônomo e até na mobilidade aérea. Nesta semana, a GM mostrou na CES (Consumer Eletronics Show), nos EUA, um protótipo de carro voador. A GM vai investir US$ 27 bilhões e lançará 30 modelos globalmente até o fim de 2025. As parcerias são interessantes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Brasil está sendo preparado para a mudança tecnológica?

Aqui vai demorar mais para chegar essas tecnologias, mas, como sempre, acabam chegando, às vezes, mais rápido do que se espera. O ciclo de tecnologia ocorre de forma e prazo diferentes em cada país.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PROVENTOS E BONIFICAÇÕES

Entre dividendos e JCP: Suzano (SUZB3), Isa (ISAE4), Porto Seguro (PSSA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam pacote bilionário aos acionistas

19 de dezembro de 2025 - 19:58

Dividendos, JCP e bonificações movimentam quase R$ 4 bilhões em operações aprovadas na última sexta-feira antes do Natal

OPERAÇÃO RESGATE

‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência

19 de dezembro de 2025 - 19:08

Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores

A QUERIDINHA DO MERCADO

WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos

19 de dezembro de 2025 - 18:19

Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes

NOVIDADE NOS CÉUS

Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%

19 de dezembro de 2025 - 17:31

Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural

FOCO NA DESALAVANCAGEM

Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos

19 de dezembro de 2025 - 16:58

O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda

ENGORDANDO O BOLSO

Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações

19 de dezembro de 2025 - 16:10

A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social

FIM DE UMA ERA

Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência 

19 de dezembro de 2025 - 14:50

Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos

DE NEUTRO PARA VENDA

É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%

19 de dezembro de 2025 - 13:31

Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores

NA CONTA DOS ACIONISTAS

Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP

19 de dezembro de 2025 - 12:40

Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos

ENTENDA

Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios

19 de dezembro de 2025 - 12:15

Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo

TÍTULOS DE DÍVIDA

Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões

19 de dezembro de 2025 - 11:45

A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação

FELIZ, TRUMP?

Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação

19 de dezembro de 2025 - 10:50

Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance

MAIS AÇÕES NA CONTA

O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados

19 de dezembro de 2025 - 10:15

Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda

SINERGIAS

Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões

19 de dezembro de 2025 - 9:36

Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio

DIVIDENDOS E BONIFICAÇÕES

Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações

18 de dezembro de 2025 - 20:21

A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber

DE VOLTA AO RADAR

CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA

18 de dezembro de 2025 - 16:08

O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda

CORRIDA TECNOLÓGICA

Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA

18 de dezembro de 2025 - 14:55

Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips

DEVO NÃO NEGO, PAGO QUANDO PUDER...

Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%

18 de dezembro de 2025 - 13:08

Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho

DESTAQUE DO IBOVESPA

Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026

18 de dezembro de 2025 - 12:31

Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio

FIM DE UMA ERA?

Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’

18 de dezembro de 2025 - 11:45

Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar