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Guedes minimiza alta da inflação, mas reconhece necessidade de aumento para os programas sociais

Ministro Paulo Guedes em coletiva de imprensa

O ex-ministro da Economia, Paulo Guedes

Apesar do acumulado em 12 meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter atingido os 10,25% em setembro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira (8) que a questão da inflação já está "endereçada".

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Segundo Guedes, em um contexto de aceleração global da inflação, é "natural" que, num País onde os preços já costumam ter variação ao redor de 4%, o índice acabe subindo para algo "ao redor de 9%". Como justificativa, o ministro citou que nos Estados Unidos, onde a inflação costuma ser próxima de zero, a variação de preços beira os 5%.

Mas, apesar de minimizar a alta dos preços, Guedes reconheceu que será necessário aumentar o valor de programas sociais porque comida e energia ficaram mais caras na pandemia. Com um adendo: isso será feito mantendo a responsabilidade fiscal e o teto de gastos. "Os mercados se acalmarão quando entenderem que o compromisso fiscal não está em risco", comentou.

O ministro completou que a política fiscal está "no lugar" e a monetária fortalecida com a autonomia do BC. "Estamos desencadeando ondas de investimento privado com a aprovação de reformas", defendeu.

Autonomia do Banco Central

Para Guedes, a aprovação da autonomia formal do Banco Central também é uma medida essencial para conter a alta de preços. No mais recente ciclo de alta de juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) levou a taxa básica de juros da mínima histórica de 2% para os atuais 6,25% ao ano.

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"Vemos muitas reeleições em cima de exploração de ciclos econômicos, por meio do BC. Nós fizemos a despolitização do Banco Central", disse Guedes, participante nesta sexta-feira de evento promovido pelo Itaú BBA.

Mais participação no NDB

O ministro da Economia afirmou também que tem necessidade de aumentar a participação brasileira no New Development Bank (NDB) para fazer frente a empréstimos para um programa de "crescimento verde" a ser anunciado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, (COP-26), mas que encontra dificuldades por conta do teto de gastos. A conferência ocorrerá em novembro em Glasgow, na Escócia.

"Não posso transferir US$ 1 bilhão de um banco em Nova York para aumentar o capital do NBD. É uma conta financeira, só precisaria mudar de uma conta de um banco para o outro. Não posso fazer isso porque romperia o teto no Brasil. É patético", afirmou.

Em um segundo momento, o ministro disse que seriam necessários "US$ 2 ou US$ 3 bilhões" para a capitalização do chamado Banco dos Brics.

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*Com informações do Estadão Conteúdo

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