🔴 HERANÇA EM VIDA? NOVO EPISÓDIO DE A DINHEIRISTA! VEJA AQUI

Jasmine Olga
Jasmine Olga
É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
FECHAMENTO

Dragão americano da inflação assombra ativos globais e resultado é bolsa, dólar e juros sob pressão; Ibovespa recua 2% e volta aos 119 mil pontos

A pressão inflacionária superou até mesmo o cenário político interno caótico nos holofotes do mercado e levou o principal índice brasileiro a amargar uma queda brusca

Jasmine Olga
Jasmine Olga
12 de maio de 2021
19:16 - atualizado às 9:23
O dragão da inflação correndo atrás do touro das bolsas e índices
O dragão da inflação correndo atrás do touro das bolsas e índices - Imagem: Shutterstock, com intervenção de Andrei Morais

O mercado financeiro não foi escalado para participar do elenco do reality No Limite, mas teve um gostinho do que é viver sob pressão em um ambiente hostil, lutando por sua sobrevivência. 

Sabatina de membros e ex-membros do governo Bolsonaro para falar da administração da pandemia no Congresso? Que nada, isso nem passou pela cabeça do mercado hoje. Hoje o dia foi dedicado a outra CPI. Melhor dizendo, outro, já que estamos falando dos dados de inflação dos Estados Unidos. E só se falou nisso. 

Há algum tempo já se discute um temor de pressão inflacionária após os pacotes trilionários de estímulos. Mas agora a situação ganha novos contornos. E mostra para o mercado que aquele discurso pregado pelo Federal Reserve - de que o aumento de preços é pontual e transitório -, pode não ser bem assim. 

Como se não bastasse a pressão absurda vinda do temido dragão, o déficit fiscal também não agradou. E o resultado foram os juros dos títulos mais longos do governo americano atingindo máximas que nem um leilão do Tesouro conseguiu aplacar. Em alguns vencimentos, a demanda nem mesmo foi suficiente.

O saldo desse movimento já é conhecido: o dinheiro migra para os investimentos mais seguros e deixa os países emergentes - e a própria bolsa americana - no vermelho. Com mais dinheiro entrando na principal economia do mundo, o dólar à vista fechou o dia com uma alta de 1,59%, a R$ 5,3055.

O tombo de 2,65%, aos 119.710 pontos, da bolsa brasileira assusta, mas foi em linha com o comportamento dos pares americanos. O Nasdaq recuou 2,67%, o S&P 500 caiu 2,15% e o Dow Jones teve queda de 1,99%.

Para Ariane Benedito, economista da CM Capital, a queda marginalmente mais expressiva da bolsa brasileira tem uma explicação - nos últimos dias, enquanto Wall Street recuava, as commodities metálicas salvavam o Ibovespa do vermelho. 

Com os investidores precificando uma alta dos juros lá fora, aqui o mercado também passa por uma “calibragem”, afinal, é preciso manter o país atrativo e evitar a fuga de capital. Confira as taxas de fechamento do dia: 

  • Janeiro/2022: de 4,78% para 4,89%
  • Janeiro/2023: de 6,50% para 6,71%
  • Janeiro/2025: de 8,07% para 8,24%
  • Janeiro/2027: de 8,66% para 8,83%

Com os dois olhos bem abertos

Que os investidores temem que a rápida vacinação e trilhões em estímulos fiscais e monetários exerçam pressão para o fim dos juros nas mínimas históricas pode não ser uma novidade. Acontece que nesta manhã o temor ganhou um impulso extra em forma de números que mostraram que o dragão da inflação está longe de estar adormecido. 

O CPI avançou 0,8% em abril, enquanto o núcleo subiu 0,9%, na base mensal. As projeções apontavam para alta de 0,2% do índice cheio e ganhos de 0,3% para o núcleo, em relação ao mês anterior. 

A inflação é um indicador importantíssimo para a definição da política monetária de um país. Com os estímulos fiscais e monetários empregados para contornar a crise do coronavírus, o mundo vive um aquecimento nos preços. 

No Brasil, o avanço fez o Banco Central retomar a alta da taxa básica de juros - medida adotada em outros países emergentes também. O temor do mercado é que os BCs do hemisfério norte sigam o mesmo caminho. 

Por isso, todos estão atentos à postura do Federal Reserve (BC americano) com relação à compra de ativos e estímulos monetários. Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, explica que a meta de inflação nos Estados Unidos funciona um pouco diferente do que estamos acostumados. Existe uma meta perseguida - de cerca de 2% -, mas não existe um piso ou um teto. O índice tem se mantido dentro dessa faixa, mas a economista destaca que isso só ocorre porque os dados de 2020 ainda entram na conta. O que deve mudar em breve. 

Um ponto importante: o CPI não é o principal índice de inflação utilizado pelo Federal Reserve na sua decisão de política monetária. A instituição prefere o PCE, mas os dados divulgados hoje - considerados uma prévia - mostram que este também deve vir acima do esperado. 

O Federal Reserve mantém sua política acomodatícia e seus dirigentes tentam acalmar os mercados afirmando que uma inflação acima da meta de 2% ao ano será tolerada por um período e que o mercado de trabalho - e a economia em si - ainda estão longe de uma recuperação plena.

O payroll, com dados sobre o desemprego divulgados na semana passada, frustrou os economistas e afastou o fantasma da inflação. Mas é fogo cruzado. Argenta lembra que essa discrepância - inflação e desemprego - é comum em cenários de crise. 

Às vezes o discurso do Fed cola, às vezes não. O cenário hoje favoreceu o segundo caso. “O número hoje muda um pouco a ideia da forma correta de o Fed seguir com a política monetária. Várias declarações dos membros do BC americano aceitavam uma inflação mais alta para que se atingisse o pleno emprego, mas o CPI mostra que ela está muito mais pressionada, então diminui essa margem de atuação”, pontua a economista.

Sobe e desce

Com o cenário amplamente negativo, poucas ações conseguiram ter força para fechar o dia no azul. O principal destaque ficou com a BR Distribuidora, que trouxe números animadores no primeiro trimestre. 

CÓDIGO NOME VALOR VARIAÇÃO
BRDT3BR Distribuidora ONR$ 25,004,52%
IRBR3IRB ONR$ 6,351,60%
SUZB3Suzano ONR$ 68,850,78%
UGPA3Ultrapar ONR$ 19,520,41%
CIEL3Cielo ONR$ 3,480,00%

Assim como nas maiores altas, as maiores quedas também tiveram relação com a divulgação dos balanços corporativos. Ariane Benedito, da CM Capital, também pontua outro ponto importante para entender o movimento dos ativos hoje - a queda de expectativa de crescimento para o setor de serviços, um número que mexeu principalmente com o segmento de shoppings. “O mercado precificou um otimismo anual, mas, quando chegam os dados da economia real, é hora de correção”. Confira as maiores quedas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
BIDI11Banco Inter unitR$ 187,11-8,01%
MRFG3Marfrig ONR$ 19,14-7,63%
RENT3Localiza ONR$ 58,20-7,38%
IGTA3Iguatemi ONR$ 40,69-6,65%
LCAM3Unidas ONR$ 24,10-6,26%

Compartilhe

BRIGA PELO TRONO GRELHADO

Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta

21 de setembro de 2022 - 8:01

Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23

15 de setembro de 2022 - 19:12

O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB

15 de setembro de 2022 - 7:42

As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional

FECHAMENTO DO DIA

Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17

14 de setembro de 2022 - 18:34

O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo

14 de setembro de 2022 - 7:44

Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed

13 de setembro de 2022 - 19:01

Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições

13 de setembro de 2022 - 7:37

Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão

DANÇA DAS CADEIRAS

CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa

12 de setembro de 2022 - 19:45

Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim

FECHAMENTO DO DIA

Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09

12 de setembro de 2022 - 18:04

O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar