🔴 [TESTE GRÁTIS] 30 DIAS DE ACESSO A SÉRIE RENDA IMOBILIÁRIA – LIBERE AQUI

Renan Sousa
Renan Sousa
É repórter do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP) e já passou pela Editora Globo e SpaceMoney. Twitter: @Renan_SanSousa
Não mexe na minha gasolina!

5 perguntas sobre a intervenção na Petrobras e os preços dos combustíveis

Por que o presidente não pode defender o interesse da população e outras perguntas sobre a interferência na Petrobras

Renan Sousa
Renan Sousa
24 de fevereiro de 2021
10:00 - atualizado às 6:56
Bolsonaro Mercados Baixa Petrobras
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Depois de diversas ameaças, aconteceu o que o mercado mais temia. A volta da interferência do governo federal na Petrobras (PETR4) trouxe lembranças recentes e amargas e provocou um choque nos mercados.

As ações da estatal amargaram um tombo de 20% na segunda-feira (22) e diversos analistas passaram a recomendar a venda das ações da empresa, ainda que tenham recuperado parte das perdas na sessão de terça-feira (23).

A troca do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna fez o investidor cair no fato. As ações recuaram, especulações surgiram e Paulo Guedes teve de engolir em seco, totalmente contra a sua política liberal de não interferência nas estatais.

Mas algumas dúvidas surgiram na mente de muita gente: se o presidente só está tentando manter os preços acessíveis, por que isso seria ruim? Se a empresa é estatal, ela não deveria defender os interesses do Estado? E uma série de outras questões.

Por isso, nós listamos aqui cinco perguntas sobre a interferência na Petrobras, com as respectivas respostas dos especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro.

1 - Por que a Petrobras precisa seguir a cotação internacional do petróleo?

Se a Petrobras é uma empresa que extrai e refina o petróleo, ela poderia colocar o preço que bem entende nos combustíveis que saem de suas refinarias, certo? Errado.

Por maior que seja nossa estatal, ela não é dona do mercado, como comenta o diretor financeiro da plataforma Comdinheiro, Filipe Ferreira. “Não é uma relação direta. A Petrobras extrai um tipo de petróleo e vende outro tipo, ou seja, nem sempre o petróleo que ela extrai é o mesmo que faz a gasolina”, diz. 

A Petrobras não é obrigada a seguir os preços do barril de petróleo. Entretanto, perde dinheiro se o preço dos combustíveis que saem das refinarias não considerar o custo da principal matéria-prima. O que nos leva à pergunta seguinte:

2 - Se a Petrobras junta produção e refino do petróleo, por que a empresa não pode controlar os preços, vendendo combustível mais barato no mercado interno?

Parece uma conclusão simples, mas quando uma refinaria da Petrobras compra petróleo dela mesma mais barato, o negócio de extração sai prejudicado, o que no fim do dia dá na mesma. “É um prejuízo para a mesma empresa. Não passa de um jogo de palavras”, afirma Ferreira.

De um jeito ou de outro, portanto, a empresa perde ao não considerar o preço internacional do petróleo na política de preços dos combustíveis.

Para Carlos Heitor Campani, professor de finanças do Coppead/UFRJ, uma alternativa para a Petrobras seria fazer um hedge de preços internacionais para reduzir as oscilações do preço do barril e do dólar.

O hedge é um mecanismo utilizado para conter as oscilações dos preços das commodities no mercado internacional, dando maior previsibilidade na produção e venda. Por meio de contratos futuros, os produtores estabelecem um preço fixo para os compradores, que só sentem as oscilações de preço ao final de um certo período.

“É um controle de preços? Sim, mas de uma maneira mais segura para o mercado e para a saúde financeira da empresa", diz.

O controle de preços artificial, praticado quando há um subsídio do preço final da gasolina ou do diesel, traz outros desdobramentos, sobre os quais falaremos agora.

3 - Por que interferir nos preços é uma atitude mal vista pelos investidores?

A interferência gera incertezas, e as incertezas são precificadas pelo mercado. “Quanto maior o risco, mais o investidor quer de retorno”, diz Compani.

Se o Estado interfere na estatal de maneira a melhorar sua saúde financeira e garantir uma maior sustentabilidade dos negócios, evidentemente que o mercado verá isso de maneira positiva.

Mas o que acaba acontecendo na maioria das vezes é uma interferência que visa agradar os consumidores (e eleitores), nem que seja ao preço de uma piora na situação financeira da estatal.

4 - Por que a Petrobras não deve ser usada para o brasileiro ter um combustível mais barato?

Para responder esta pergunta, o professor e coordenador do curso de administração do Ibmec SP, Cristiano Corrêa, lança outra, no mínimo, curiosa. 

“Para que o governo quer uma estatal? Se ela servir como forma de ativo, precisa dar lucro. Se for para beneficiar a população, ela pode dar prejuízo, sim”, diz. Ele usa como exemplo a estatal venezuelana PDVSA, que consegue vender a gasolina na bomba a menos de US$ 1,00 o litro. 

Para esse caso, o objetivo da empresa é cumprido, que é levar combustível barato para a população. Mas no caso de uma estatal como a Petrobras, que tem capital aberto e com ações na bolsa, espera-se que a empresa tenha uma administração que trabalhe para todos os acionistas, incluindo a União e os minoritários.

Uma Petrobras menos lucrativa também é ruim para o país no longo prazo, já que a companhia contará com menos recursos para financiar seus investimentos, incluindo a exploração do petróleo do pré-sal, gerando menos riqueza.

A PDVSA enfrenta exatamente esse dilema. Embora a Venezuela tenha uma das maiores reservas de petróleo provadas do mundo, o país registrou no ano passado o menor nível de produção desde 1945, de acordo com informação da Bloomberg.

Para manter os investimentos e os níveis de produção, a Petrobras teria dois caminhos. O primeiro seria tomar dívida no mercado, estratégia adotada no passado recente e que quase quebrou a companhia.

A segunda opção seria usar dinheiro público para capitalizar a estatal. “Recursos de saúde e educação”, lembra o diretor da Comdinheiro. Como não podem ocorrer gastos sem contrapartida devido às regras fiscais, novos impostos teriam de ser implementados. Novamente, uma medida impopular. 

5 - Quais as consequências do controle de preços?

“Mas o presidente quer defender a população, evitar a greve, deixar a gasolina mais barata! Por que isso seria ruim?” Você já deve ter ouvido essa pergunta alguma vez, e a resposta está em uma velha conhecida e persona non grata dos brasileiros: a inflação.

Uma frase comum no mercado é “não existe almoço grátis”. Seja por meio de subsídios ou manipulação de preços na compra e venda do barril, a conta uma hora chega. E geralmente vem acompanhada de juros.

Se a empresa passa a segurar o repasse do aumento das cotações do petróleo vendendo um combustível com preço abaixo do mercado, a inflação fica represada em um primeiro momento. Mas nenhuma companhia é capaz de segurar os reajustes para sempre.

Foi o que aconteceu por exemplo a partir de 2015, quando aconteceu um fenômeno oposto ao atual: os preços dos combustíveis subiram e pressionaram a inflação enquanto no exterior o petróleo operava em queda e o país entrava em uma das piores recessões da história.

Compartilhe

BRIGA PELO TRONO GRELHADO

Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta

21 de setembro de 2022 - 8:01

Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23

15 de setembro de 2022 - 19:12

O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB

15 de setembro de 2022 - 7:42

As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional

FECHAMENTO DO DIA

Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17

14 de setembro de 2022 - 18:34

O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo

14 de setembro de 2022 - 7:44

Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed

13 de setembro de 2022 - 19:01

Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições

13 de setembro de 2022 - 7:37

Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão

DANÇA DAS CADEIRAS

CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa

12 de setembro de 2022 - 19:45

Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim

FECHAMENTO DO DIA

Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09

12 de setembro de 2022 - 18:04

O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies