O dragão da inflação quer incinerar seus rendimentos? Saiba quais investimentos estão mais blindados contra a alta dos preços
Da renda fixa à variável, passando pelos fundos imobiliários, veja o que vale a pena ter na carteira para se prevenir – e tirar proveito – da inflação
Como moro em um apartamento pequeno, sem despensa para armazenar grandes quantidades de mantimentos, e também não tenho muita paciência para gastar horas em grandes supermercados, eu costumava fazer compras rápidas, uma vez por semana no mercadinho do bairro.
Todas as semanas eu comprava apenas aquilo que seria consumido.
Recentemente, porém, comecei a perceber um aumento relevante de preços dos produtos nas prateleiras.
Eu nunca tinha pensado que um dia iria preferir enfrentar a rotina de ir aos grandes supermercados. Mas, diante da disparada dos preços, precisei me adaptar: pelo menos por enquanto, deixarei de fazer pequenas compras frequentes em mercadinhos de bairro e passarei a concentrar em grandes compras em supermercados para economizar.
Você também deve ter mudado um pouco a sua rotina
Como consumidor, provavelmente você também teve que alterar um pouco a sua rotina. Seja mudar o mercado onde faz compras, seja trocar de marcas ou reduzir a quantidade de produtos supérfluos.
Mas não é só como consumidores que precisamos nos adaptar. Isso é necessário também no mundo dos investimentos. Por isso, hoje vamos conversar um pouco sobre alguns ativos que acabam sendo menos impactados ou até se beneficiam da temida alta de preços.
Leia Também
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Renda fixa com inflação
Antes de chegar às ações, é bom lembrar que a maneira mais óbvia de se proteger da alta de preços é através de títulos de renda fixa com indexadores inflacionários.
Esses títulos normalmente oferecem o rendimento do indexador escolhido (normalmente IPCA ou IGP-M) mais uma taxa fixa, que depende do momento em que você investe no ativo.
Você pode até buscar um CDB de algum banco sólido ou debêntures de uma boa companhia, mas oferecendo taxas acima de 4,5% além da inflação mesmo nos vencimentos mais curtos, atualmente as NTN-Bs (Tesouro IPCA+) estão em níveis interessantes para quem busca proteção contra a escalada de preços.
Já na renda variável...
Na renda variável, o assunto é um pouco mais obscuro, já que os efeitos da inflação até ajudam na receita, mas podem acabar atrapalhando bastante o resultado operacional das companhias.
Por exemplo, eu vejo muita gente perguntando se não seria bom se proteger da alta de preços de alimentos comprando ações de atacarejos e supermercados.
Mas será que é tão simples assim? Para se proteger de uma alta de 30% no custo do feijão, o gerente pode optar por repassar todo esse aumento para o consumidor final.
Mas se ele fizer isso, será que as vendas não serão impactadas? Provavelmente, vão!
E se o gerente resolver repassar apenas metade do aumento de custo? Isso pode mandar as vendas elevadas, mas vai acabar impactando as margens e a rentabilidade.
Aluguel e combustível
Se a proteção direta contra alta de alimentos é um pouco mais difícil, contra o aumento do aluguel é possível ter bons resultados através do investimento em FIIs, que normalmente têm contratos reajustados por índices inflacionários.
Essa é uma boa estratégia para você que sofre todos os anos quando chega a época do reajuste do seu aluguel. No entanto, é importante se atentar à qualidade e diversificação dos ativos, vacância, saúde financeira dos inquilinos para que possam absorver uma alta de aluguéis, e assim por diante. O Kinea Renda Imobiliária (KNRI11) é uma alternativa interessante.
Contra os combustíveis, não existe muito segredo, não é? A gasolina cara é ruim para o seu bolso, mas é ótimo para os cofres das petroleiras. Quanto maior a cotação do brent e do dólar, maior será a diferença entre o que a companhia recebe pela venda do óleo e quanto ela gasta para tirá-lo do subsolo.
Para a Petrobras, este cenário seria quase perfeito, não fosse a pressão política que a companhia pode começar a sofrer por causa dos preços muito elevados. Apesar desse risco, PETR4 continua bastante barata e oferecendo ótimos dividendos nos níveis atuais. O importante é não concentrar seus investimentos nela para não ter uma grande surpresa caso o governo resolva interferir.
Energia elétrica
Para se proteger do aumento do preço da energia elétrica também é preciso ter muito cuidado. Nem todas as companhias se aproveitam da mesma maneira.
Para começar, as hidrelétricas são bastante afetadas pela crise hídrica atual, e mesmo tendo contratos de venda de energia reajustados pela inflação, podem acabar tendo receitas impactadas caso a falta de chuvas persista.
As distribuidoras de energia também têm contratos de fornecimento atrelados à inflação e também tendem a ter suas receitas positivamente afetadas pela alta nos preços de energia elétrica. No entanto, a alta na conta de luz pode acabar aumentando a inadimplência também -, sem contar as ligações clandestinas -, o que atrapalha os resultados.
No fim das contas, o segmento mais estável para se aproveitar da inflação geral (não só do preço de energia, como de todos os outros componentes que afetam a alta de preços) é o de transmissão de energia.
Isso porque as receitas do setor são reajustadas de acordo com IGP-M e IPCA, e não são impactadas pela queda de volume ou pela variação dos preços da energia. Gostamos da maioria das companhias do setor de transmissão. Uma delas, inclusive, faz parte da série Double Income, o que quer dizer que, além de se aproveitar da alta de preços, ela ainda é uma ótima pagadora de dividendos.
Aliás, a série é repleta de ações, títulos de renda fixa e FIIs focados em renda e que ajudarão você a proteger seu patrimônio, mesmo que a inflação continue subindo. Se quiser conferir a lista completa de ativos da série, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a próxima!
Ruy
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018