🔴 HERANÇA EM VIDA? NOVO EPISÓDIO DE A DINHEIRISTA! VEJA AQUI

7 Lições de investimentos aprendidas em 2020

Eu garanto que as lições aprendidas em 2020, independente se você ganhou ou perdeu dinheiro no ano que passou, têm potencial para tornar você um investidor muito melhor

1 de janeiro de 2021
7:19 - atualizado às 12:15
Boa ideia
Imagem: Shutterstock

"A grande vantagem de ficar mais velho é que você acumula uma porção de experiências negativas e acaba virando gênio depois de tantos anos."

Antes que você ache que o ensinamento acima é meu, já adianto que não. 

A verdade é que ele nem poderia ser. Primeiro, porque estou longe de poder me considerar gênio.

Segundo, porque, apesar da lataria já um pouco maltratada, ainda estou nos meus 30 anos e não deu tempo de acumular tantas cagadas assim – sigo trabalhando nisso.

Na verdade, a frase acima foi dita por André Jakurski, um dos fundadores da JGP, no evento Investidor 3.0, realizado pela Empiricus. Ele, sim, um gênio e com algumas décadas de experiências acumuladas na bolsa para se gabar.

Nunca desperdice uma boa crise

Você pode não ter ainda as mesmas décadas de erros e experiências de Jakurski para te ajudar a tomar decisões superiores na hora de investir. 

Mas eu garanto que as lições aprendidas em 2020, independente se você ganhou ou perdeu dinheiro no ano que passou, têm potencial para tornar você um investidor muito melhor nos anos e décadas que virão pela frente.

Como disse Winston Churchill, "nunca desperdice uma boa crise".

Por isso, hoje eu decidi lembrar das lições mais valiosas aprendidas nos últimos doze meses e como podemos utilizá-las para nos tornar melhores investidores daqui em diante.

Lição #1: Nunca coloque mais dinheiro em renda variável do que suporta perder. 

Eu já falei isso centenas de vezes, mas a verdade é que enquanto a bolsa está renovando máximas a cada semana, todo mundo se esquece que ela pode cair.

No entanto, 2020 nos lembrou que as ações não só podem cair, como podem derreter 45% em menos de um mês. 

Ibovespa em 2020. Fonte: Google

Numa situação dessas, se você tiver mais dinheiro investido do que deve (ou do que aguenta), vai deixar a emoção tomar conta e vai acabar fazendo o mesmo que a maioria das pessoas: venderá suas ações no pior momento possível. 

Calma, porque piora: vai ficar traumatizado e só vai tomar coragem para voltar quando a bolsa já estiver lá no alto, perto do momento no qual os "Jakurskis" já estarão pensando seriamente em vender. Essa receita não tem a menor chance de dar certo.

Limitar seu investimento em renda variável ao quanto você está disposto a arriscar não faz bem apenas para a sua cabeça. No final, livra você de decisões precipitadas e resulta em melhores resultados para o seu bolso.

Lição #2: Investimento em ações é para o longo prazo

Essa deveria ter sido uma lição em 2020, mas depois da rápida recuperação, acabou virando uma "meia-lição". 

Mas não custa lembrar que, apesar de a bolsa ter se recuperado rapidamente depois do tombo, a trajetória poderia ter sido bem diferente.

Poderíamos ter demorado muito mais para conter a contaminação.

Poderíamos ter demorado muito mais para melhorar os protocolos de tratamento.

Poderíamos ter demorado muito mais para desenvolver vacinas eficientes.

E em qualquer um desses cenários (que eram, sim, possíveis), o resultado seria o mercado de ações ainda perto das mínimas. 

Nessa situação, seria crucial para qualquer investidor lembrar que, apesar da derrocada, boa parte do valor de uma empresa está nos lucros que ela vai proporcionar nos próximos cinco ou dez anos.

Com essa cabeça, fica muito mais fácil para qualquer um suportar ver os preços caindo por causa de um ano difícil e se manter firme para esperar a recuperação.

Lição #3: sempre tenha dinheiro em caixa

Quando a bolsa está renovando máximas, dia após dia, não existe nada mais tentador do que pegar todo o dinheiro que ainda resta no caixa, ou resgatar aquela grana investida em Tesouro Selic, para colocar tudo em ações e aumentar ainda mais os ganhos enquanto o mercado continuar subindo, não é?

Mais uma vez, muita gente esquece nesses momentos que o mercado pode voltar a cair – e muito. Se isso acontecer, é crucial ter dinheiro sobrando para aproveitar a temporada de caça às barganhas, que certamente vão aparecer. 

O movimento correto, como bem sabe Jakurski, é reduzir a alocação em ações à medida que as bolsas vão ficando muito caras. Infelizmente, os investidores comuns normalmente fazem o contrário.

Lição #4: um pouco de proteção na hora da euforia não faz mal à ninguém

Além de deixar um pouco mais de dinheiro em caixa, nunca devemos nos esquecer que momentos de euforia costumam implicar em seguros baratos.

E seguros baratos devem ser comprados, ponto final!

Quem tinha um pouco de dólares, moedas fortes e puts (opções de venda) no portfólio no início do ano, quando ninguém queria saber desses ativos e eles estavam negociando a preços de banana, acabou sofrendo bem menos do que quem estava totalmente alocado em ações. 

Isso é ruim, mas normalmente fica pior. Porque quem é pego desprevenido normalmente corre para comprar proteção depois que o desastre aconteceu. Vai pagar caro por uma proteção que a partir daquele momento será inútil. Receita perfeita para quem quer perder muito dinheiro no longo prazo. 

Seguro deve ser comprado em pequenas quantidades e quando ninguém espera que o desastre vai acontecer. 

Lição #5: diversificação geográfica

Sou brasileiro, não desisto nunca, e ainda mantenho a parcela majoritária dos meus investimentos em companhias nacionais. 

Mas 2020 nos mostrou que ter uma parte do portfólio alocada nas maiores economias globais é importante para diversificar os riscos locais. 

O real se mostrou extremamente volátil e chegamos a flertar seriamente com o abismo em termos fiscais no meio da pandemia. Neste momento, quem tinha uma parcela dos investimentos em ações globais sofreu bem menos. 

É verdade que, com 2020 encerrado, tudo parece ter dado certo. No entanto, o bom investidor não foca apenas no que aconteceu. Mas sim, no que poderia ter acontecido. E poderia ter sido bem ruim não ter nem um pouco do seu dinheiro investido em companhias com marcas fortes globais, rentáveis e de elevado crescimento.

Aliás, a série as Melhores Ações do Mundo está em promoção de fim de ano. Fica aqui o convite caso queira conferir.

Lição #6: taxas de juros importam, e muito

Se você acha que o Ibovespa retornou às máximas por causa do "coronavoucher" e da retomada em "V" da atividade, saiba que a taxa Selic talvez tenha sido ainda mais importante.

O fato de as taxas de juros estarem nas mínimas históricas – aqui e no resto do mundo – forçou os investidores a colocarem dinheiro em ações. Não existe mais a possibilidade de se ganhar 10% ao ano sem risco.

A recuperação da atividade econômica até aqui foi interessante, mas não há garantias de que continuará no ano que vem. O nível de desemprego continua elevado, e ninguém sabe o quanto a retirada do apoio emergencial vai afetar o consumo. 

O que sabemos é que, com a inflação ainda controlada, as chances são de que a Selic permaneça bem próxima dos patamares atuais. Pode não ser os 2% ao ano, como agora, mas um nível de 4% ou 5% ainda ajudaria a manter um apetite grande pelas ações das melhores companhias do país, e a bolsa em patamares apreciados. 

Lição #Howard Marks: o mercado tende a extrapolar o sentimento atual (para o bem, ou para o mal)

Guardei para o final a lição do sempre genial Howard Marks, que costuma dizer que o mercado se move em ciclos.

Apesar de acompanhar uma tendência secular de longo prazo que indica o preço justo do mercado (linha roxa), as bolsas costumam passar pouquíssimo tempo negociando nesses patamares "justos".

Na verdade, elas passam a maior parte do tempo alternando entre um estado exageradamente otimista, que logo se reverte e vai para outro exageradamente pessimista.

Isso acontece porque somos tentados a extrapolar o sentimento atual para o futuro. Se as coisas estão muito ruins agora, achamos que vão continuar ruins para sempre e vendemos as ações por preços medíocres, fazendo a bolsa cair ainda mais. 

Como você já percebeu, o mercado ficou exageradamente pessimista em março, mas a pandemia não marcou o fim da humanidade, nem das empresas, nem do mercado de capitais, e os preços voltaram a se recuperar.

Mas o que aconteceu em março agora é passado.

O importante é lembrar dessa lição quando, depois de alguns anos muito bons, os investidores começarem a achar que os lucros das empresas continuarão crescendo rápido e para sempre.

Nesse momento, o mercado estará no modo "exageradamente otimista" e será uma boa hora para diminuir a exposição em ações, aumentar a parcela de dinheiro em caixa e comprar um pouquinho de dólar e puts. 

A Carteira Empiricus será a primeira a alertar aos seus assinantes e realizar essas  mudanças quando o risco vs retorno estiver desfavorável às ações. Mas essa hora ainda não chegou. Por enquanto, 2021 nos parece mais um ano de recuperação.

Um grande abraço e um feliz 2021 para todos nós!

Leia também:

Compartilhe

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa acelera ganhos com Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e recuperação de Wall Street; dólar tem leve queda

18 de abril de 2024 - 6:35

RESUMO DO DIA: Após mais de uma semana de quedas, o Ibovespa se livrar do sufoco com apoio do minério de ferro. Na agenda do dia, o exterior segue de olho nas reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos […]

AÇÕES NO SHAPE

Smart Fit (SMFT3) vai virar “monstro”? Banco recomenda compra das ações e vê espaço para rede de academias dobrar de tamanho

17 de abril de 2024 - 15:25

Os analistas do JP Morgan calcularam um preço-alvo de R$ 31 para os papéis da Smart Fit (SMFT3), o que representa um potencial de alta da ordem de 30%

DESTAQUES DA BOLSA

Ozempic que se cuide! Empresa de biotecnologia faz parceria para distribuir caneta do emagrecimento no Brasil e ações disparam quase 40% 

17 de abril de 2024 - 14:03

Com o anúncio, a Biomm conquistou R$ 1,2 bilhão em valor de mercado na B3; a comercialização do similar do Ozempic deve ainda passar pelo crivo da Anvisa

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Vale (VALE3) não é suficiente e Ibovespa fecha em queda na esteira de Nova York; dólar cai a R$ 5,24

17 de abril de 2024 - 6:49

RESUMO DO DIA: O Ibovespa até tentou interromper o ciclo de quedas com o forte avanço do minério de ferro e a prévia do PIB, mas o tom negativo de Nova York falou mais alto e arrastou o principal índice da bolsa brasileira. Com isso, o Ibovespa terminou o pregão em baixa de 0,17%, aos […]

REPORTAGEM ESPECIAL

O fracasso das empresas “sem dono” na B3. Por que o modelo das corporations vai mal na bolsa brasileira

16 de abril de 2024 - 15:54

São vários exemplos e de inúmeros setores de companhias sem uma estrutura de controle que passaram por graves problemas ou simplesmente fracassaram

MAIS 11 ATIVOS PARA A CONTA

Fundo imobiliário BTLG11 fecha acordo de quase R$ 2 bilhões por portfólio de imóveis em SP

16 de abril de 2024 - 11:36

O FII deve adquirir 11 ativos, com cerca de 550 mil metros quadrados prontos e performados

SÉRIE A DA B3

Auren (AURE3) fica de fora da segunda prévia do Ibovespa, que agora conta com a entrada de apenas uma ação

16 de abril de 2024 - 10:32

Se a previsão se confirmar, a carteira do Ibovespa contará com 87 ações de 84 empresas a partir de maio

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa cai pela quinta vez seguida pressionado por juros nos EUA e questão fiscal; dólar fecha no maior nível em 13 meses, a R$ 5,26

16 de abril de 2024 - 6:33

RESUMO DO DIA: A perspectiva de juros elevados por mais tempo nos Estados Unidos ganhou força mais uma vez e, combinada com a preocupação com o cenário fiscal doméstico, gerou mais lenha para a bolsa brasileira aumentar as cinzas. Pela quinta vez consecutiva, o Ibovespa terminou o dia no vermelho, com queda de 0,75%, aos […]

MERCADOS HOJE

Bolsas hoje: Ibovespa recua com pressão de bancos e Wall Street no vermelho; dólar sobe a R$ 5,18

15 de abril de 2024 - 6:43

RESUMO DO DIA: O Ibovespa terminou a sessão desta segunda-feira (15) no vermelho, pressionado pelo desempenho dos bancos, que recuaram em meio à crescente aversão ao risco no mercado hoje. O principal índice de ações da B3 fechou o pregão em baixa de 0,49%, aos 125.333 pontos. Já o dólar à vista avançou 1,25%, aos […]

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Prévia do PIB no Brasil e balanços nos EUA são destaque junto com Livro Bege nos próximos dias

15 de abril de 2024 - 6:20

As reuniões do FMI ao longo da semana permanecem no radar, com discussões focadas na estabilidade financeira global e nas estratégias para enfrentar as incertezas econômicas

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar