Sem oásis no deserto do Ibovespa: breve momento de alta do índice nesta quarta foi apenas uma miragem
Como um ávido andarilho vagando pelo deserto, o Ibovespa encontrou o seu oásis durante a tarde e engatou em uma alta de 0,70%. Mas tudo não passou de uma miragem de alguns minutos. O cenário na B3 continua hostil e nem mesmo as produtoras de commodities, que sustentaram o índice durante o primeiro semestre, vivem vida fácil.
Na China, o minério de ferro derreteu mais de 4%, repercutindo a movimentação do país asiático para minimizar os movimentos especulativos e a aparente desaceleração da sua economia — má notícia para pesos-pesados da bolsa como a Vale e as siderúrgicas, que pressionaram o Ibovespa para baixo ao longo de todo o dia. O petróleo também voltou a recuar, de olho na crise afegã no Oriente Médio e no aumento dos estoques nos Estados Unidos.
O cenário político-fiscal também não trouxe novidades, apenas decepção. Ontem, a Câmara dos Deputados decidiu adiar mais uma vez a votação da reforma do imposto de renda, que, pelo andar da carruagem, pode acabar azedando de vez.
O que movimentou mesmo o dia foi a ata da última reunião do Federal Reserve, que sinalizou que a redução na compra de ativos, conhecida como tapering, é defendida por boa parte dos seus dirigentes para começar ainda em 2021. O documento, no entanto, salienta que esse movimento não necessariamente será acompanhado de uma elevação nos juros — o que tende a favorecer os mercados emergentes.
A falta de consenso entre os dirigentes do Fed, no entanto, pesou em Wall Street que, por tabela, puxou o Ibovespa novamente para um intenso movimento de queda. Com alguma volatilidade extra gerada pelo vencimento de opções, que acontece amanhã, o principal índice da bolsa fechou o dia em um recuo de 1,01%, aos 116.642 pontos, o menor nível de fechamento desde abril.
O oásis que surgiu nos negócios durante a tarde não enganou o câmbio. O dólar à vista se fortaleceu, e a curva de juros ganhou inclinação. A moeda americana encerrou a sessão em alta de 1,99%, a R$ 5,3549. Já o noticiário corporativo segue tendo dias mais fracos após a intensa temporada de balanços:
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