O ano do boi: devemos esperar alguma ressaca de Carnaval nos mercados globais?
O ano é do boi, mas há quem queira trazer a semelhança para o touro e o sentimento bullish (mercado de alta) que se encontra no mercado desde que os bancos centrais decidiram salvar todo mundo.
Que Carnaval atípico! Não estamos acostumados com este novo comportamento imposto sobre nossos ombros derivado de distanciamento social como conduta principal. No final, os investidores ainda têm cicatrizes deste mesmo período em 2020, quando os mercados fecharam e abriram novamente na Quarta-Feira de Cinzas, com um verdadeiro banho de sangue.
Em 2020, o Carnaval marcou o começo de um movimento de realização mais acentuado, quando as Bolsas globais começaram a entrar em modo pânico.
Em 2021, porém, o clima será um pouco diferente. Se entramos no Carnaval do ano passado com receio da proliferação do vírus ao redor do mundo, desta vez temos algumas garantias espalhadas pelo globo que prometem sustentar ao menos parcialmente os ativos de risco.
Adicionalmente, a liquidez está restrita em outras localidades que não somente o Brasil, a começar pelo Ano Novo Lunar chinês, que dá início ao ano do boi. Há quem queira trazer a semelhança para o touro e o sentimento bullish (mercado de alta) que se encontra no mercado desde que os bancos centrais decidiram salvar todo mundo.
Por sinal, este é um dos fatores que nos dá um pouco mais de segurança de que os mercados vão estar sustentados por mais um tempo.
Banco Central, a ‘mãe’ de todos
Note abaixo o gráfico que resume bem o ditado: “não aposte contra os bancos centrais”.
Leia Também
Veja como o MSCI World, que compila os principais índices do mercado acionário mundial, acompanha religiosamente a injeção de liquidez dos principais bancos centrais do mundo.
Como esta política de afrouxamento monetário será mantida por pelo menos mais este ano, com as autoridades monetárias aplicando o chamado “forward guidance” (orientação futura), podemos ao menos entender que não haverá um choque de juros no curto prazo.
Os outros anos do boi
É igualmente interessante traçar paralelos entre os anos anteriores do boi.
O último foi em 2009, um ano de grande recuperação para a economia global que se encaixa perfeitamente no tema da recuperação gradual da pandemia em 2021.
Ainda este ano, o boi estará ligado ao elemento metal.
O último ano do boi do metal foi em 1961, quando John Kennedy assumiu o cargo na Casa Branca e o cosmonauta Yuri Gagarin recebeu a "Ordem de Lenin" por suas realizações em viagens espaciais. Novamente, temos um democrata católico na presidência americana.
Isso ressoa bem com a rivalidade entre EUA e China que o mercado entende como um tema geopolítico fundamental para impulsionar a inovação e o consumo em ambas as esferas.
Portanto, embora a história não se repita de forma alguma, ela pode rimar assustadoramente neste ano do boi de metal.
Desta vez, em um tom mais positivo.
Nem tudo são flores, claro.
O alarme de Warren Buffett
A métrica de avaliação favorita de Warren Buffett está soando um alarme. A capitalização do mercado de ações americano é mais do que o dobro do PIB do país, destacando o sentimento notável de "mania” sobre os mercados.
O "Indicador Buffett" é uma razão simples: a capitalização total de mercado das ações dividida pelo valor total em dólares do Produto Interno Bruto do país. Ele é tradicionalmente usado como vetor nos EUA, mas nada impede de adaptar para outros países.
Note abaixo como o indicador cruzou pela primeira vez seu pico anterior, que foi verificado durante a era das "pontocom". Ainda assim, por outro lado, veja como o indicador tem encontrado tendência de alta por mais de uma década. Se há um mantra que os investidores amam ainda mais do que Buffett, este mantra seria: "a tendência é sua amiga".
No entanto, nas últimas semanas, mesmo essa tendência de longo prazo não consegue justificar a aparência espantosa da métrica.
Com a capitalização de mercado dos EUA mais do que o dobro do nível do PIB estimado para o trimestre atual, o índice subiu para a maior leitura de todos os tempos, acima de sua tendência de longo prazo, sugerindo uma posição de “fortemente sobrevalorizado”.
Novamente, enquanto houver estímulos monetários e fiscais, o mercado deverá se sustentar em movimento de alta. Historicamente, estouros de bolhas são sempre precedidos de uma alta da taxa de juros, que não parece estar no radar.
O superciclo das commodities
Duas ponderações adicionais:
- Estamos entrando em um novo superciclo de commodities, possivelmente, que tende a ser bom para o mundo (dólar mais fraco);
- E com o novo ciclo, teremos mais inflação, que pressionará autoridades monetárias a atuarem na taxa de juros.
Veja abaixo como há uma relação entre os preços das commodities e a taxa de juros.
Ou seja, por um lado, um novo boom de commodities será bom para ativos de risco em mercados emergentes. Ele permitirá uma transição suave de posicionamento nos mercados desenvolvidos para outros mercados mais alternativos, relacionados com commodities, ao invés de um grande sell-off de uma só vez.
Mas, por outro, a inflação que virá junto com o ciclo poderá fazer com que a era de estímulos monetários tenha uma pausa.
Teremos provavelmente um ajuste, mas ele não será tão dramático quanto dizem e nem está tão próximo como estão ventilando. Ainda temos chão para aproveitar na alta dos ativos e, quando ela cessar, commodities ainda darão vida às estratégias internacionais de investimento.
Um posicionamento diversificado entre diferentes classes de ativos e em proteções parece atender os requisitos. Não é aconselhável a concentração em um momento como o atual.
Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.
Para saber mais qual as melhores oportunidades para aproveitarmos a alta vigente e o momento posterior de correção que viveremos, recomendo fortemente que você acompanhe a live de “1 ano de Vírus", amanhã (quarta-feira), 20h, promovida pelos brilhantes Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden, sócios-fundadores da Empiricus. É de graça, basta se inscrever neste link.
Um abraço!
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho