As oscilações do mercado financeiro e os princípios dos vasos comunicantes
“O acréscimo de pressão exercida num ponto em um líquido ideal em equilíbrio se transmite integralmente a todos os pontos desse líquido e às paredes do recipiente que o contém.”
No século 17, o físico, matemático e filósofo francês Blaise Pascal elaborou o enunciado acima com vasta aplicação ao estudo da hidrostática. Mais à frente, o teorema do físico e matemático belga Simon Stevin endereçou outras variáveis importantes para o que é conhecido como sistema dos vasos comunicantes.
Por definição, quando dois ou mais recipientes que contêm um mesmo líquido são conectados por um tubo, as colunas de líquido de todo o sistema terão a mesma altura se submetidas à mesma pressão, qualquer que seja o tamanho ou formato desse sistema.
Em outras palavras, dois sistemas interligados têm seus conteúdos “nivelados” e movimentos individuais sentidos em cada vaso são transmitidos ao restante do sistema até que o equilíbrio seja alcançado. O teorema é vastamente utilizado em sistemas hidráulicos e na interligação de reservatórios, o que permite a distribuição da água sem necessidade de bombas auxiliares.
Na prática, embora o princípio ainda seja válido, nem sempre o resultado é perfeito. É necessário levar em conta algumas características peculiares de cada fluido, como densidade, viscosidade e capilaridade, que geram diferenças no nível observado do sistema.
Aqui, há uma analogia entre o conceito da Física e as oscilações do mercado financeiro. E talvez a maneira mais fácil de construir esse raciocínio seja através de um olhar retrospectivo para as crises globais.
Leia Também
As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Em 2008, a crise originada no mercado de crédito imobiliário dos EUA foi sentida nos mais diversos ativos que, de alguma forma, estavam conectados ao mercado de capitais. Na época, o banco central americano implementou um programa de estímulos de compra de ativos com a intenção de aumentar a liquidez e reduzir a volatilidade dos mercados. Em 2013, a autoridade monetária iniciou a comunicação sobre a retirada desses estímulos, fenômeno conhecido como “tapering”, o que causou forte turbulência no mercado de capitais. No último relatório global da série Os Melhores Fundos de Investimento, mostramos o impacto do tapering nas principais classes de ativos de nossa carteira.
Em 2020, o efeito não foi diferente. A pandemia da Covid-19 causou a interrupção das cadeias globais de produção e uma queda abrupta de demanda por produtos e serviços, devido às medidas de restrição de mobilidade no mundo. O impacto nos ativos ocorreu de forma generalizada, mas não homogênea. Assim como cada fluido possui características próprias e comportamentos particulares, os ativos financeiros reagiram de modo diferente à atual crise sanitária.

Fonte: Bloomberg e Empiricus
No gráfico acima, é possível observar a queda generalizada de ativos de diversas classes. Dentre os índices de ações, o Ibovespa caiu até 40% e o S&P 500 recuou cerca de 28% no período destacado. Podemos ressaltar aqui o comportamento do ouro e do bitcoin, vistos como ativos que adicionam proteção e descorrelação aos portfólios. Durante o mês de março de 2020, o metal precioso chegou a cair 12% e a criptomoeda teve queda de até 46%.
Mas a lógica que se aplica aos maus momentos também vale quando os ventos sopram a favor: a recuperação desigual entre as economias desde o pior momento da crise no ano passado até hoje só reforça esse argumento.
Enquanto o S&P 500 levou três meses para alcançar novamente o patamar do início de março de 2020, o Ibovespa levou mais de oito meses, o bitcoin, dois meses e o índice que acompanha o mercado imobiliário nos EUA, o US REITs, atingiu o nível pré-crise apenas após um ano.
Quando isso acontece, o diferencial para o investidor está na experiência ao selecionar regiões, classes, ativos e gestores e nos tamanhos das posições que trarão a melhor combinação entre risco e retorno, tanto na parcela local quanto na internacional do portfólio.
Este é meu compromisso com o assinante do Melhores Fundos: acompanhar e recomendar os gestores que têm demonstrado resultados consistentes em meio às tempestades ou em momentos de bonança, aqueles poucos capazes de se valer das características dos sistemas em que estão inseridos para gerar retornos significativamente superiores no longo prazo.
Não se conectar ao sistema não é mais uma opção.
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso