🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

As ações de tecnologia estão caras ou baratas? Saiba como os analistas fazem as contas

Com o tempo, a análise dessas empresas migrou da abordagem de tradicional para um modelo de probabilidades e grandes números

16 de maio de 2021
7:05 - atualizado às 13:11
Ações tecnologia
Imagem: Shutterstock

Olá, seja muito bem vindo ao nosso papo de domingo que às vezes é sobre tecnologia, às vezes sobre investimentos, mas raramente sobre algo interessante. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Geralmente, minhas conversas com assinantes da Empiricus interessados em empresas de tecnologia começam com uma pergunta superobjetiva: 

Mas essas ações não estão muito caras? 

Faz alguns anos que tenho praticado, mas nunca consigo dar uma resposta diferente de "depende". 

Respostas vagas são a maldição dos economistas. 

Naturalmente, a tréplica é objetiva: "depende do quê?"

Leia Também

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dedicarei a coluna de hoje aos fatores que acredito ajudarem a explicar se uma ação está cara ou barata; mais especificamente, se uma ação de tecnologia está cara ou barata.

Modelo financeiro

Por mais abstrato que seja, a ação está vinculada a uma entidade viva. Uma empresa com funcionários, fornecedores, produtos, admiradores e haters. 

Não é racional pensar que um restaurante de bairro, tocado pelo professor de wrestling da escola local, possa valer mais de 1 bilhão de dólares. 

Existe um fio condutor conectando essas pontas: o preço da ação e as características da empresa subjacente. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esse fio são os seus fluxos de caixa. 

Não os fluxos de caixas passados, afinal, esses já foram embolsados e utilizados, mas sim a sua capacidade de gerar fluxos de caixa no futuro. 

Pense num imóvel. 

Seu imóvel não pode ser alugado por R$ 2 mil ao mês porque ele vale R$ 450 mil. Na verdade, ele vale R$ 450 mil porque pode ser alugado a R$ 2 mil ao mês. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É a capacidade de gerar fluxos de caixa que determina o valor de um ativo, e não o contrário. 

Essa é a essência do "valuation". Geralmente, é o planilhão que nós, analistas, fazemos com base nos demonstrativos financeiros das empresas, tentando estimar quais serão seus fluxos de caixa no futuro. 

Esses fluxos de caixa no futuro serão a nossa referência para dizer se a ação está cara ou barata.

Boneca russa

Essa é uma visão geral e genérica sobre o exercício. Mas claro, cada caso é um caso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A modelagem será tão mais precisa, quanto mais estáveis forem esses fluxos de caixa.  

No exemplo do imóvel, é relativamente simples projetar seu fluxo de caixa futuro. 

É o aluguel de hoje, corrigido pela inflação, e talvez com um aumento/contração de preços no vencimento do contrato.

Se estivermos falando de uma empresa regulada, como uma transmissora de energia, que têm seus contratos fechados e valores aprovados por um agente regulador, temos também um exercício relativamente simples. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Temos o capex (investimento) estimado para construção da linha, sabemos o indexador e a receita que irá remunerar essa operação; conhecemos relativamente bem o gasto necessário de manutenção, e temos o vencimento do contrato. 

Com essas informações podemos estimar um fluxo de caixa bastante digno… 

É trabalhoso e braçal, porém simples.

Ambos são exemplos com alta previsibilidade, uma característica típica de empresas maduras, estabelecidas ou reguladas. 

Isso é tudo o que uma empresa de tecnologia não é. 

Numa empresa de tecnologia, tudo pode mudar em questão de 12 meses.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um exemplo real

O Méliuz (CASH3) é uma das novas empresas de tecnologia que chegaram à B3. 

Seu novo produto, o cartão de crédito, levou um ano e meio para alcançar 1,5 milhão de clientes. 

Ao projetar os fluxos de caixa do Méliuz, quanto tempo você imaginaria ser necessário para que eles alcançassem seu próximo 1,5 milhão de cartões? 

O mesmo um ano e meio? Um ano? Seis meses? 

Na prática, demorou apenas um trimestre.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com esse exemplo eu quero dizer o seguinte: estimar os fluxos de caixa de uma empresa de tecnologia é ordens de magnitude mais complexo do que de uma empresa tradicional. 

Com o tempo, a análise dessas empresas migrou dessa abordagem de tradicional para um modelo de probabilidades e grandes números. 

Como assim?

Quando você vê uma notícia como essa: Clubhouse é avaliado em 4 bilhões de dólares em nova captação, você pensa: como uma empresa sem receitas pode valer 4 bilhões de dólares?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Existem duas respostas possíveis: a primeira é "não, não pode valer, isso é completamente irracional, não há premissas que justifiquem". 

Ou você pode pensar em termos relativos: "não tenho como saber quando eles começarão a monetizar o produto, mas trata-se de uma rede social, um modelo escalável, com efeitos de rede e muito potencial de viralizar."

Quem é o grande expoente do setor com as características acima? 

Resposta: o Facebook. 

O Facebook vale US$ 867 bilhões. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De maneira subjacente, ao avaliar o Clubhouse em 4 bilhões de dólares, seus investidores estão assumindo uma probabilidade de ~0,5% (4 bilhões / 867 bilhões) de que, no futuro, o Clubhouse possa se tornar o novo Facebook. 

Alguns acharão uma probabilidade muito baixa, que justifica o investimento. Outros acharão uma probabilidade muito alta, e não farão o investimento.

Unit Economics

Claro, o exemplo que eu usei é bastante extremo. Não devemos ficar comparando todo mundo com o Facebook. 

Na verdade, tentamos comparar a própria empresa de tecnologia com o que ela pode vir a ser no futuro. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Qual o problema de negócios que essa empresa resolve? 
  • Qual o tamanho do mercado em que essa empresa está inserida? E como esse mercado poderá se expandir ou contrair?
  • Se ela for bem sucedida, quais margens podem ser obtidas? 
  • Essas margens podem gerar que tamanho de fluxos de caixa no futuro? 
  • A que múltiplo deveria negociar uma empresa como essa, na maturidade? 

Esse conjunto de perguntas compõem o "depende" que responde à minha pergunta inicial. 

No presente, todas as empresas de tecnologia irão parecer ações caras mesmo. 

(i) Algumas delas, porém, estão imersas num mercado tão grande, com tantas oportunidades, que seus preços de hoje parecerão pechincha se eles forem bem sucedidos. 

(ii) Mas claro, eles podem fracassar. Nesse caso, os preços que hoje parecem caros, de fato são caríssimos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O grande problema nessa construção é que os resultados — (i) ou (ii) — serão conhecidos apenas no futuro. 

Tudo o que podemos fazer a respeito dele no presente é estudar, qualitativamente, e apostar em probabilidades. 

Na maioria dos casos, a hipótese (ii) se provará a correta. A maioria das empresas de tecnologia fracassam. 

Porém, na minoria dos casos em que a hipótese (i) se provar verdadeira, o retorno será tão grande que vai mais do que justificar todos os demais erros cometidos ao longo do caminho, desde que você tenha sabido dosar suas apostas. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Investir em tecnologia demanda muitas coisas, entre elas, humildade.

Contato

Se você gostou dessa coluna, pode entrar em contato comigo através do e-mail telaazul@empiricus.com.br, com ideias, críticas e sugestões. 

Também pode conhecer o fundo de investimentos que implementa as ideias que eu, o Rodolfo Amstalden e Maria Clara Sandrini nos dedicamos semanalmente a produzir. 

E claro, siga acompanhando meu trabalho através do Podcast Tela Azul, em que, todas as segundas-feiras, eu e meus amigos André Franco e Vinicius Bazan falamos sobre tecnologia e investimentos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Aproveite para se inscrever no nosso Telegram; todos os dias, postamos comentários sobre o impacto da tecnologia no mercado financeiro (e no seu bolso).

Um abraço!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
GALPÕES LOGÍSTICOS

A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas

14 de novembro de 2025 - 6:07

Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?

“REALMENTE ME ASSUSTA”

A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações

13 de novembro de 2025 - 19:01

Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo

A VOZ DOS GESTORES

A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado

13 de novembro de 2025 - 14:01

Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial

HORA DO “GRANDE CORTE”

De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?

13 de novembro de 2025 - 11:59

Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018

REAÇÃO AO RESULTADO

A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte

13 de novembro de 2025 - 9:35

O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade

SÓ NA RENDA FIXA

Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento

13 de novembro de 2025 - 6:03

Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida

EFEITO MCMV

Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques

12 de novembro de 2025 - 20:03

A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora

APURAÇÃO SEU DINHEIRO

O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”

12 de novembro de 2025 - 13:45

Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis

SEGUNDA OFERTA DE AÇÕES

Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa

12 de novembro de 2025 - 12:11

A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores

ESTÁ ARRISCADO DEMAIS?

Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?

12 de novembro de 2025 - 10:25

Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco

FIM DO TREINO?

Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes

12 de novembro de 2025 - 8:35

Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.

MERCADOS

Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima

11 de novembro de 2025 - 12:57

Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos

NÃO TÃO VACA LEITEIRA

Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas

11 de novembro de 2025 - 6:03

Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções

O QUE FAZER COM AS AÇÕES?

Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?

10 de novembro de 2025 - 15:05

O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade

NÃO TEM MAIS COMO CONTINUAR

Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa

10 de novembro de 2025 - 12:30

Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores

AO INFINITO E ALÉM

Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073

10 de novembro de 2025 - 12:17

O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços

DE CARA NOVA

Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje

10 de novembro de 2025 - 9:51

Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa

A BOLSA NAS ELEIÇÕES

A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda

9 de novembro de 2025 - 15:31

O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa

A SEMANA DOS MERCADOS

Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?

9 de novembro de 2025 - 10:30

Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção

DISNEY GARANTIDA?

Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo

8 de novembro de 2025 - 16:43

A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar