E o show de Powell salvou a bolsa

A semana que passou pode ser facilmente dividida em dois momentos: a expectativa pelo discurso de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole e a reação do mercado às palavras do chefe do Banco Central americano, que só foram proferidas nesta manhã (27).
O mercado não tinha lá expectativas de grandes anúncios, mas esperava encontrar nas palavras de Powell novos sinais sobre o futuro da política monetária da maior economia do mundo.
Não dando margem para leituras especulativas das entrelinhas, Powell foi direto ao assunto. Diante da recuperação econômica dos últimos meses, a gradual redução do programa de recompra de ativos deve se iniciar ainda em 2021. No entanto, a inflação ainda apresenta características de aspecto temporário, e a retirada dos estímulos não virá acompanhada de uma elevação das taxas de juros, já que essa é uma conversa que envolve diferentes variáveis.
Com um tom mais acomodatício do que o inicialmente esperado pelos investidores e pesando ainda mais o incerto impacto que a variante delta pode ter na economia global nos próximos meses, o discurso de Powell foi muito bem recebido pelo mercado, que começou a apostar que a redução dos estímulos não será tão imediata e deve ficar para os momentos finais de 2021 ou até mesmo 2022.
O alívio no mercado foi imediato. Os retornos dos títulos do Tesouro americano recuaram, e as bolsas americanas encontraram forças para renovar mais uma vez os seus recordes. Depois de semanas de intenso fluxo vendedor, a bolsa brasileira conseguiu algum fôlego para correr atrás do prejuízo e encerrou a semana em alta de 2,22%, voltando a acumular um retorno positivo neste ano.
Hoje o avanço foi de 1,65%, com o Ibovespa retomando o patamar dos 120 mil pontos, aos 120.677 pontos. Para Marcel Andrade, head de renda variável da Vitreo, fechar a semana acima dos 120 mil pontos é um importante marco técnico e permite que o Ibovespa busque reverter a tendência de baixa das últimas semanas. Mas, para que isso ocorra, é preciso que Brasília colabore e não agrave a situação atual.
Leia Também
Também divulgado hoje, o índice de preços (PCE, em inglês) subiu 0,4% em julho, em linha com o esperado pelo mercado. O número, aliado ao discurso de Powell, permitiu que o câmbio cedesse.
Os juros de longo prazo dos Treasuries engataram a trajetória de queda na manhã de hoje e assim seguiram até o fim do pregão. Com isso, o dólar à vista recuou 1,17%, aos R$ 5,1955. Na semana, a queda foi de 3,52%. O mercado de juros brasileiro, muito pressionado pela questão fiscal e pela crise hídrica, também conseguiu pegar carona no bom humor visto no exterior, e as taxas de longo prazo fecharam abaixo de 10%.
No noticiário corporativo, o destaque principal fica com as empresas que divulgaram pagamento de proventos - Usiminas e Banco do Brasil. Além disso, o BTG Pactual iniciou a cobertura de EspaçoLaser mostrando otimismo com as ações da novata.
Para encerrar, não dá para não falar do Banco Inter. O banco digital fez o primeiro movimento de expansão em solo americano ao anunciar a aquisição de uma empresa de remessas internacionais.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta sexta-feira, incluindo os principais destaques do pregão e as ações com o melhor e o pior desempenho na semana.
RUMO À CALIFÓRNIA
Banco Inter dispara após compra de empresa americana de remessas internacionais – Veja os detalhes
Ideia é atender não somente o público brasileiro que mora nos Estados Unidos, mas também clientes locais, oferecendo serviços disponíveis no Brasil.
ACIONISTA FELIZ
Banco do Brasil anuncia pagamento de Juros sobre Capital Próprio aos acionistas; saiba como receber
No total serão R$ 527,136 milhões em proventos, tomando como base as posições do dia 13 de setembro.
AGORA VAI?
Saindo diretamente do pet shop, Dogecoin quer se tornar um projeto sério. Afinal, é hora de investir em DOGE?
Criptomoeda-meme nunca foi levada a sério nem recomendada por especialistas, mas agora conta com uma sólida equipe de conselheiros. Spoiler: Elon Musk é um deles.
MUDANÇAS
Banco Central divulga novas medidas de segurança para o Pix após relatos de casos de sequestro-relâmpago
A agilidade das transferências feitas com a ferramenta facilitou a vida de muita gente, mas também pode estar ajudando sequestradores e golpistas.
ESTUDANDO SOLUÇÕES
Nova proposta para os precatórios? Entenda a medida que pode fixar ‘sublimite’ para despesa
A ideia é partir do valor registrado em 2016 (R$ 30,3 bilhões) e, na sequência, aplicar a mesma lógica de correção do teto de gastos, isto é, atualizar o limite pela inflação de 12 meses.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje
Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump
100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China
O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim
Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo
Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed