Esquenta dos mercados: exterior mantém fôlego mesmo com ‘Super Quarta’ e bolsa brasileira deve ficar de olho em precatórios e reforma do Imposto de Renda
A divulgação da política monetária do BC americano deve movimentar os negócios, enquanto no cenário local, a autoridade brasileira pode elevar ainda mais a Selic
O exterior segue com fôlego antes da “Super Quarta”, mas a bolsa brasileira precisará de nervos de aço para manter o otimismo. No radar estão a PEC dos precatórios, com uma saída ainda não muito bem explicada para quase metade do valor fora do teto de gastos, e a reforma do Imposto de Renda.
No fechamento de ontem (21), o Ibovespa recuperou os 110 mil pontos, ao subir 1,29%, a 110.249 pontos. O dólar à vista recuou 0,84%, a R$ 5,2863. O discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU quase não afetou os mercados, que olhavam de perto os debates envolvendo os R$ 89 bilhões em precatórios para o ano que vem.
O investidor deve ficar de olho no que o governo fará com essa folga no Orçamento para 2022, e as perspectivas não são das melhores. Saiba mais o que movimenta o mercado nesta quarta feira (22):
Congresso em foco
As principais pautas que envolvem as contas públicas estão nas mãos de Brasília nesta quarta-feira (22). A cúpula do Congresso Nacional pretende concluir os debates sobre a PEC dos precatórios entre 30 e 40 dias.
Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, costuraram um acordo para o pagamento das dívidas do governo com a manutenção do teto de gastos.
Entretanto, mais da metade dos R$ 89 bilhões, o valor total dos precatórios, deve ficar fora do teto de gastos já em 2022, aproximadamente R$ 49,2 bilhões. Apesar da pressa para a aprovação da PEC, esse valor fora do teto não foi explicado pelos presidentes das Casas.
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Além dos precatórios, o governo ainda precisa de mais linha para costurar outros acordos. A reforma do Imposto de Renda segue parada no Senado, e as mudanças propostas pelo texto também são importantes para a manutenção das contas públicas.
Mesmo assim, os investidores devem seguir de olho no que o governo federal fará com esse espaço no Orçamento para 2022. De acordo com o Palácio do Planalto, o montante irá para o turbinado Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família, que deve pagar em média R$ 300.
‘Super Quarta’
Ainda hoje, o investidor deve ficar de olho na decisão de política monetária de dois grandes Bancos Centrais. No Brasil, o Copom deve divulgar a taxa básica de juros, a Selic, após às 18h30. Na última ata, o BC anunciou uma nova alta de 1,00 ponto percentual para essa semana, atingindo uma taxa de 6,25% ao ano.
Entretanto, a piora da inflação tem colocado ainda mais pressão sobre a autoridade brasileira. O IPCA em 12 meses acumula alta de 9,68%, o que pressiona as expectativas de que o BC possa elevar os juros em até 1,25 ponto porcentual.
Para Gustavo Sung, economista responsável pelos relatórios de macroeconomia da Suno Research, esse movimento de alta mais forte da Selic evitaria uma perda de credibilidade do BC e reduziria a contaminação dos preços deste para o próximo ano.
Já no exterior, os investidores olham para a decisão de política monetária do Federal Reserve. O Banco Central americano deve manter os juros na faixa entre 0% e 0,25%, o que é dado como certo pelos analistas.
Entretanto, a expectativa com o tapering, a retirada dos estímulos da economia dos EUA, deve ser o ator principal. A coletiva de imprensa com Jerome Powell, presidente da instituição, deve ser o foco das atenções hoje.
Os especialistas esperam que a retirada de estímulos comece ainda no final deste ano, tendo em vista que a curva de juros e a inflação nos EUA seguem pressionados pela injeção de dinheiro por parte do Fed.
Na noite de ontem (21), o Banco do Povo da China (PBoC, em inglês) anunciou a manutenção da taxa de juros de um e cinco anos. As LPRs, como são conhecidas, permaneceram em 3,85% para empréstimos de um ano e 4,65% para empréstimos de cinco ou mais anos. Este é o 17º mês seguido da manutenção das taxas.
Bolsas pelo mundo
Os principais índices asiáticos encerraram o pregão sem direção única na manhã desta quarta-feira. Os investidores seguem de olho na crise de liquidez dos mercados chineses com o caso de Evergrande e atentos à decisão de política monetária do Fed.
Já as principais praças da Europa aceleram a recuperação da segunda-feira (10) após a abertura, também digerindo o caso Evergrande e com Fed no radar.
Por fim, os futuros de Nova York operam em alta, de olho nos próximos passos do tapering do BC americano.
Agenda do dia
- Congresso Nacional: Cerimônia de instalação da comissão especial na Câmara da PEC dos Precatórios, com eleição de presidente e relator (10h)
- Segundo dia da Assembleia Geral da ONU (12h)
- Ministério da Economia: Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 4º bimestre (14h30)
- Ministério da Economia: Secretários especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do Tesouro, Jeferson Bittencourt, detalham em coletiva relatório bimestral de receitas e despesas (15h)
- Estados Unidos: Fomc divulga decisão sobre política monetária
- Estados Unidos: Presidente do Fed, Jerome Powell, concede coletiva após decisão da política monetária (15h30)
- Congresso Nacional: Comissão especial na Câmara da PEC da reforma administrativa vota parecer do relator, Arthur Maia (DEM-BA) (15h30)
- Copom: Banco Central anuncia decisão sobre a Selic (a partir das 18h30)
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