A ressaca da Black Friday não tem sido das melhores para as varejistas. Com desemprego, juros e inflação em alta, o consumo tem sido fortemente prejudicado. Mesmo assim, parece que a Méliuz (CASH3) tem muito o que comemorar, o que fez com que as ações da companhia disparassem mais de 30% nesta sexta (03).
A empresa não é exatamente uma varejista. A Méliuz se descreve como uma empresa de tecnologia, mas atua quase como um braço de marketing, sendo uma vitrine para diversos produtos, empresas e serviços – os principais atrativos costumam ser os cupons de desconto e as compras com cashback.
Ao longo de todo o mês de novembro, a companhia promoveu o Festival das Blacks, com "cashbacks históricos" e ações de atração de novos compradores. O resultado fez com que a empresa fechasse o mês com o seu recorde histórico de vendas.
O volume de vendas (GMV) bateu a marca de R$ 923 milhões, alta de 87% contra o mesmo período do ano passado. O número de novos compradores também avançou, com um crescimento de 82% em relação a novembro de 2020 - outro recorde histórico. O total de compradores avançou 70%.
A empresa de tecnologia vem expandindo a sua área de atuação e já tem uma fila de espera para o seu mais novo lançamento - o cartão de crédito Méliuz, com mais de 200 mil inscritos em duas semanas.
Em momento de escassez de boas notícias para o varejo, as ações da companhia subiram forte hoje, fechando em alta de 32,95%, a R$ 3,47. O resultado puxou também as ações do Banco Pan, que já teve a incorporação com a Méliuz aprovada. BPAN4 fechou o dia com alta de 5,00%, a R$ 11,56.
O que dizem os analistas sobre Méliuz
Eduardo Bosnan, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, analistas do banco BTG Pactual, gostaram do que viram e ainda destacaram que o time de gestão por trás da companhia é formado por pessoas jovens, apaixonadas e brilhantes.
Além disso, a grande base de consumidores está pronta para ser ainda mais engajada, o que justifica a permanência da recomendação de compra para os papéis. Atualmente, o banco de investimentos aponta um preço-alvo de R$ 6, um potencial de alta de 129% para os papéis.
Se você achou o número otimista, é bom lembrar que as ações da Méliuz chegaram a acumular uma alta de 300% no ano, mas agora acumulam uma alta de apenas 4%. "Neste ano a empresa está muito mais capitalizada após o follow on, avançou nas aquisições e está mais forte do que no momento do seu IPO", diz o relatório.
Os analistas destacam que o bom desempenho das ações da Black Friday cria a expectativa de que o balanço do quarto trimestre da companhia venha mais forte do que o inicialmente esperado.