Em mais um dia fraco, Ibovespa perde força e fecha em queda; dólar volta a flertar com os R$ 5,70
Temores com a ômicron no exterior e volumes reduzidos limitaram novas altas, o que pesou na bolsa brasileira; juros e dólar responderam mal ao IGP-M e à pressão dos servidores públicos por aumentos
Parecia que, neste penúltimo pregão do ano, o Ibovespa poderia pegar carona no rali de ano novo do exterior e fechar no azul.
Mas, lá fora, após um certo otimismo no começo da semana - que não pegou muito por aqui -, faltou gás para novas altas, com os índices de ações fechando sem direção definida. E, em mais um dia de liquidez reduzida, a movimentação dos preços também não foi lá muito intensa.
Ao longo desta quarta-feira (29), o clima de rali foi, pouco a pouco, dando lugar a um cansaço pré-recesso de Réveillon, e os mercados locais seguiram o exterior.
Assim, o Ibovespa, que começou o dia alternando entre altas e baixas e lutando para manter os 105 mil pontos, logo se firmou em queda, e chegou até mesmo a perder o patamar dos 104 mil pontos, no pior momento do dia. No fim do pregão, fechou em baixa de 0,72%, aos 104.107 pontos.
A responsável pela água no chope da festa de fim de ano nos mercados mundiais é a variante ômicron do coronavírus, que paira como uma sombra sobre a cabeça dos investidores.
Inicialmente, eles reagiram bem ao fato de que os governos não devem impor restrições muito severas à circulação de pessoas por conta da pandemia, ao menos não agora, na reta final de 2021.
Leia Também
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Mas hoje não houve fôlego para ganhos mais significativos, tendo em vista que a ômicron ainda assim é uma ameaça e que os volumes de negociação estão fracos em todos os mercados, como é típico desta época do ano.
Além disso, o noticiário não deixa os investidores esquecerem o risco: vários países, incluindo os EUA, vêm batendo recordes de casos, e hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a potencial piora no quadro da pandemia com a nova cepa, mais contagiosa, e o seu convívio com a variante delta.
Assim, as bolsas asiáticas e europeias fecharam majoritariamente em baixa - o índice pan-europeu Stoxx 600, que reúne as principais empresas do Velho Continente, fechou com recuo de 0,63%.
E, em Wall Street, um pregão que começou relativamente animado terminou com movimentações modestas. O Dow Jones fechou em alta de 0,25%, o S&P 500 avançou 0,14%, após um pregão instável, e o Nasdaq recuou 0,10%. Ainda assim, o Dow Jones e o S&P 500 bateram novos recordes de fechamento.
O dólar à vista e os juros futuros, por sua vez, tiveram altas firmes nesta quarta. A divulgação do IGP-M acima da mediana das estimativas, combinada com a pressão dos servidores federais por aumentos salariais, pesou sobre o risco fiscal, mesmo com o bom desempenho das contas públicas em novembro, exibindo superávit primário pela primeira vez para o mês em quatro anos.
Com isso, a moeda americana fechou em alta de 0,95%, a R$ 5,6934, voltando a flertar com o patamar de R$ 5,70. Confira também o desempenho dos principais vencimentos de DI:
- Janeiro/23: de 11,68% para 11,825%;
- Janeiro/25: de 10,592% para 10,685%;
- Janeiro/27: de 10,501% para 10,58%.
Ômicron ameaça rali
A principal ameaça para o rali de final de ano dos mercados é a disseminação da ômicron.
As autoridades mundiais têm optado por medidas de distanciamento social mais brandas, que não parecem ser suficientes para conter o avanço da nova cepa do coronavírus. A França, por exemplo, registrou ontem mais de 179 mil infecções por covid-19, o maior número desde o início da pandemia.
Portugal também renovou o recorde, com 17 mil novas infecções, enquanto a Inglaterra confirmou mais 117 mil casos. Apesar disso, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reiterou que não pretende impor novas restrições antes de 2022.
No Japão, autoridades sanitárias em duas das maiores cidades do país, Tóquio e Osaka, pediram que a população evite aglomerações nas festividades de final de ano.
Já na Espanha e em Xian, na China, os governos regionais foram mais duros: o país europeu decidiu limitar as celebrações pela chegada de 2022, e a cidade chinesa entrou no sétimo dia de lockdown hoje.
Inflação incomodou
Com a prévia da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vindo abaixo das expectativas em dezembro, os investidores aguardavam ansiosamente para conferir como seria o comportamento do IGP-M, divulgado hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O resultado foi uma alta de 0,87% no mês, contra avanço de 0,02% em novembro. O índice, mais conhecido como a “inflação do aluguel”, veio um pouco acima da mediana de 0,74% dos especialistas ouvidos pelo Broadcast, mas dentro do intervalo geral para os palpites, que ia até 1,02%. Ainda assim, fez pressão sobre os juros futuros.
Com a nova aceleração, o IGP-M terminou 2021 com alta de 17,78%. Apesar de ainda estar elevado, o percentual é menor do que os 23,14% acumulados no ano passado.
Sobe e desce
Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| VIIA3 | Via ON | R$ 5,02 | +1,41% |
| TIMS3 | TIM ON | R$ 12,89 | +1,02% |
| BEEF3 | Minerva ON | R$ 10,62 | +0,66% |
| MRFG3 | Marfrig ON | R$ 22,92 | +0,61% |
| VIVT3 | Telefônica Brasil ON | R$ 48,27 | +0,60% |
Confira também as maiores quedas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| AZUL4 | Azul PN | R$ 23,86 | -7,34% |
| CVCB3 | CVC ON | R$ 13,14 | -7,33% |
| GOLL4 | Gol ON | R$ 16,66 | -6,72% |
| BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 27,58 | -4,90% |
| QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 16,02 | -4,76% |
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025

