Sintonizado em Brasília, Ibovespa fica no vermelho e volta ao patamar dos 125 mil pontos; dólar sobe 1,5%
O tempo feio em Brasília levou o Ibovespa a fechar o dia em queda de 0,90%, aos 125.666 pontos. O dólar à vista encerrou a sessão com uma alta de 1,45%, a R$ 5,0453
Desde o dia 27 de abril de 2021, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da covid-19 investiga a atuação do governo federal durante a pandemia do coronavírus e a condução da crise sanitária que causou caos no começo do ano no estado do Amazonas.
As semanas que antecederam a instauração da comissão foram de pressão para o mercado financeiro. O temor era de que com as atenções na CPI, o governo ficasse fragilizado e as reformas e privatizações ficassem de lado, atrapalhando o andamento da agenda liberal e antecipando o cenário eleitoral de 2022.
Não foi preciso esperar muito tempo para notar que a reabertura econômica e o andamento da vacinação do país falaram mais alto. A CPI já estava a todo vapor quando a bolsa, por exemplo, rompeu o nível dos 130 mil pontos e o governo conseguiu aprovar a capitalização da Eletrobras. Com o tempo, os depoimentos e acontecimentos em Brasília foram simplesmente sumindo do radar. Pelo menos até essa semana.
Desde sexta-feira (25) o governo convive com uma enxurrada de denúncias de corrupção que envolvem pessoas importantes da base governista e vêm à tona no momento que o país ultrapassa a marca de meio milhão de mortos pelo coronavírus. A pressão tem sido tanta que até mesmo um "superpedido" de impeachment foi protocolado, com a união de membros de partidos opostos.
Já são tantos pedidos de impeachment na mesa do presidente da Câmara, Arthur Lira, que o mercado financeiro não tem dado muita bola para essas movimentações, mas hoje foi diferente. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que o texto não deve ser banalizado e que Lira irá analisar o documento de forma técnica, dando uma importância maior do que o esperado.
Para Rafael Passos, sócio da Ajax Capital, o movimento não deve ganhar forças, mas é suficiente para causar estragos na base do governo. Sem base, sem reformas. E esse é um cenário que o mercado financeiro não quer.
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Assim, o clima mais ameno no exterior — com as preocupações com a variante delta se amenizando — não afetou a bolsa brasileira. Além da crise política em Brasília, os investidores seguem repercutindo a reforma tributária negativamente, principalmente no setor bancário, de grande peso para o Ibovespa.
O índice, que chegou a perder os 125 mil pontos no pior momento do dia, conseguiu reduzir o ritmo de queda, fechando o dia com um recuo de 0,90%, aos 125.666 pontos. O tempo feio em Brasília também impactou no câmbio, com o dólar à vista voltando a ser negociado acima dos R$ 5 e encerrando a sessão com uma alta de 1,45%, a R$ 5,0453. A curva de juros também foi afetada, com pressão principalmente nos vencimentos mais longos. Confira:
- Janeiro/22: de 5,69% para 5,71%
- Janeiro/23: de 6,70% para 7,12%
- Janeiro/25: de 8,06% para 8,17%
- Janeiro/27: de 8,49% para 8,62%
Cavando mais fundo?
Depois das denúncias feitas pelo deputado Luis Miranda e pelo jornal Folha de S. Paulo, hoje a CPI da covid-19 recebeu o representante da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que afirmou ter recebido pedido de propina por parte do Ministério da Saúde.
A sessão foi tumultuada e acabou gerando ainda mais estresse para o governo federal. O policial militar rapidamente se virou contra o denunciante Luís Miranda, o que levantou as suspeitas de a testemunha ter sido plantada para desqualificar a denúncia inicial de corrupção. A situação tende a agravar a crise no Planalto.
Digerindo lentamente
A reforma tributária também segue incomodando, com impacto principalmente no setor bancário, o que pressionou o Ibovespa para baixo. Nesse caso, a Petrobras também ajudou, se descolando da alta do petróleo vista no exterior.
Desde que a proposta ganhou os holofotes, na última sexta-feira, o ministro Paulo Guedes tem reafirmado que o texto tem gordura para queimar. Ou seja, o governo estuda alíquotas menores que pesem menos no balanço das empresas.
Para Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, tanto a reforma tributária quanto os ruídos políticos devem ter efeitos limitados, com a bolsa passando por uma correção técnica. “Mesmo que no curto prazo ocorram realizações pontuais, a expectativa segue positiva com a melhora das projeções para a economia”
Leonardo Milane, sócio e economista da VLG Investimentos, também vê os movimentos de queda recentes como naturais e não uma inversão de tendência. "Temos commodity subindo, economia reabrindo, privatizações e desinvestimentos aprovada”.
Mercado de trabalho em foco
Em Wall Street, as bolsas repercutiram positivamente os dados do mercado de trabalho do país e agora aguardam o grande evento da semana - a divulgação do payroll, um dos mais importantes indicadores da atividade americana.
Pela manhã, o país anunciou a queda do número de novos pedidos de auxílio-desemprego para o menor nível da pandemia, a 364 mil. Embora seja um número positivo, ainda é menor do que a projeção dos analistas.
Os números levaram o S&P 500 ao seu sexto recorde de fechamento consecutivo, após uma alta de 0,52%. O Nasdaq e o Dow Jones também fecharam no azul, subindo 0,13% e 0,38%, respectivamente.
No Brasil, também tivemos novidades sobre o mercado de trabalho. Ontem, a taxa de desemprego deixou um gosto amargo na boca dos analistas, mesmo que o número de 14,7% tenha vindo em linha com o esperado. Hoje, o Caged mostrou que o Brasil criou 280.666 novas vagas, acima do esperado.
Sobe e desce
A BR Distribuidora escapou da cautela que predominou durante toda a sessão e disparou na ponta da tabela. O movimento veio após a Petrobras vender a sua participação na companhia, em uma operação que movimentou R$ 11,358 bilhões. As ações da BR Distribuidora foram precificadas a R$ 26 na oferta.
Na sequência, as ações da PetroRio subiram amparadas pelo avanço do petróleo no mercado internacional. Os investidores aguardam a reunião dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) que acontece amanhã e deve definir o futuro da produção da commodity. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| BRDT3 | BR Distribuidora ON | R$ 28,48 | 6,75% |
| PRIO3 | PetroRio ON | R$ 20,45 | 4,93% |
| RAIL3 | Rumo ON | R$ 19,80 | 3,39% |
| MRFG3 | Marfrig ON | R$ 19,46 | 1,67% |
| WEGE3 | Weg ON | R$ 34,18 | 1,45% |
Confira também as maiores quedas do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| MULT3 | Multiplan ON | R$ 22,55 | -4,04% |
| LWSA3 | Locaweb ON | R$ 26,00 | -3,92% |
| TOTS3 | Totvs ON | R$ 36,29 | -3,61% |
| LREN3 | Lojas Renner ON | R$ 42,70 | -3,46% |
| CVCB3 | CVC ON | R$ 26,83 | -3,21% |
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