Ata do Fed reafirma caráter temporário da inflação, mas bolsas aceleram queda; dólar avança
A ata do Fed é o grande evento do dia, e os mercados operam com o freio de mão puxado, aguardando o pronunciamento de Jerome Powell
A aparente calmaria que tomou conta dos mercados nos últimos dias chegou ao fim nesta quarta-feira (19).
No Brasil, a CPI da covid-19 escutou pela manhã o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e a Câmara deve discutir e votar a Medida Provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras. Mas é o mercado externo que dá as cartas no momento.
O mercado estava na expectativa pela divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, quando o BC americano deixou a política monetária inalterada, buscando sinais de que a pressão inflacionária e a recuperação econômica podem levar a instituição a aumentar a taxa de juros.
O documento não trouxe grandes novidades. Os dirigentes voltaram a afirmar que o impacto nos preços é oriundo de pressões temporárias e que o cenário ainda demanda uma política monetária acomodatícia, ainda que os estímulos monetários e fiscais venham fazendo a economia crescer.
Mesmo assim as bolsas americanas, que vinham reduzindo a queda na última hora, voltaram a acelerar o recuo e o retorno dos títulos dos Treasuries atingiram novas máximas. Os investidores aguardam a coletiva de imprensa de Jerome Powell, presidente da instituição, e ponderam sobre a colocação de alguns dirigentes de que a discussão sobre a redução da compra de ativos pode começar.
Acompanhando o ritmo, por volta das 15h25, o principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 0,34%, aos 122.552 pontos. Com a Eletrobras no radar dos investidores, o setor elétrico sobe em bloco, ajudando o Ibovespa a não se afastar dos 122 mil pontos. O dólar à vista avançava 0,65%, cotado a R$ 5,2892 no mesmo horário.
Leia Também
Bitcoin em queda livre
O que acontece com o bitcoin? Os repórteres Victor Aguiar e Renan Sousa conversaram com André Franco, analista de criptomoedas da Empiricus, sobre as perspectivas para as moedas digitais.
Ata do Fed
O grande evento da semana é a divulgação da ata da reunião do Federal Reserve (15h). Ela dará o tom da política monetária do Banco Central americano para os próximos meses, e os investidores esperam o documento com cautela.
Tanto os índices europeus quanto os asiáticos, já fechados, estão no vermelho, com a aversão ao risco crescendo antes da divulgação da ata.
O temor geral é de que o Fed altere sua política monetária antes da hora. Se, por um lado, a instituição financeira estaria se adequando aos novos tempos, de retomada econômica e retiro dos estímulos, por outro, poderia incentivar a migração de recursos para ativos como os Treasuries, os títulos do Tesouro dos EUA. Além disso, esse movimento indicaria que a situação inflacionária do país está no limite, o que aumentaria ainda mais a pressão sobre os ativos de risco.
No documento, os dirigentes sinalizaram que as expectativas de inflação permanecem ancoradas e voltaram a afirmar aceitar a possibilidade de um índice acima de 2% "por algum tempo". Embora categorizem a alta dos preços como temporária, o Fed apontou riscos duradouros caso 'gargalos' não sejam resolvidos.
Na expectativa, o retorno dos Treasuries recuam nesta tarde. Após um dia de alta expressiva, o mercado de juros brasileiro segue a mesma tendência. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 4,98% para 4,96%
- Janeiro/2023: de 6,82% para 6,79%
- Janeiro/2025: de 8,30% para 8,26%
- Janeiro/2027: de 8,87% para 8,85%
Eletrobras: é hoje?
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que colocará em pauta na Casa ainda hoje a MP da privatização da Eletrobras. Confira aqui o que está em jogo com essa Medida provisória e quanto a estatal pode vir a valer.
As ações da Eletrobras (ELET3 e ELET6) acompanham os movimentos da MP, com o mercado apostando cada vez mais fichas na aprovação da medida. Só em 2021, a valorização dos papéis gira em torno dos 20%, subindo dos R$ 32 para o patamar dos R$ 40 só com a reação aos acenos do governo.
A oposição já anunciou que irá tentar barrar a MP, mas Lira voltou a afirmar que a discussão está na pauta do dia.
Ainda assim, hoje, o setor elétrico sobe em bloco, de olho em Brasília. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| BRFS3 | BRF ON | 21,77 | 3,37% |
| CPFE3 | CPFL Energia ON | 28,60 | 2,55% |
| ELET6 | Eletrobras PNB | 41,90 | 2,37% |
| EQTL3 | Equatorial ON | 25,76 | 2,92% |
| ENGI11 | Engie units | 45,88 | 2,46% |
Na ponta contrária, Vale e siderúrgica recuam forte após uma nova queda do minério de ferro. Confira:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| CSNA3 | CSN ON | 46,82 | -4,86% |
| EMBR3 | Embraer ON | 15,71 | -4,32% |
| GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | 15,11 | -3,70% |
| GGBR4 | Gerdau PN | 34,55 | -3,65% |
| VALE3 | Vale ON | 110,72 | -3,39% |
Pazuello na CPI
O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, dá seu depoimento à CPI da Covid desde às 9h de hoje. Sua fala é a mais esperada desde a criação da Comissão, porque, durante sua gestão, a crise do coronavírus se agravou em Manaus, com problemas na distribuição de oxigênio e superlotação dos hospitais.
Assim como o depoimento de ontem (18) do ex-chanceler Ernesto Araújo, Pazuello não deve influenciar diretamente a bolsa. Entretanto, sua fala pode aumentar a pressão sobre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e sua relação com as Casas Legislativas.
Essa relação, sim, pode influenciar no andamento de pautas, como o pacote de reformas e outras prioridades do governo.
Ricardo Salles investigado
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a Pasta são alvos de operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (19). Conforme a PF, a ação tem como objetivo apurar crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando que teriam sido praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro. Ao todo, são 35 mandados de busca no Distrito Federal, São Paulo e Pará. A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com o Broadcast.
Assim como o depoimento de Pazuello, essa operação coloca ainda mais pressão sobre o noticiário em Brasília e deve respingar na bolsa brasileira.
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina

