A volta dos IPOs: nova onda de ofertas iniciais de ações deve movimentar até R$ 30 bilhões
Mesmo com a pandemia ainda no caminho da recuperação econômica, a terceira janela de ofertas promete balançar a bolsa brasileira
Com os sinais de recuperação gradual da economia, a despeito da pandemia de covid-19, uma nova fila de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) começa a ganhar corpo e, segundo especialistas de mercado, tem potencial para movimentar até R$ 30 bilhões em negócios.
A lista inclui companhias como a Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, a rede de academias Smart Fit e outras não tão conhecidas do público em geral, mas que são líderes em seus segmentos de atuação - caso da Desktop, provedora de internet de banda larga por fibra óptica e uma das maiores plataformas de ISPs (Internet Service Provider ou Provedor de Serviços de Internet) do Brasil.
"Estaremos numa janela muito melhor do que na anterior, de menor ruído político, um processo de reabertura da economia no País em andamento e a vacinação se acelerando", diz o diretor executivo do Bradesco BBI, Felipe Thut.
Retrospectiva
"Janela" é o termo que o mercado costuma usar para se referir aos períodos em que o investidor se mostra mais receptivo ao lançamento de novas ações.
Na "janela" que terminou em maio, as companhias que abriram capital na Bolsa de Valores conseguiram captar cerca de R$ 18 bilhões. Mas esse número poderia ter sido maior.
Operadores estimam que outros R$ 10 bilhões em ofertas tiveram de ser engavetados diante de fatores como a dificuldade do governo para fechar o Orçamento deste ano e a instabilidade política decorrente desse atraso, além da indefinição sobre o ritmo de vacinação no País.
Leia Também
Condições melhores
A percepção agora é de um cenário local mais estável, o que pode ajudar a reduzir a volatilidade na Bolsa. "Já fizemos R$ 65 bilhões em ofertas na Bolsa, incluindo os follow ons (novas captações de empresas que já têm ações na Bolsa), e há chance de chegarmos aos R$ 100 bilhões com essa próxima janela", acrescenta Thut.
Esse foi o volume de ofertas registrado em 2019. Para ele, os lançamentos de ações devem alcançar R$ 160 bilhões neste ano, superando o recorde de R$ 129 bilhões de 2020.
Esta será a terceira "janela" de 2021. Na primeira, as empresas captaram R$ 33 bilhões, um recorde, seguidos pelos R$ 18 bilhões da temporada de maio.
Nesta nova fase, os preços das ações a serem lançadas devem começar a ser fechados no final deste mês, e a tendência é que as empresas usem os números positivos registrados nos balanços do primeiro trimestre para convencer os investidores que eles farão um bom negócio ao apostarem no crescimento do mercado local.
PIB
O ânimo dos investidores também deve ser sustentado por novas projeções mostrando um avanço maior do PIB do que o inicialmente esperado para este ano. Entre as instituições que projetam crescimento de até 5%, estão os bancos Itaú e Fibra.
Embalada por essas revisões e a manutenção de forte demanda por commodities, a B3 atingiu na sexta-feira a máxima histórica no fechamento do pregão, aos 125.561 pontos.
Candidatas para a estreia
Essa nova temporada de IPOs terá empresas de grande porte puxando a fila. A operação que deve envolver o maior volume em dinheiro é a da Raízen, com potencial de superar os R$ 10 bilhões.
As cimenteiras CSN Cimentos e InterCement podem movimentar outros R$ 7 bilhões, enquanto a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do Grupo Votorantim, pode captar R$ 2 bilhões. As três já formalizaram o pedido de análise da oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Outro bloco que se forma na fila de estreantes inclui empresas do segmento de telefonia. A Brisanet, um dos maiores provedores de banda larga fixa no Brasil, com operações principalmente no Nordeste, tem planos de levantar até R$ 2 bilhões e abrir capital em julho. A oferta ainda não chegou à CVM.
Do mesmo segmento, a Desktop já apresentou seu pedido para análise da Comissão. A companhia contratou como coordenador-líder do IPO o Itaú BBA, além da atuação do UBS BB, BTG Pactual e Bradesco BBI.
Já a rede de academias Smart Fit, que também já protocolou seu pedido de oferta na CVM, pretende movimentar R$ 1,7 bilhão. A operação tem como coordenador-líder o Itaú BBA, além da atuação do Morgan Stanley e do Santander.
De acordo com fontes, a gestora de recursos Dynamo, o Canada Pension Plan Investment Board (CPP) e a Novastar, afiliada do GIC Special Investments, podem ancorar quase metade da oferta.
Outra que pretende aproveitar o bom momento é a Multilaser, de bens de consumo voltada a consumidores de baixa renda e com mais de 5 mil produtos, de eletrodomésticos a itens de informática. A empresa retomou a ideia de levar adiante uma oferta, suspensa em 2018.
Além dela, a plataforma TradersClub, voltada a investidores de varejo, pediu registro para sua oferta e espera movimentar algo em torno de R$ 700 milhões.
O que dizem os analistas
O que se espera é que as operações maiores, que têm liquidez, tenham o grosso da adesão dos investidores. Por outro lado, segundo analistas, existe demanda por diversificação nas carteiras, o que tende a levar os gestores - especialmente os ligados a fundos de longo prazo - a buscar empresas que tenham uma imagem de inovadoras e disruptivas.
"Para nós, nada mudou no momento atual, porque temos uma estratégia de longo prazo e de nos tornarmos parceiros das companhias. Estamos abertos, continuamos olhando e estudando empresas que querem vir a mercado", diz o sócio do Opportunity, Marcos Pinheiro, cogestor de R$ 18 bilhões que estão alocados em alguns fundos da asset.
Pinheiro faz duas ponderações em relação ao momento atual. Ainda há incerteza quanto ao risco de novos aumentos da inflação no mundo, especialmente nos EUA - o que pode levar o Fed (o Banco Central americano) a elevar os juros -, e também preocupação com os desdobramentos das eleições presidenciais de 2022 no Brasil.
"Não é uma antecipação da volatilidade que normalmente antecede as eleições, mas uma preocupação com o processo eleitoral de 2022, que tem cenário bastante incerto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovic, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII