Investidores estão complacentes com riscos, diz estrategista da Pimco
Para Esteban Burbano, estrategista da gestora de US$ 1,9 trilhão, preço dos ativos internacionais não reflete adequadamente as surpresas que podem surgir no cenário. Mas ele vê avanços no Brasil
Estive pela primeira vez com Esteban Burbano há um ano, quando o vice-presidente executivo e estrategista da Pimco esteve no Brasil e concedeu uma entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro.
Na ocasião, o executivo de uma das maiores gestoras do mundo – com um total de US$ 1,9 trilhão sob gestão – revelou estar mais otimista que a média do mercado, então abalado pela forte queda das bolsas americanas e pelo risco de recessão da maior economia do mundo.
Agora que o cenário mudou para melhor e os investidores em geral vivem um certo clima de euforia, Burbano voltou a mostrar uma visão diferente. Mas desta vez pelo tom mais cauteloso.
Para ele, o risco de uma recessão global de fato foi adiado com as medidas tomadas ao longo do ano passado pelos Bancos Centrais. Mas os preços dos ativos internacionais não refletem adequadamente as surpresas que podem surgir no cenário.
O executivo da Pimco, especialista em renda fixa, avalia que o mercado de um modo geral está complacente e não tem considerado adequadamente a volatilidade que pode surgir de eventos como a eleição presidencial americana.
“Hoje nós monitoramos opções para capturar uma potencial valorização, mas principalmente procuramos proteger o portfólio caso haja uma reversão no cenário”, afirmou.
Leia Também
Copom mantém Selic em 15% ao ano e não dá sinais de corte no curto prazo
Coronavírus e eleições
O mês de janeiro provou que notícias inesperadas e negativas podem surgir a qualquer momento, tanto com a escalada do conflito entre Estados Unidos e Irã como no surto do coronavírus.
Burbano me disse que foi bastante questionado pelos investidores que visitou durante a passagem pelo Brasil sobre o impacto da doença na economia e nos mercados, por isso a necessidade de contar com proteções na carteiras.
“Existe uma vasta gama de resultados possíveis, pode ser um ‘não evento’ ou um evento significativo.”
Como se não bastassem os eventos imprevisíveis, os investidores também não têm colocado na conta os riscos já mapeados no radar, como as eleições presidenciais deste ano nos EUA.
Mesmo antes do resultado das primárias do partido Democrata, a visão predominante hoje é a de que o presidente Donald Trump conseguirá se reeleger, diante das variáveis econômicas positivas, como desemprego e a alta do mercado acionário.
“Os preços dos ativos hoje estão refletindo muito as notícias positivas e não suficientemente as surpresas no horizonte.”
O mesmo vale para o desempenho da economia norte-americana. Burbano até concorda com a visão positiva do mercado para o PIB do país – ainda que com crescimento mais baixo – mas não com a perspectiva de baixa volatilidade.
Com os cortes de juros promovidos ao longo do ano passado, o BC norte-americano (Fed) foi bem sucedido na missão de evitar uma recessão da maior economia do mundo, que vive um de seus mais longos ciclos de crescimento.
Mas agora o poder de fogo do Fed para conter uma eventual crise diminuiu, ainda que seja maior que de outros BCs, como o europeu e o japonês. A expectativa da Pimco é de estabilidade de juros no atual intervalo de 1,5% e 1,75% ao longo deste ano. “A economia americana está bem, mas frágil”, disse.
Como ganhar dinheiro?
Diante desse cenário, marcado ainda pelos juros baixos em várias partes do mundo, como fazer para ganhar dinheiro na renda fixa e, ao mesmo tempo, estar protegido caso a perspectiva de maior volatilidade se confirme?
Burbano me respondeu que a estratégia da Pimco é basicamente evitar exposição a ativos considerados muito caros. “Ao mesmo tempo, buscamos posições que consideramos protegidas mesmo em um cenário negativo provocado pelo ambiente político, geopolítico ou de uma crise de saúde que podemos viver neste ano.”
E quais seriam essas posições? O estrategista disse que os fundos globais de renda fixa da gestora equilibram ativos de crédito, que carregam rentabilidades mais atrativas, e títulos soberanos de governos, que atuam como hedge (proteção).
Dentro dessas duas categorias, o que faz a diferença é saber quais ativos deter. Afinal, dentro dos títulos públicos, existem US$ 14 trilhões hoje com taxas de juros negativas. “Não acho que faz muito sentido deter papéis com juros negativos”, disse Burbano.
Brasil na direção certa, mas...
Por falar em Brasil, não podia deixar de perguntar a opinião do executivo da Pimco sobre os avanços na agenda macroeconômica do país no ano passado. Ele estava entre os mais cautelosos sobre a capacidade do governo de aprovar medidas no Congresso sem uma maioria consolidada.
“Como investidores estrangeiros, temos uma visão positiva do Brasil porque enxergamos que foram dados passos na direção certa. A reforma da Previdência foi o primeiro e mais difícil desses passos.”
O fundo da Pimco mantém aproximadamente 2% do portfólio em ativos brasileiros, incluindo títulos do governo e de empresas como Petrobras – a maior parte emitidos no exterior.
Embora Burbano veja boa vontade política para a continuidade da agenda de reformas, as incertezas continuam elevadas, não só no Brasil como em outros mercados emergentes.
“O clima político pode mudar do dia para a noite, por isso é preciso ser humilde e manter posições pequenas por país.”
Só para qualificados
A Pimco distribui desde 2016 seu fundo global de renda fixa no Brasil e hoje possui R$ 3 bilhões sob gestão por aqui. No ano passado, a gestora lançou uma versão com exposição à variação cambial. Ambos seriam ótimas opções para diversificação da carteira no exterior.
Digo "seria" porque a regra da CVM determina que apenas os chamados investidores qualificados – que possuem pelo menos R$ 1 milhão – podem aplicar em fundos com mais de 20% do patrimônio no exterior.
Selic em 15% ao ano ainda vai longe, acredita Roberto Padovani, economista-chefe do BV
Para o economista, tem um indicador em específico que está no radar do BC e esse dado deve definir o destino dos juros básicos nos próximos meses
Lotofácil atola junto com Mega-Sena, Quina e outras loterias, mas hoje pode pagar mais até que a +Milionária
Prêmio acumulado na Mega-Sena vai a R$ 48 milhões, mas ela só volta à cena amanhã; Lotofácil pode pagar R$ 10 milhões nesta quarta-feira (5).
Na próxima reunião, o Copom corta: gestora projeta Selic em 14,5% ao fim deste ano e espera queda brusca em 2026
Gestora avalia que números da economia sustentam um primeiro corte e que política restritiva pode diminuir aos poucos e ainda levar inflação à meta
Gás do Povo já está valendo: veja como funciona o programa que substituiu o vale-gás
Gás do Povo, programa do governo federal que substitui o vale-gás, promete atender 15,5 milhões de famílias de baixa renda com distribuição gratuita de botijões
Banco do Brasil (BBAS3) oferece até 70% de desconto na compra de imóveis em todo o país
A nova campanha reúne mais de 150 imóveis urbanos disponíveis para leilão e venda direta, com condições especiais até 15 de dezembro
Curiosos ou compradores? Mansão de Robinho, à venda por R$ 11 milhões, ‘viraliza’ em site de imobiliária; confira a cobertura
No mercado há pelo menos seis meses, o imóvel é negociado por um valor acima da média, mas tem um motivo
Este banco pode devolver R$ 7 milhões a 100 mil aposentados por erros no empréstimo consignado do INSS
Depois de identificar falhas e cobranças irregulares em operações de consignado, o INSS apertou o cerco contra as instituições financeiras; entenda
A decisão da Aneel que vai manter sua conta de luz mais cara em novembro
Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas abaixo da média, a Aneel decidiu manter o custo extra de R$ 4,46 por 100 kWh, mas pequenas mudanças de hábito podem aliviar o impacto no bolso
Cosan (CSAN3) levanta R$ 9 bilhões em 1ª oferta de ações e já tem nova emissão no radar
Em paralelo, a companhia anunciou que fará uma segunda oferta de ações, com potencial de captar até R$ 1,44 bilhão
Lotofácil 3529 tem 16 ganhadores, mas só um deles fica mais perto do primeiro milhão
A Lotofácil tem sorteios diários e volta à cena nesta terça-feira (4) com um prêmio maior do que de costume. Isso porque o sorteio de hoje tem final zero, para o qual é feita uma reserva especial.
Laika vai para o espaço: a verdadeira história da ‘astronauta caramelo’
Há exatos 68 anos, a cadela Laika fazia história ao ser o primeiro ser vivo a deixar a órbita do planeta Terra rumo ao espaço
Serasa inicia o Feirão Limpa Nome 2025 com descontos de até 99% e dívidas parceladas por menos de R$ 10
Mutirão do Serasa reúne mais de 1.600 empresas e oferece condições especiais para quem quer encerrar o ano com o nome limpo
Convocação da seleção brasileira: última lista de Ancelotti em 2025 derruba valor da equipe canarinho
A última convocação da seleção brasileira de Ancelotti em 2025 trouxe novidades como Luciano Juba e Vitor Roque, mas fez o valor de mercado da equipe cair
Convocação da Seleção Brasileira: veja onde assistir ao vivo à última lista de Ancelotti em 2025
A última convocação de Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira acontece nesta segunda (3); veja o horário e onde assistir ao anúncio ao vivo
Receita coloca organizações criminosas na mira e passará a exigir o CPF de todos os cotistas de fundos de investimentos; entenda o que você precisa fazer
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a iniciativa foi inspirada na Operação Carbono Oculto, que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro do PCC por meio de fundos de investimento
Sorteios das Loterias Caixa têm novo horário a partir de hoje (3); veja como ficam os sorteios da Mega-Sena e outros jogos
Mudança em horário de sorteio das loterias começa a valer nesta segunda-feira (3); prazos para apostas também foram atualizados
Maré baixa para fundos de infraestrutura isentos de IR, dados de PMI, e o que mais o investidor precisa saber hoje
Rentabilidade das debêntures incentivadas, isentas de IR, caiu levemente mês passado, mas gestores se preocupam com ondas de resgates antecipados; investidores também estão de olho em dados econômicos internacionais e na fala de dirigente do Fed
Decisão do Copom, balanço da Petrobras (PETR4) e mudança de horário das bolsas — confira a agenda econômica da semana
A temporada de resultados pega fogo aqui e lá fora, enquanto a política monetária também dá o tom dos mercados no exterior, com decisão na Inglaterra, discursos do BCE e ata do BoJ
Horário de verão na bolsa? B3 vai funcionar por uma hora a mais a partir desta segunda-feira (3); entenda a mudança
A Bolsa de Valores brasileira ajusta o pregão para manter sincronia com os mercados de Nova York, Londres e Frankfurt. Veja o novo horário completo
Mega-Sena começa novembro encalhada e prêmio acumulado já passa dos R$ 40 milhões
Se a Lotofácil e a Quina entraram em novembro com o pé direito, o mesmo não pode ser dito sobre a Mega-Sena, que acumulou pelo terceiro sorteio seguido
