🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Vinícius Pinheiro

Vinícius Pinheiro

Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores

Entrevista exclusiva

Investidores estão complacentes com riscos, diz estrategista da Pimco

Para Esteban Burbano, estrategista da gestora de US$ 1,9 trilhão, preço dos ativos internacionais não reflete adequadamente as surpresas que podem surgir no cenário. Mas ele vê avanços no Brasil

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
12 de fevereiro de 2020
5:20 - atualizado às 19:10
Esteban Burbano, vice presidente e estrategista de renda fixa da Pimco - Imagem: Leo Martins/Seu Dinheiro

Estive pela primeira vez com Esteban Burbano há um ano, quando o vice-presidente executivo e estrategista da Pimco esteve no Brasil e concedeu uma entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro.

Na ocasião, o executivo de uma das maiores gestoras do mundo – com um total de US$ 1,9 trilhão sob gestão – revelou estar mais otimista que a média do mercado, então abalado pela forte queda das bolsas americanas e pelo risco de recessão da maior economia do mundo.

Agora que o cenário mudou para melhor e os investidores em geral vivem um certo clima de euforia, Burbano voltou a mostrar uma visão diferente. Mas desta vez pelo tom mais cauteloso.

Para ele, o risco de uma recessão global de fato foi adiado com as medidas tomadas ao longo do ano passado pelos Bancos Centrais. Mas os preços dos ativos internacionais não refletem adequadamente as surpresas que podem surgir no cenário.

O executivo da Pimco, especialista em renda fixa, avalia que o mercado de um modo geral está complacente e não tem considerado adequadamente a volatilidade que pode surgir de eventos como a eleição presidencial americana.

“Hoje nós monitoramos opções para capturar uma potencial valorização, mas principalmente procuramos proteger o portfólio caso haja uma reversão no cenário”, afirmou.

Leia Também

Coronavírus e eleições

O mês de janeiro provou que notícias inesperadas e negativas podem surgir a qualquer momento, tanto com a escalada do conflito entre Estados Unidos e Irã como no surto do coronavírus.

Burbano me disse que foi bastante questionado pelos investidores que visitou durante a passagem pelo Brasil sobre o impacto da doença na economia e nos mercados, por isso a necessidade de contar com proteções na carteiras.

“Existe uma vasta gama de resultados possíveis, pode ser um ‘não evento’ ou um evento significativo.”

Como se não bastassem os eventos imprevisíveis, os investidores também não têm colocado na conta os riscos já mapeados no radar, como as eleições presidenciais deste ano nos EUA.

Mesmo antes do resultado das primárias do partido Democrata, a visão predominante hoje é a de que o presidente Donald Trump conseguirá se reeleger, diante das variáveis econômicas positivas, como desemprego e a alta do mercado acionário.

“Os preços dos ativos hoje estão refletindo muito as notícias positivas e não suficientemente as surpresas no horizonte.”

O mesmo vale para o desempenho da economia norte-americana. Burbano até concorda com a visão positiva do mercado para o PIB do país – ainda que com crescimento mais baixo – mas não com a perspectiva de baixa volatilidade.

Com os cortes de juros promovidos ao longo do ano passado, o BC norte-americano (Fed) foi bem sucedido na missão de evitar uma recessão da maior economia do mundo, que vive um de seus mais longos ciclos de crescimento.

Mas agora o poder de fogo do Fed para conter uma eventual crise diminuiu, ainda que seja maior que de outros BCs, como o europeu e o japonês. A expectativa da Pimco é de estabilidade de juros no atual intervalo de 1,5% e 1,75% ao longo deste ano. “A economia americana está bem, mas frágil”, disse.

Como ganhar dinheiro?

Diante desse cenário, marcado ainda pelos juros baixos em várias partes do mundo, como fazer para ganhar dinheiro na renda fixa e, ao mesmo tempo, estar protegido caso a perspectiva de maior volatilidade se confirme?

Burbano me respondeu que a estratégia da Pimco é basicamente evitar exposição a ativos considerados muito caros. “Ao mesmo tempo, buscamos posições que consideramos protegidas mesmo em um cenário negativo provocado pelo ambiente político, geopolítico ou de uma crise de saúde que podemos viver neste ano.”

E quais seriam essas posições? O estrategista disse que os fundos globais de renda fixa da gestora equilibram ativos de crédito, que carregam rentabilidades mais atrativas, e títulos soberanos de governos, que atuam como hedge (proteção).

Dentro dessas duas categorias, o que faz a diferença é saber quais ativos deter. Afinal, dentro dos títulos públicos, existem US$ 14 trilhões hoje com taxas de juros negativas. “Não acho que faz muito sentido deter papéis com juros negativos”, disse Burbano.

Brasil na direção certa, mas...

Por falar em Brasil, não podia deixar de perguntar a opinião do executivo da Pimco sobre os avanços na agenda macroeconômica do país no ano passado. Ele estava entre os mais cautelosos sobre a capacidade do governo de aprovar medidas no Congresso sem uma maioria consolidada.

“Como investidores estrangeiros, temos uma visão positiva do Brasil porque enxergamos que foram dados passos na direção certa. A reforma da Previdência foi o primeiro e mais difícil desses passos.”

O fundo da Pimco mantém aproximadamente 2% do portfólio em ativos brasileiros, incluindo títulos do governo e de empresas como Petrobras – a maior parte emitidos no exterior.

Embora Burbano veja boa vontade política para a continuidade da agenda de reformas, as incertezas continuam elevadas, não só no Brasil como em outros mercados emergentes.

“O clima político pode mudar do dia para a noite, por isso é preciso ser humilde e manter posições pequenas por país.”

Só para qualificados

A Pimco distribui desde 2016 seu fundo global de renda fixa no Brasil e hoje possui R$ 3 bilhões sob gestão por aqui. No ano passado, a gestora lançou uma versão com exposição à variação cambial. Ambos seriam ótimas opções para diversificação da carteira no exterior.

Digo "seria" porque a regra da CVM determina que apenas os chamados investidores qualificados – que possuem pelo menos R$ 1 milhão – podem aplicar em fundos com mais de 20% do patrimônio no exterior.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ANTES DA OPA

Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA

15 de abril de 2025 - 9:29

Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão

INVESTINDO EM MEIO AO CAOS

“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora

9 de abril de 2025 - 9:14

Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial

ELEITORES ARREPENDIDOS?

Bilionário Bill Ackman diz que Trump está perdendo a confiança dos empresários após tarifas: “Não foi para isso que votamos”

7 de abril de 2025 - 12:02

O investidor americano acredita que os Estados Unidos estão caminhando para um “inverno nuclear econômico” como resultado da implementação da política tarifária do republicano, que ele vê como um erro

GANHANDO POPULARIDADE

Hapvida (HAPV3) salta na B3 com Squadra reforçando o apetite pela ação. É o nascer de uma nova favorita no setor de saúde?

25 de março de 2025 - 12:36

A Squadra Investimentos adquiriu 388.369.181 ações HAPV3, o equivalente a 5,15% da companhia de saúde

BOMBOU NO SD

Bolão fatura sozinho a Mega-Sena, a resposta da XP às acusações de esquema de pirâmide e renda fixa mais rentável: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro

22 de março de 2025 - 17:01

Loterias da Caixa Econômica foram destaque no Seu Dinheiro, mas outros assuntos dividiram a atenção dos leitores; veja as matérias mais lidas dos últimos dias

COM A PALAVRA, A XP

XP rebate acusações de esquema de pirâmide, venda massiva de COEs e rentabilidade dos fundos

17 de março de 2025 - 17:03

Após a repercussão no mercado, a própria XP decidiu tirar a limpo a história e esclarecer todas as dúvidas e temores dos investidores; veja o que disse a corretora

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA

13 de março de 2025 - 8:16

Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia

VISÃO DO GESTOR

“As ações da nossa carteira têm capacidade para até triplicar de valor”, diz gestor de fundo que rende mais que o dobro do Ibovespa desde 2008

13 de março de 2025 - 6:37

Cenário de juros em alta, risco fiscal e incerteza geopolítica parece pouco convidativo, mas representa oportunidade para o investidor paciente, diz Pedro Rudge, da Leblon Equities

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sem exceções: Ibovespa reage à guerra comercial de Trump em dia de dados de inflação no Brasil e nos EUA

12 de março de 2025 - 8:29

Analistas projetam aceleração do IPCA no Brasil e desaceleração da inflação ao consumidor norte-americano em fevereiro

MERCADO DE FUNDOS

É o fim da “era de ouro” da renda fixa? Investidores sacam quase R$ 10 bilhões de fundos em fevereiro — mas outra classe teve performance ainda pior, diz Anbima

11 de março de 2025 - 17:03

Apesar da performance negativa no mês passado, os fundos de renda fixa ainda mantêm captação líquida positiva de R$ 32,2 bilhões no primeiro bimestre de 2025

VISÃO MACRO

Ainda tem quem acredite nos EUA de Trump: TAG Investimentos diz que país vai sair mais forte e competitivo após ‘choque’ das mudanças

11 de março de 2025 - 13:51

Carta mensal da gestora evidencia mudanças na ordem econômica e geopolítica global, com os Estados Unidos sendo um dos principais agentes da transformação

NO CARRINHO DE COMPRAS

Rio Bravo abocanha gestora com mais de R$ 500 milhões em fundos imobiliários — e avisa que vêm mais aquisições por aí

10 de março de 2025 - 14:33

Além da comprar uma parceira do mercado, a Rio Bravo anunciou que segue atenta a novas oportunidades de aquisição

EXPLORANDO OPORTUNIDADES

De olho no Brasil e na América do Sul, UBS investe na gestora de Paulo Guedes e de ex-presidente do BNDES

20 de fevereiro de 2025 - 10:49

Aquisição de participação minoritária ainda está sujeita a aprovações regulatórias

BTG SUMMIT 2025

Desaceleração econômica e desinflação à vista: a visão dos gestores dos fundos Itaú Janeiro e do BTG Asset para o Brasil

12 de fevereiro de 2025 - 19:03

Em evento do BTG Pactual, Bruno Serra Fernandes, da Itaú Asset, diz ver desaceleração econômica e desinflação à frente, ao contrário do que muitos esperam

ALÉM DAS AÇÕES

O desconto na bolsa que poucos falam: fundos isentos de infraestrutura (FI-Infra) negociam com desconto de até 43% na B3

12 de fevereiro de 2025 - 6:46

De 21 FI-Infras na bolsa que aplicam em títulos de crédito, como debêntures, nada menos que 19 operam com cotas abaixo do valor patrimonial, segundo levantamento da Empiricus

COBRE SANTO, DESCOBRE SANTO

Poupança vê ‘debandada’ de R$ 26,2 bilhões em janeiro, maior saque líquido em dois anos; veja o que pode ter motivado os resgates

7 de fevereiro de 2025 - 17:01

O ano de 2024 também terminou com saques líquidos na poupança, desta vez no valor de R$ 15,467 bilhões. Alta de juros pode ser um dos fatores por trás do desempenho negativo

REFORMA TRIBUTÁRIA

Taxação de FIIs e Fiagros? Não se depender de Haddad. Governo deve apresentar proposta para manter fundos isentos

4 de fevereiro de 2025 - 19:39

O deputado federal Arnaldo Jardim afirma que o ministro da Fazenda e o da Advocacia-Geral da União se comprometeram a apresentar proposta que deixe claro que não haverá impostos sobre FIIs e Fiagros

POLÍTICA MONETÁRIA

Até quando Galípolo conseguirá segurar os juros elevados sem que Lula interfira? Teste de fogo do chefe do BC pode estar mais próximo do que você imagina 

29 de janeiro de 2025 - 10:12

Para Rodrigo Azevedo, Carlos Viana de Carvalho e Bruno Serra, uma das grandes dúvidas é se Galípolo conseguirá manter a política monetária restritiva por tempo suficiente para domar a inflação sem uma interferência do governo

VISÃO DO GESTOR

“Piquenique à beira do vulcão”: o que Luis Stuhlberger tem a dizer sobre o fiscal, inflação e juros no Brasil antes da reunião do Copom

28 de janeiro de 2025 - 17:40

Para o gestor da Verde Asset, o quadro macro do país nunca esteve tão exacerbado, com uma dívida pública crescente, inflação elevada, juros restritivos e reservas de dólar encolhendo

conteúdo EQI

Copom anuncia a primeira decisão dos juros de 2025 nesta quarta-feira (29): é possível buscar acima de 19% ao ano com o ciclo de alta da Selic?

28 de janeiro de 2025 - 17:02

Corretora com mais de R$ 37 bilhões sob custódia alerta investidores sobre oportunidade com título fora do radar que pode render acima de 19% ao ano; conheça

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar