A Vitreo lançou uma carteira administrada de Tesouro Direto. Mas para quem é indicada, afinal?
Tesouro 3.0 segue automaticamente as recomendações da gestora para títulos públicos. Mas para que tipo de investidor é indicado? Serve para a reserva de emergência?
A gestora Vitreo recentemente lançou um produto conservador um pouco diferente do que se costuma encontrar por aí no mercado. O Tesouro 3.0 é uma carteira administrada de títulos públicos adquiridos via Tesouro Direto, que tira do investidor a dúvida cruel de escolher, afinal, quais títulos comprar.
Não se trata de um fundo de investimento, apenas um serviço de carteira administrada sem custo extra para o investidor. Isso significa que o cliente terá, sob o seu CPF, uma conta normal no Tesouro Direto, como ocorreria em qualquer outra instituição financeira que ofereça acesso ao programa de negociação de títulos públicos do Tesouro Nacional para a pessoa física.
Assim como ocorre em muitas outras instituições financeiras hoje em dia, na Vitreo, o investimento no Tesouro Direto não sofre a cobrança de taxa de administração. O investidor, portanto, só paga mesmo a taxa de custódia na B3, de 0,25% ao ano.
Para contratar o Tesouro 3.0 é preciso investir, no mínimo, R$ 1.000. Como se trata de Tesouro Direto, a liquidez é diária, e o investidor leva um dia útil para receber o dinheiro na conta após pedir um resgate. Mas ao contratar o serviço da Vitreo, o cliente poderá, sem custo adicional, seguir automaticamente a recomendação de investimento em títulos públicos da gestora.
Assim, em vez de escolher os títulos por conta própria, o investidor vai comprar a carteira de títulos sugerida pela Vitreo, e seu investimento será automaticamente rebalanceado sempre que a gestora mudar a composição da carteira.
A ideia é que o portfólio do Tesouro 3.0 seja sempre composto majoritariamente por Tesouro Selic (LFT) - o mais conservador dos títulos públicos, com remuneração atrelada à Selic - e uma parcela menor de títulos prefixados e/ou atrelados à inflação, de forma a conferir ao investimento uma rentabilidade um pouco mais alta, uma vez que a Selic se encontra no seu menor patamar da história.
Leia Também
"O objetivo do Tesouro 3.0 é ganhar da inflação", me explicou George Wachsmann, CIO da Vitreo. "Atualmente, a carteira que a Vitreo monta para o cliente dentro do Tesouro Direto é composta 88% por Tesouro Selic e 12% de Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) 2026. Essa é, hoje, a composição com melhor risco-retorno", esclarece Wachsmann, que ressalta que a composição pode mudar caso haja alterações no cenário econômico.
Ganhar da inflação
Mas, de cara, a dúvida que fica é se esse produto pode ser utilizado como reserva de emergência - ou, se não, para que perfil de investidor e objetivo financeiro ele se destina.
Afinal, sendo majoritariamente composta por Tesouro Selic, essa carteira não parece ser interessante para quem quer especular com títulos públicos a fim de lucrar com a valorização dos títulos de maior volatilidade, como é o caso dos prefixados e aqueles atrelados ao IPCA.
Por outro lado, a presença de outros títulos além do Tesouro Selic faz com que a carteira tenha certa volatilidade, sendo possível esperar até mesmo retornos negativos eventuais, o que não seria adequado para uma reserva de emergência.
Segundo , um dos públicos do Tesouro 3.0 são os investidores que têm recursos na poupança nova, que são os depósitos em poupança feitos a partir de 4 de maio de 2012 e que rendem 70% da Selic mais TR sempre que a Selic é igual ou inferior a 8,5% ao ano.
"Para quem está na poupança nova, com certeza absoluta esse produto é melhor que a poupança. Não tem aniversário, tem mais segurança e retorno melhor, com o mesmo perfil de risco", diz o CIO da Vitreo.
Embora muita gente use a poupança como reserva de emergência, há também aqueles que simplesmente deixam todo dinheiro da sua vida na caderneta, mesmo os recursos destinados a objetivos de médio e longo prazo ou até mesmo a aposentadoria.
Nesse caso, o Tesouro 3.0 aparece como um primeiro passo depois da poupança e uma porta de entrada no Tesouro Direto, uma vez que muitos investidores iniciantes se sentem intimidados pela quantidade de títulos e vencimentos disponíveis para escolha.
Nesses casos, portanto, o produto faz sentido, pois o investidor se mantém conservador e tem a possibilidade de ganhar uma rentabilidade mais alta e parar de perder da inflação. Com a vantagem de não precisar pensar em qual título comprar.
Serve para reserva de emergência?
Já quando eu perguntei sobre servir para a reserva de emergência, Wachsmann respondeu: "sim, não e talvez". De fato, como ele mesmo lembra, o produto terá alguma volatilidade por conta do Tesouro IPCA+, não podendo servir para a reserva de emergência segundo a cartilha das finanças.
Porém, sendo a reserva de emergências, bem... para emergências, é bem provável que você não precise dispor dela toda de uma só vez. Assim, se você tem o equivalente a seis meses das suas despesas na reserva de emergência, poderia deixar, por exemplo, o equivalente a três meses num produto como o Tesouro 3.0, que ainda é conservador.
Em outros tempos isso talvez não fizesse muito sentido. Mas hoje em dia, com os investimentos mais conservadores perdendo da inflação, e o episódio recente que tivemos de Tesouro Selic dando retorno negativo - o que é raro, mas não impossível - pode fazer sentido diversificar um pouco a reserva de emergência. Inclusive, já falei disso nesta outra matéria.
A maré virou: fundos de infraestrutura isentos de IR se deparam com raro mês negativo, e gestor vê possível onda de resgates
Queda inesperada de demanda por debêntures incentivadas abriu spreads e derrubou os preços dos papéis, mas movimento não tem a ver com crise de crédito
Ficou mais fácil: B3 passa a mostrar posições em renda fixa de diferentes corretoras na área do investidor
Funcionalidade facilita o acompanhamento das aplicações, refletindo o interesse crescente por renda fixa em meio à Selic elevada
Novo “efeito Americanas”? Títulos de dívida de Ambipar, Braskem e Raízen despencam e acendem alerta no mercado de crédito
As três gigantes enfrentam desafios distintos, mas o estresse simultâneo nos seus títulos de dívida reacendeu o temor de um contágio similar ao que ocorreu quando a Americanas descobriu uma fraude bilionária em 2023
Tesouro IPCA+ com taxa de 8%: quanto rendem R$ 10 mil aplicados no título do Tesouro Direto em diferentes prazos
Juro real no título indexado à inflação é histórico e pode mais que triplicar o patrimônio em prazos mais longos
Tesouro Direto: Tesouro IPCA+ com taxa a 8% é oportunidade ou armadilha?
Prêmio pago no título público está nas máximas históricas, mas existem algumas condições para conseguir esse retorno total no final
Até o estrangeiro se curvou à renda fixa do Brasil: captação no exterior até setembro é a maior em 10 anos
Captação no mercado externo neste ano já soma US$ 29,5 bilhões até setembro, segundo a Anbima
Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic
Indicador mede o desempenho das LFTs e reforça a consolidação da renda fixa entre investidores; Nubank estreia primeiro produto atrelado ao índice
Fim da ‘corrida aos isentos’: gestores de crédito ficam mais pessimistas com as debêntures incentivadas com isenção de IR garantida
Nova pesquisa da Empiricus mostra que os gestores estão pessimistas em relação aos retornos e às emissões nos próximos meses
Renda fixa recomendada para outubro paga IPCA + 8,5% e 101% do CDI — confira as opções de debêntures isentas, CDB e LCA
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
LCI, LCA, FII e fiagro mantêm isenção de imposto de renda; veja as novas mudanças na MP 1.303/25, que deve ser votada até amanhã (8)
Tributação de LCIs e LCAs em 7,5% chegou a ser aventada, mantendo-se isentos os demais investimentos incentivados. Agora, todas as isenções foram mantidas
Problemas de Ambipar (AMBP3) e Braskem (BRKM5) podem contaminar títulos de dívida de outras empresas, indica Fitch
Eventos de crédito envolvendo essas duas empresas, que podem estar em vias de entrar em recuperação judicial, podem aumentar a aversão a risco de investidores de renda fixa corporativa, avalia agência de rating
Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?
Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula
Brasil captou no exterior com menor prêmio da história este ano: “há um apetite externo muito grande”, diz secretário do Tesouro
Em evento do BNDES, Rogério Ceron afirmou que as taxas dos títulos soberanos de cinco anos fecharam com a menor diferença da história em relação aos Treasurys dos EUA
Isentas de imposto de renda ou não, debêntures incentivadas continuarão em alta; entenda por quê
A “corrida pelos isentos” para garantir o IR zero é menos responsável pelas taxas atuais dos títulos do que se pode imaginar. O fator determinante é outro e não vai mudar tão cedo
Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord
Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano
Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora
Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe
Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência
Nada de 120% do CDI: CDB e LCA estão pagando menos, com queda de juros à vista e sem o banco Master na jogada; veja a remuneração máxima
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a julho
Chamada final para retornos de 15% ou IPCA + 7%? Analistas indicam o melhor da renda fixa para setembro, antes de a Selic começar a cair
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
CDB do Banco Master a 185% do CDI ou IPCA + 30%: vale a pena investir agora? Entenda os riscos e até onde vai a garantia do FGC
Os títulos de renda fixa seguem com desconto nas plataformas de corretoras enquanto a situação do banco Master continua indefinida
