A rápida recuperação dos mercados após o pânico de março com o coronavírus levou o UBS a revisar as projeções para a XP Investimentos. O banco suíço elevou o preço-alvo da ação da corretora, que é listada na bolsa norte-americana Nasdaq, para US$ 48. A previsão anterior da instituição era de US$ 28. Ainda assim, a recomendação para o papel é neutra.
Em relatório, os analistas Marianna Tadeo, Kaio Prato e Thiago Batista disseram ver a XP bem posicionada para se beneficiar de um crescente mercado de investimentos e da mudança dos ativos sob custódias de bancos para atores independentes — ainda que a concorrência esteja aumentando.
Às 16h30, a ação da XP caía 0,15%, para US$ 42,53, na Nasdaq. Leia nossa cobertura completa de mercados.
"Nós vemos a ampla gama de produtos, atendimento ao cliente de alta qualidade e marca forte como vantagens competitivas chave", escreveram.
A nova projeção para preço-alvo incorporou os dados preliminares da corretora para o 2º trimestre e também reflete melhores perspectivas para o crescimento dos ativos sob custódia (AUC) e das comissões. Segundo o UBS, quatro fatores ajudam a XP:
- a recuperação do mercado de ações mais rápida do que o esperado;
- os volumes fortemente negociados na B3;
- a crescente participação de investidores individuais
- e a mudança para produtos de altos rendimentos, com juros estruturalmente baixos.
Com isso em vista, o UBS elevou a estimativa de crescimento de AUC da XP para aproximadamente entre 7 e 15.O banco agora espera também uma taxa de crescimento anual de AUC de 38% de 2020 a 2024. A projeção para rendimento da receita de varejo foi elevada de 1% para 1,17% em 2020 e de 0,99% para 1,10% em 2021, disse o UBS.
O UBS não enxerga que as aquisições recentemente anunciadas pela XP devam trazer grandes receitas ou impacto no custo dessas duas aquisições no curto prazo.
No entanto, disse que as operações são bem vindas e que, com elas, a "XP reforça seu compromisso com a inovação, melhor experiência do cliente, educação e expansão de produtos".