O UBS assumiu a cobertura da ação da Odontoprev com um "sorriso no rosto". O banco suíço recomenda a compra do papel, com o preço-alvo estimado de R$ 17, e espera uma queda nos custos em razão da pandemia do coronavírus.
O cenário-base é de que, com a quarentena, houve um enxugamento no volume de clientes e menos procedimentos odontológicos, no geral. Uma queda nos "custos dentais" propicia uma maior liquidez para a empresa em um momento de crise.
A ação da Odontoprev (ODPV3) fechou hoje em alta de 4,24%, aos R$ 15,01.
Os analistas da instituição hoje projetam o lucro da Odontoprev para 2020 em R$ 376 milhões, 12% acima do consenso do mercado.
O UBS afirma que a recessão deverá pressionar a base dos beneficiários dos planos da empresa. No entanto, prevê que o crescimento da Odontoprev virá do segmento de varejo individual, tradicionalmente mais fraco — o que deverá elevar a margem Ebitda da companhia em 0,5 ponto neste ano e no próximo.
Isto porque, segundo a análise, a Odontoprev possui planos focados em clientes de maior renda.
"O segmento individual distribuído pelos bancos poderia levar a um crescimento, com impacto na margem Ebitda a longo prazo de 1,2 ponto", afirma o relatório, citando planos da companhia oferecidos por essas instituições.
O cenário mais otimista do que a média do mercado também possui as suas ponderações. O UBS observa que, à medida que a economia se recupera, a Odontoprev deve continuar a perder participação de mercado no segmento corporativo de pequenas e médias empresas.
A razão disso? O chamado cross-selling, em que uma companhia passa a oferecer serviços adicionais — como os de saúde, que podem incluir planos odontológicos — aos seus clientes.