A Marfrig teve o seu rating de longo prazo em moeda local e estrangeira elevado de BB- para BB pela Fitch. A atualização da nota de crédito reflete a melhora do perfil financeiro e dos negócios da empresa, diz a agência de classificação de risco. A perspectiva é estável.
Enquanto isso, o rating em escala nacional foi elevado de AA- para AA+.
A companhia possui participação de mais de 80% na National Beef, conseguiu reduzir a sua exposição ao Brasil, diversificou exposição para dois ciclos de gado e obteve acesso a mais mercados.
"As fortes condições da indústria em 2020 resultaram em um fluxo de caixa extraordinariamente forte nos Estados Unidos", diz a Fitch, observando a melhora na liquidez e na estrutura de capital da empresa.
O ano não tem sido fácil para o Ibovespa, principal índice acionário da B3, mas a Marfrig vem conseguindo atravessar bem o turbilhão da pandemia.
E não apenas isso: as ações ordinárias (MRFG3) do frigorífico subiram 65,26% no período, consolidando-se como a terceira maior alta percentual da bolsa no acumulado de 2020 — apenas atrás das líderes Weg (+88,42%) e Magazine Luiza (+88,86%).
Nesse mesmo tempo, a bolsa brasileira amargou perdas superiores a 16%.
Hoje, os papéis da Marfrig recuam 0,36%, para R$ 16,47, enquanto o Ibovespa avança 0,35%. Leia a cobertura completa de mercados do Seu Dinheiro.
Os prós da Marfrig
A Marfrig tem uma robusta estrutura de negócios, observa a Fitch: a companhia está entre as líderes produtoras de carne bovina e a National Beef, sua controlada, corresponde à quarta maior processadora desse tipo de carne nos EUA.
A agência espera que, em 2020, a Marfrig registre um Ebitda — o lucro antes dos descontos por efeitos de juros, impostos, depreciação e amortização — de R$ 8,9 bilhões, comparado aos R$ 4,5 bilhões de 2019 — gerando ainda R$ 2,2 bilhões de fluxo de caixa livre, incluindo dividendos pagos a minoritários da National Beef.
A diversificação geográfica também ajuda a Marfrig, que possui 86% do Ebitda provenientes da National Beef, e o restante da operação no Brasil.
"Exportações representaram 68% da receita da América do Sul, sendo 65% proveniente dos embarques para China e Hong Kong no segundo trimestre de 2020", informa a Fitch, mencionando ainda que a empresa possui treze fábricas credenciadas para exportação para a China.
A demanda por carne bovina também ajuda, é claro. Os fundamentos globais devem permanecer positivos nos próximos dois anos para os produtores da América do Sul e dos EUA em virtude de maior demanda e boa disponibilidade de gado, diz a Fitch.