A Qualicorp foi alvo de uma operação policial de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (22). Segundo informou a companhia, a Polícia Federal (PF) esteve em sua sede, em São Paulo, atrás de documentos, sem dar mais detalhes.
A medida foi determinada pela 2ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de São Paulo, especializada em crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem e ocultação de bens, direitos e valores, no âmbito da Operação Triuno.
“A nova administração da companhia informa que adotará as medidas necessárias para apuração completa dos fatos, bem como colaborará com as autoridades públicas competentes”, diz trecho do comunicado da Qualicorp.
A operação
Articulada pela Receita Federal, o Ministério Público Federal e a PF, a Operação Triuno investiga um grupo criminoso suspeito de lucrar ilegalmente com um esquema de simulação de prestações de serviços e fornecimento de produtos.
Ao todo, estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, sendo dez na capital paulista, um em Santo André (SP) e um na cidade do Rio de Janeiro, no âmbito da ação, que consiste em um desdobramento da Operação Descarte, que investiga desde 2018 um esquema de lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, as primeiras fases da apuração conduziram os investigadores a um escritório de advocacia. No local, foi encontrada documentação que permitiu a identificação de três grupos empresariais. Também foi descoberta a participação de três fiscais federais e um fiscal estadual no esquema, em troca de propina.
Em nota, a polícia explica que três auditores fiscais de atuação federal fiscalizaram duas empresas, em 2014 e 2015. Ambas se apropriaram da mesma estratégia, simulando a contratação do escritório de advocacia e de empresas de assessoria ligadas aos auditores para prestação de serviços jurídicos e de consultoria, no valor de R$ 4,7 milhões. Em seguida, foram feitos diversos depósitos a eles, por intermédio do escritório de advocacia e empresas controladas por doleiros.
Ao aprofundar as investigações, foram detectados novos pagamentos irregulares, que teriam sido encobertos por um contrato de serviços de corretagem de planos de saúde, que não foram efetivamente prestados, já que a empresa contratada não cumpria os critérios de capacidade técnica e operacional exigidos. Efetuados entre 2013 e 2017, os pagamentos totalizaram mais R$ 26 milhões.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de corrupção, associação criminosa, sonegação tributária, embaraço à investigação que envolva organização criminosa e lavagem de dinheiro.
* Com informações da Agência Brasil