Os bons preços do minério de ferro, mais a expectativa de maiores vendas de aço em 2020 e o espaço para reajuste de preços levaram o Credit Suisse a elevar a recomendação para as ações da CSN de neutro para compra.
O banco também aumentou o preço-alvo das ações, de R$ 11,50 para R$ 19,00, o que representa um potencial de alta de 24% em relação à cotação em que fecharam ontem – R$ 15,32, queda de 2,67%.
A notícia ajudou a impulsionar os papéis no pregão desta quarta-feira. As ações ordinárias da CSN (CSNA3) fecharam em alta de 7,70%, a R$ 16,50. Acompanhe a cobertura de mercados do Seu Dinheiro.
Os analistas Caio Ribeiro e Gabriel Galvão destacam que o minério de ferro está surpreendentemente valorizado este ano graças à redução da oferta brasileira no mercado internacional e a robusta recuperação da demanda por aço, especialmente na China.
Mesmo que a Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, volte a aumentar as vendas da commodity em 2021, a demanda chinesa deve continuar mantendo a cotação valorizada, pelo menos até 2022.
Os analistas projetam agora a cotação média do minério de ferro em 2021 em US$ 105,00 a tonelada, acima da estimativa anterior de US$ 81,00. Para 2022, o valor passou de US$ 70,00 para US$ 83,00.
Além do cenário internacional benigno, os analistas do Credit Suisse afirmam que a CSN deve aproveitar a retomada das vendas de aço no Brasil, ainda que projetem uma contração de 4% em relação a 2019 – a estimativa anterior era de queda de 12%.
Eles afirmam ainda que há espaço no mercado para a CSN repassar aumento de preços aos seus clientes. A empresa realizou um ajuste de 10% neste mês e fará um de 13% em outubro.
Tudo isso fará a CSN registrar um rendimento de fluxo de caixa livre, medida de retorno de capital próprio, de 19% em 2021. Ela também ajudará a reduzir a alavancagem financeira – medida que mostra quantos anos a empresa levaria para pagar sua dívida líquida usando sua geração de caixa –, atualmente em 5,17 vezes.