Para economistas, ideia de Guedes de vender reservas é “truque contábil”
Ideia do ministro de usar a venda de reservas cambiais como um dos instrumentos para reduzir a dívida pública não foi bem recebida pelo mercado

A menção do ministro da Economia, Paulo Guedes, à ideia de usar a venda de reservas cambiais como um dos instrumentos para reduzir a dívida pública não foi bem recebida pelo mercado. Analistas consultados pelo Estadão/Broadcast avaliam que as reservas não são o instrumento mais adequado para controlar o endividamento e vendê-las seria algo pontual, que funcionaria como um "truque contábil".
Leia também:
- NO CELULAR: Receba comentários diários em áudio da equipe do Seu Dinheiro
- Guedes fala em ‘até vender um pouco de reservas’ para diminuir dívida do Brasil
- Warren Buffett está investindo bilhões em uma “ação secreta”; entenda
A avaliação é que essa medida só produz alívio na dívida bruta por conta da metodologia de medição do Brasil, que é diferente do cálculo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de outros países. Além disso, a menção ao uso de reservas eleva preocupações com o avanço da agenda de reformas no País.
Na noite de quinta-feira, 19, Guedes afirmou, em evento do Bradesco BBI, que fará "o que for necessário" para reduzir a dívida, que deve chegar a 96% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, conforme projeção do Tesouro Nacional, e ultrapassar 100% do PIB em 2025.
Dentre o cardápio de medidas para atingir esse objetivo, o ministro citou a possibilidade de "até vender um pouco de reservas", além de vender outros ativos, privatizar, reduzir a dívida interna e desalavancar bancos públicos.
Na avaliação do diretor do ASA Investments e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, a venda de reservas para reduzir a dívida é uma má ideia, contrária ao câmbio flutuante, uma vez que o fluxo tem melhorado, e soa estranha em um momento em que se aproxima a autonomia do Banco Central.
"Fica ainda mais estranho conceitualmente defender que o BC, que vai ganhar autonomia, tome decisões com seu ativos com fins de política fiscal. Temos de caminhar na separação da política monetária e fiscal." Kawall ainda lembra que a ideia de vender reservas para reduzir dívida foi cogitada no passado por quem não queria fazer reformas, referindo-se ao governo Dilma Rousseff (PT).
Leia Também
O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, avalia que a fala sinaliza que o governo está ficando sem opções para controlar o rombo fiscal e é mais um elemento que corrobora um clima de desesperança com o avanço da agenda de reformas. "O fiscal não está andando, temos um problema de fluxo de dívida muito grande e vemos o ministro falando de redução de estoque de reservas: é um sinal que não é muito bom", disse.
O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, afirma que a declaração de Guedes é mais do mesmo em meio a uma agenda de reformas estagnada. "O que foi dito (na quinta-feira) é uma repetição das mesmas coisas, porque, rigorosamente falando, não houve avanço nessa agenda de reformas do governo. Eles continuam esperando uma coisa que não acontece", diz.
"Guedes falou 'vamos fazer, vamos privatizar', e não fez nada. O governo fala que as coisas vão andar, mas tem uma distância entre o que fala e o que faz."
Para o analista de contas públicas da Tendências Consultoria Integrada, Fabio Klein, a venda de reservas até está entre o menu de opções para reduzir a dívida em uma situação de emergência, mas que isso deveria ser uma das últimas alternativas.
*Com Estadão Conteúdo
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista
FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia
Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito
DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos
Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks
Tarifaço de Trump e alta dos juros abrem oportunidade para comprar o FII favorito para agosto com desconto; confira o ranking dos analistas
Antes mesmo de subir no pódio, o fundo imobiliário já vinha chamando a atenção dos investidores com uma série de aquisições
Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips e dispara rali das big techs; Apple, AMD e TSMC sobem, mas nem todas escapam ilesas
Empresas que fabricam em solo americano escapam das novas tarifas e impulsionam otimismo em Wall Street, mas Intel não conseguiu surfar a onda
Ações baratas e dividendos gordos: entenda a estratégia deste gestor para multiplicar retornos com a queda dos juros
Com foco em papéis descontados e empresas alavancadas, a AF Invest aposta em retomada da bolsa e distribuição robusta de proventos com a virada de ciclo da Selic