O que será do mundo nos próximos cinco anos? A Pimco tem algumas ideias
Para gestora, ganhos com investimentos dependerão uma gestão ativa dos portfólios

Projetar o que vai acontecer na economia global nos próximos cinco anos é sempre um desafio para os economistas. Mas estimar o que acontecerá no futuro no momento em que o mundo enfrenta uma crise sem precedentes, provocada por uma pandemia que causou a paralisia de toda a economia global, é um trabalho ainda pior.
Isso, porém, não impediu uma das maiores gestoras do mundo, com quase US$ 1,9 trilhão sob gestão, meter a sua colher. A americana Pimco publicou nesta quarta-feira (7) o chamado “Secular Outlook”, um relatório em que ela projeta o cenário para investimentos nos próximos três a cinco anos, olhando para os desenvolvimentos da economia global e seus efeitos sobre os mercados e ativos financeiros.
A atual versão, intitulada Escalating Disruption (escalada da disrupção, em tradução livre), tem a seguinte frase logo na capa (tradução livre novamente): a pandemia amplificou os fatores disruptivos de longo prazo, tornando a seleção de crédito e a geração de alpha (métrica que avalia o desempenho de determinado ativo) cada vez mais importante.
Para a Pimco, para ter ganhos com investimentos nos próximos anos, em que a economia global estará fragilizada, será preciso uma gestão ativa dos portfólios, para conseguir encarar os eventos considerados disruptivos e identificar as oportunidades que estas situações criam no mercado.
Contexto
Olhando para a economia global, a gestora afirma que a primeira metade deste período será marcada por crescimento acima da média, com os países saindo do buraco provocado pela pandemia.
Mas ela alerta que eles devem enfrentar desaceleração na segunda metade e um longo período de desemprego, situação que deve prejudicar a produtividade das economias. “Além disso, as elevadas incertezas devem prejudicar os investimentos das empresas por um longo período”, diz trecho do relatório.
Leia Também
Antes da crise econômica provocada pela covid-19, a Pimco já identificava quatro fatores capazes de gerarem volatilidade na economia global e nos mercados:
- a ascensão econômica da China;
- o populismo político;
- as mudanças climáticas e;
- os avanços tecnológicos.
Para a gestora, estes fatores deverão ter seus efeitos amplificados após a pandemia, pelo fato de os países estarem em posições mais frágeis.
A China deve continuar na sua caminhada para se tornar a maior economia mundial. Mas ela deve começar a reduzir a sua dependência dos mercados externos. Segundo a Pimco, o novo plano estratégico do governo, chamado “Made in China 2025”, pretende tornar o país mais independente do mercado externo, em produtos, serviços e tecnologia, ainda que permaneça aberta aos mercados internacionais.
O populismo, e seus primos protecionismo e nacionalismo, devem ganhar força com a recessão das economias e as consequências sobre a desigualdade nas sociedades.
Na questão das mudanças climáticas, a Pimco avalia que os riscos ficaram ainda mais evidentes, citando diversas catástrofes vistas este ano. Ela destaca ainda as consequências relacionadas à transição para uma economia mais verde nos países, que devem alterar as bases das economias.
E a tecnologia vai ganhar ainda mais relevância com a crise da covid-19, mudando os padrões de consumo e o mercado de trabalho.
Política monetária e fiscal
Dadas as dificuldades previstas para as economias, as taxas de juros permanecerão baixas por um longo tempo, podendo inclusive ficar em território negativo, para estimular as economias.
A situação também deve dificultar o cumprimento das metas de inflação, uma das principais funções de um banco central. Com as autoridades monetárias de mãos atadas, dependerá da política fiscal o rumo dos preços.
A resposta dos países à crise, facilitada pelo aumento das compras de títulos públicos pelos bancos centrais, injetando liquidez no mercado, deixou basicamente duas possibilidades para as políticas fiscais ao redor do mundo. De um lado, os estímulos são retirados, resultando em inflação muito abaixo da meta. Do outro, os gastos permanecem elevados, aumentando os déficits fiscais, junto com uma aceleração da inflação.
Como proceder?
A Pimco projeta que os juros baixos derrubarão o retorno de investimentos em títulos públicos. Mas isto não significa que os mercados acionários devem ganhar com os menores retornos destes ativos. “Em um período de fraca atividade econômica, vemos o potencial de crescimento dos lucros como proporção do PIB estagnar ou reverter”, diz trecho do relatório.
Para a gestora, este cenário exigirá cautela. Ela avalia que será necessário reduzir as expectativas de retorno dos investimentos, ao invés de buscar ativos de maior risco em um momento de enorme incertezas e riscos.
Apesar dos alertas, a Pimco não hesitou em apontar locais com oportunidades. Um deles é a Europa, caso a zona do euro consiga se manter estável. A gestora elogiou as medidas tomadas pelos governos da união monetária e do Banco Central Europeu (BCE) para lidar com os efeitos da pandemia.
A Ásia também apresenta oportunidades, região que saiu primeiro da pandemia, especialmente na parte de crédito corporativo.
Mercados emergentes também foram citados, por terem ativos baratos e possibilidade de alto retorno, mas destacou que também são regiões mais sensíveis a rupturas no cenário econômico.
“Em mercados emergentes, assim como em crédito corporativo, nós acreditamos fortemente que uma administração ativa [de investimentos] não é um luxo, mas uma necessidade, à medida que buscamos retornos atraentes enquanto administramos riscos nos portfólios dos clientes”, diz trecho do relatório.
China será a grande vencedora do desarranjo econômico global provocado por Donald Trump, diz Panamby Capital
Relatório da gestora destaca desorganização gerada pelas tarifas de Trump, crescimento da influência chinesa e boas perspectivas para Brasil e ativos emergentes.
Petrobras (PETR3) excluída: Santander retira petroleira da sua principal carteira recomendada de ações em maio; entenda por quê
Papel foi substituído por uma empresa mais sensível a juros, do setor imobiliário; saiba qual
IRB (IRBR3) volta a integrar carteira de small caps do BTG em maio: ‘uma das nossas grandes apostas’ para 2025; veja as demais alterações
Além do retorno da resseguradora, foram acrescentadas também as ações da SLC Agrícola (SLCE3) e da Blau Farmacêutica (BLAU3) no lugar de três papéis que foram retirados
WEG (WEGE3) tem preço-alvo cortado pelo JP Morgan após queda recente; banco diz se ainda vale comprar a ‘fábrica de bilionários’
Preço-alvo para a ação da companhia no fim do ano caiu de R$ 66 para R$ 61 depois de balanço fraco no primeiro trimestre
Tesouro Direto pagará R$ 153 bilhões aos investidores em maio; veja data de pagamento e qual título dá direito aos ganhos
O valor corresponde ao vencimento de 33,5 milhões de NTN-Bs, que remuneram com uma taxa prefixada acrescida da variação da inflação
As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras
Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China
Ficou com ações da Eletromidia (ELMD3) após a OPA? Ainda dá tempo de vendê-las para não terminar com um ‘mico’ na mão; saiba como
Quem não vendeu suas ações ELMD3 na OPA promovida pela Globo ainda consegue se desfazer dos papéis; veja como
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Bitcoin vai do inferno ao céu e fecha como melhor investimento de abril; um título de renda fixa se deu bem com a mesma dinâmica
As idas e vindas das decisões do presidente dos EUA, Donald Trump, causaram uma volatilidade além da habitual no mercado financeiro em abril, o que foi muito bom para alguns ativos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles