Governo projeta tombo de 4,7% do PIB e inflação a 1,77% em 2020
Anteriormente o governo ainda esperava um avanço de 0,02% da economia brasileira; revisão está mais próxima da expectativa do mercado
O governo federal revisou a projeção para a economia brasileira em 2020, de avanço de 0,02% para queda de 4,70%, segundo o Boletim MacroFiscal do Ministério da Economia divulgado nesta quarta-feira (13).
A estimativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de avanço de 3,12% para 1,77% em 2020 - abaixo do piso da meta, de 2,50%. Para o próximo ano, a projeção é de 3,30%.
O governo ainda espera que o Produto Interno Bruto (PIB) se recupere em 2021, com uma alta de 3,20%. Em 17 de março o ministério da Economia projetava que a economia avançasse 3,30% no próximo ano.
O subsecretário de Política Macroeconômica do Ministério da Economia, Vladimir Kuhl Teles, disse que se o isolamento social durar até o fim de junho a queda do PIB será superior a 6,00%.
Segundo Teles, a cada duas semanas a mais de isolamento, o PIB cai 0,70 ponto porcentual, considerando a perda direta de R$ 20 bilhões a cada semana de distanciamento.
Revisões
As novas estimativas estão mais alinhadas com as projeções do mercado financeiro, que desde o início da crise desencadeada pelo novo coronavírus passou a continuamente diminuir as expectativas para a economia brasileira neste ano.
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Segundo a edição desta segunda-feira (11) do boletim Focus, do Banco Central - que reúne as estimativas de mais de 100 instituições financeiras -, o PIB brasileiro deve cair 4,11% em 2020.
Os primeiros dados que dimensionam a crise revelam uma queda de 9,10% da produção industrial em março, em comparação com o fevereiro, segundo o IBGE. O resultado é o pior para o mês desde 2002.
Também em março, o volume de serviços no Brasil caiu 6,90%. Foi o resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica, que começou em janeiro de 2011. O índice havia recuado 1,00% em fevereiro.
Em abril, a produção de veículos caiu 99,30%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), na comparação com o mesmo período do ano passado. No mesmo mês o país registrou deflação de 0,31%, diante da baixa demanda, segundo o IBGE.
A perspectiva de recuo da economia fez o BC reduzir a taxa básica de juros para 3,00% ao ano, no último dia 6. É uma nova mínima histórica.
*Com informações de Estadão Conteúdo
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