Ibovespa acelera alta e fecha perto das máximas após Fed sinalizar juro baixo por longo período; dólar sobe
O banco central dos EUA manteve os juros do país inalterados, deu a entender que manterá essa postura no curto prazo e sinalizou que fará o que estiver ao seu alcance para ajudar a economia

O Ibovespa já vinha operando em alta consistente desde o início da sessão desta quarta-feira, impulsionado por uma série de balanços trimestrais de empresas brasileiras sugerindo que o pior da crise do novo coronavírus pode ter ficado pra trás. Do meio da tarde em diante, o principal índice do mercado brasileiro de ações foi às máximas do dia depois de o Federal Reserve Bank (Fed, o banco central norte-americano) ter anunciado a manutenção da taxa básica de juro na faixa entre 0% e 0,25% ao ano.
A decisão do Fed foi unânime e já era esperada. Mas em tempos de "novos normais", lidar com uma situação que simplesmente atenda às expectativas acaba sendo motivo de alívio e até mesmo de euforia.
Diante disto, o Ibovespa fechou em alta de 1,44%, a 105.605,17 pontos, perto das máximas do dia. Em Wall Street, os principais índices de ações da bolsa de Nova York também reagiram em alta à decisão de política monetária norte-americana.
No comunicado divulgado logo após a decisão, o Fed reiterou que as taxas básicas de juro permanecerão nos níveis atuais por um período prolongado nos EUA, até que se tenha certeza de que a economia norte-americana resistiu à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Em entrevista coletiva concedida pouco depois do anúncio, o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou que a autoridade monetária norte-americana atuará de modo a limitar danos e assegurar uma recuperação forte da economia dos EUA.
Analistas apontaram que a principal mudança observada no comunicado do Fed em relação ao documento da reunião anterior, em junho, é o fato de a instituição ter vinculado a recuperação econômica à evolução da covid-19. "O caminho da economia dependerá significativamente do curso do vírus", advertiu a autoridade monetária.
Leia Também
Resultados trimestrais
No cenário local, apesar de alguns resultados trimestrais terem vindo pior que o esperado por analistas, os números sugerem que o fundo do poço não tem um alçapão.
Um destes exemplos é a CSN, cujas ações ON (CSNA3) subiram 5,69% apesar de o lucro líquido da siderúrgica ter encolhido 76,4% no segundo trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Analistas consideraram que as vendas de minério de ferro e aço vieram acima das expectativas.
As units do Santander (SANB11) avançaram 3,24%, puxando as ações do setor bancário, apesar da queda de 41% em seu lucro no segundo trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2019.
Já a Vale ON (VALE3) encerrou em alta de 4,33% à espera da divulgação do balanço trimestral da mineradora, prevista para depois do fechamento da sessão de hoje.
Enquanto isso, as ações ON e PN da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 1,71% e 1,62%, respectivamente, acompanhando a alta nos mercados internacionais de petróleo.
No campo negativo, os papéis ON da Cielo (CIEL3) fecharam em queda de 3,52% depois de a companhia ter apresentado o primeiro prejuízo trimestral de sua história.
Mas a maior queda do Ibovespa nesta quarta-feira ficou por conta da Minerva. Os papéis ON da empresa (BEEF3) recuaram 4,41% apesar de a empresa ter apresentado lucro líquido de R$ 253,4 milhões no segundo trimestre. Especialistas argumentam que a geração de caixa deveu-se principalmente a repasse de preços e benefício cambial.
Confira a seguir as 5 maiores altas e as 5 maiores quedas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Natura ON (NTCO3) +6,73%
- CSN ON (CSNA3) +5,69%
- Cyrela ON (CYRE3) +4,83%
- Vale ON (VALE3) +4,33%
- Sul America Unit (SULA11) +4,07%
MAIORES QUEDAS
- Minerva ON (BEEF3) -4,41%
- Cielo ON (CIEL3) -3,52%
- Gol PN (GOLL4) -3,30%
- Marfrig ON (MRFG3) -2,68%
- Azul PN (AZUL4) -2,60%
Dólar e juro
O dólar, por sua vez, firmou-se em alta na reta final da sessão, pressionado pela rolagem de contratos futuros às vésperas da definição da PTax. A moeda norte-americana encerrou o pregão em alta de 0,3%, cotada a R$ 5,1729.
Os contratos de juros futuros, por sua vez, fecharam sem direção clara em meio à expectativa de novo corte na taxa Selic na reunião de política monetária do Banco Central do Brasil em agosto.
Confira os principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,928% para 1,920%;
- Janeiro/2022: de 2,742% para 2,740%;
- Janeiro/2023: estável a 3,800%;
- Janeiro/2025: de 5,363% para 5,430%.
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar
Ibovespa sobe 0,24% e bate novo recorde; dólar avança e termina dia cotado em R$ 5,4248
As bolsas norte-americanas não funcionaram nesta sexta-feira (4) por conta de um feriado, mas o exterior seguiu no radar dos investidores por conta das negociações tarifárias de Trump
Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%
Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu
Ibovespa vale a pena, mas vá com calma: por que o UBS recomenda aumento de posição gradual em ações brasileiras
Banco suíço acredita que a bolsa brasileira tem espaço para mais valorização, mas cita um risco como limitante para alta e adota cautela
Da B3 para as telinhas: Globo fecha o capital da Eletromidia (ELMD3) e companhia deixa a bolsa brasileira
Para investidores que ainda possuem ações da companhia, ainda é possível se desfazer delas antes que seja tarde; saiba como
Os gringos investiram pesado no Brasil no primeiro semestre e B3 tem a maior entrada de capital estrangeiro desde 2022
Entre janeiro e junho deste ano, os gringos aportaram cerca de R$ 26,5 bilhões na nossa bolsa — o que impulsionou o Ibovespa no período