A bolsa brasileira tem a maior desvalorização em dólar do mundo. Desde 17 de janeiro caiu 52%, enquanto a da Indonésia desabou 50% e a da África do Sul derreteu 45%, respectivamente o segundo e o terceiro pior desempenho, segundo levantamento elaborado pelo Goldman Sachs e FactSet.
Na segunda-feira (23), o Ibovespa perdeu 5,22%, fechando a sessão aos 63.569,62 pontos. Mas chegou a atingir 114 mil pontos em 2019, embalado pela expectativa de reformas fiscais do governo e de que a economia seguia uma trajetória de recuperação, ainda que lenta.
A crise do novo coronavírus derrubou os preços das ações no Brasil, mas se somou aos dados mais recentes da economia, que avançou apenas 1,1% em 2019, e às incertezas provocadas pelos embates entre os Executivo e o Legislativo.
Para o Goldman Sachs, a velocidade do atual "bear market" (ciclo de baixa na bolsa) é incomum na história. Mas o banco avalia como positivo o fato de os mercados emergentes estarem sendo "defensivos" em relação aos mercados mais desenvolvidos - embora avaliação não se aplique ao Brasil.
"Dado o efeito amplamente desconhecido que o coronavírus terá na economia brasileira e o pouco espaço para políticas fiscais, vemos espaço para quedas nos ganhos por ação", dizem os analistas da instituição norte-americana.
O mesmo levantamento mostra que o real é a quarta moeda mais depreciada desde janeiro: 23%. À frente estão o peso mexicano, o rublo russo a coroa norueguesa. Em 2020, o real superou R$ 5,00 pela primeira vez na história.
“Ainda estamos intensamente focados nos riscos globais de queda. Mas, para investidores de longo prazo, acreditamos que os movimentos de ações/câmbio no Brasil parecem exagerados”, diz ainda o banco.