Otimismo com novo pacote de estímulo nos Estados Unidos anima bolsas globais
No Brasil, os investidores seguem atentos ao noticiário em Brasília e nas novidades envolvendo a forma de financiamento do Renda Cidadã
Os investidores continuam atentos aos desdobramentos da proposta de financiamento do Renda Cidadã e ao crescimento do número de casos do coronavírus na Europa, temas que inspiram cautela nos mercados. No entanto, o avanço das negociações do pacote americano de US$ 2,2 trilhões em estímulos fiscais aumenta o bom humor dos agentes financeiros globais.
Na agenda, os mercados repercutem a divulgação dos PMIs na Europa e nos Estados Unidos.
Na cola de Wall Street
Seguindo a alta das bolsas americanas, o Ibovespa fechou o último pregão do trimeste em alta de 1,09%, aos 94.603,38 pontos.
A recuperação do bom humor dos investidores no exterior - e que influenciou a bolsa brasileira - teve como gatilho o otimismo com as negociações em torno de um acordo bipartidário sobre um novo pacote de estímulo à economia norte-americana.
A alta das ações da Petrobras, puxada pela aceleração da alta do Petróleo nos mercados internacionais, também influenciou positivamente o Ibovespa.
Cautela persiste
O desempenho positivo da bolsa brasileira não apaga a cautela com a deterioração do quadro fiscal brasileiro.
Os investidores seguem atentos ao noticiário em Brasília e nas novidades envolvendo a forma de financiamento do Renda Cidadã. Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que precatórios não serão utilizados para financiar a medida.
Ontem, durante a noite, uma reunião foi convocada de última hora e reuniu o presidente Jair Bolsonaro e membros da equipe econômica.
Outro ponto de tensão na capital federal é a relação entre Paulo Guedes e Rodrigo Maia. Em mais uma troca de farpas que escancara o rompimento político entre as partes, o presidente da Câmara afirmou que Guedes está desequilibrado após o ministro afirmar que Maia fez um acordo com a esquerda para não pautar privatizações.
Atuação limitada
A maior parte das bolsas asiáticas não funcionaram devido a um feriado. A bolsa de Tóquio, que teoricamente funcionaria, acabou sofrendo com uma falha técnica e teve o pregão cancelado.
Bom humor
A expectativa pelo novo pacote de US$ 2,2 trilhões de estímulos fiscais americano também deixa os investidores de bom humor. Tanto os índices futuros em Nova York quanto as principais bolsas europeias avançam nesta manhã.
Na noite de ontem, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, disse que ainda não existe acordo, mas a sinalização positiva tanto por parte do governo quanto da oposição é suficiente para alimentar o apetite dos investidores.
Além disso, na Europa, indicadores econômicos recentes do continente aumentam o otimismo na região.
O índice de gerentes de compras (PMI) da indústria da zona do euro avançou a 53,7 em setembro. No entanto, o índice ficou abaixo da expectativa dos investidores tanto na Alemanha quanto no Reino Unido.
No velho continente, o ponto de cautela segue sendo o aumento do número de casos da covid-19 e o possível endurecimento nas regras de circulação de pessoas, o que pode prejudicar a retomada econômica.
Agenda
Os investidores aguardam os números da balança comercial de setembro (14h) e monitoram a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento virtual (10h).
Nos Estados Unidos, o destaque é o pedido semanal de auxílio-desemprego (9h30) e o PMI industrial (9h45) e global (12h). Hoje também será conhecido o índice de atividade industrial de setembro (11h).
Fique de olho
- Dimed pagará R$ 3,5 milhões em juros sobre capital próprio.
- Banco Daycoval pagará R$ 43,4 milhões em juros sobre capital próprio
- Hypera aprovou JCP de R$ 185,496 milhões
- Natura aprovou a realização de nova oferta de ações. A expectativa é que a empresa capte R$ 6,2 bilhões.
- Sul America fará pagamento de juros sobre capital próprio.
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