‘Risco-coronavírus’ segue elevado e Ibovespa cai aos 96 mil pontos; dólar fecha em leve queda
O Ibovespa tem mais um dia de queda forte e caminha para fechar abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez desde 8 de outubro de 2019. Já o dólar à vista consegue respirar após a atuação do BC

A pressão que toma conta dos mercados acionários globais continua com força total nesta sexta-feira (6). O Ibovespa abriu em forte baixa e já aparece abaixo do nível dos 100 mil pontos, em linha com o comportamento das bolsas externas, que também apresentam perdas expressivas.
Por volta das 17h10, o Ibovespa desabava 5,22%, aos 96.895,49 pontos — o índice não termina um pregão abaixo dos 100 mil pontos desde 8 de outubro. Vale lembrar que, ontem, já tivemos uma queda ampla de 4,65%.
Lá fora, o dia é igualmente ruim: o Dow Jones opera em queda de 3,13%, o S&P 500 tem perda de 3,62% e o Nasdaq cai 3,80% — na Europa e na Ásia, o sinal vermelho predominou nos mercados acionários.
E, novamente, o surto de coronavírus é responsável por desencadear toda essa onda de aversão ao risco nos mercados globais. Já são mais de 100 mil pessoas infectadas no mundo, com quase 3,5 mil mortos — no Brasil, há nove casos confirmados, com duas ocorrências de transmissão local.
Naturalmente, essa situação gera enorme incerteza quanto aos potenciais impactos à economia mundial — por mais que os indicadores de atividade ainda não indiquem claramente essa tendência, muitas empresas já enxergam um baque relevante nos resultados do primeiro trimestre de 2020.
Nesta sexta-feira, o estresse chegou ao pico no mercado de commodities, com a cotação do petróleo desabando: o Brent para maio fechou em forte queda de 9,44%, enquanto o WTI para abril recuou 10,06% — a maior baixa diária para esse contrato desde 2014.
Leia Também
Afinal, em meio às incertezas geradas pelo coronavírus, há enorme dúvida quanto à demanda por petróleo no curto e médio prazo.
- Sabendo da importância do petróleo para os mercados globais, eu gravei um vídeo para comentar os impactos dessa forte queda da commodity para a sessão de hoje. Veja abaixo:
O próprio comportamento da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) evidencia a falta de clareza quanto ao futuro. Os membros do grupo não chegaram a um consenso quanto a eventuais cortes na produção, de modo a se adequar a um cenário de demanda menor — e, em meio ao imbróglio, a commodity despencou.
As fortes perdas do petróleo são refletidas pelas ações da Petrobras: no momento, os papéis ON (PETR3) desabam 10,33%, enquanto os PNs (PETR4) caem 8,66% — e, dado o peso dos ativos da estatal na composição do Ibovespa, não surpreende a nova onda de baixa firme do índice.
Hoje não, hoje não!
Depois de 12 sessões em alta, o dólar à vista finalmente teve um alívio. A moeda americana fechou em queda de 0,38%, a R$ 4,6338, em meio à nova atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio.
Na sessão passada, o BC promoveu três leilões extraordinários de swap cambial, injetando US$ 3 bilhões no sistema. E, hoje, a autoridade monetária aumentou a artilharia: numa única operação, colocou mais US$ 2 bilhões via swaps.
Por mais que o dólar à vista continue em níveis bastante elevados, a divisa, ao menos, parou de subir na magnitude preocupante das últimas sessões — na quarta, a moeda avançou 1,52% e, ontem, saltou mais 1,56%.
Com o dólar à vista mais comportado, o mercado também assumiu uma postura mais calma nas curvas de juros. Os DIs com vencimento mais curto voltaram a cair, com os investidores reforçando a aposta em mais cortes na Selic nas próximas reuniões.
Veja abaixo como estão as curvas mais líquidas no momento:
- Janeiro/2021: de 3,87% para 3,84%;
- Janeiro/2022: de 4,41% para 4,40%;
- Janeiro/2023: de 5,07% para 5,08%;
- Janeiro/2025: de 6,02% para 6,04%.
Sinais confusos
No exterior, a tensão com o coronavírus se sobrepõe aos dados mais fortes do mercado de trabalho nos EUA: foram criados 273 mil novos postos em fevereiro, resultado que superou as expectativas dos analistas, e a taxa de desemprego no país caiu a 3,5%.
A força exibida pela economia americana aumenta o desconforto com a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que no começo da semana cortou os juros do país de maneira extraordinária, em 0,5 ponto, de modo a blindar a economia local dos impactos do coronavírus.
Na ocasião, muitos analistas e economistas mostraram-se surpresos com a postura do Fed, alegando que a economia local estava sólida, e que mais estímulos monetários não serviriam para dar uma ajuda extra à atividade. E, com a confirmação de que o mercado de trabalho está robusto, essa percepção ganha ainda mais força.
Em meio aos sinais conflitantes, os investidores ignoram qualquer leitura positiva a partir dos dados e permanecem focados no 'risco-coronavírus'.
Top 5
Veja os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa no momento:
- CVC ON (CVCB3): +14,80%
- Smiles ON (SMLS3): +4,11%
- IRB ON (IRBR3): +4,07%
Confira também as maiores baixas do índice:
- Via Varejo ON (VVAR3): -15,33%
- B2W ON (BTOW3): -11,26%
- Petrobras ON (PETR3): -10,33%
- Cogna ON (COGN3): -10,12%
- BRF ON (BRFS3): -9,80%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas