Ibovespa fecha em queda com descrença sobre possível recuo de ‘pedalada’
No exterior, expectativa em torno do primeiro debate entre os principais candidatos à presidência dos EUA inibiu apetite por risco
O clima nos mercados financeiros internacionais prenunciava uma boa dose de cautela bem antes da abertura da B3 nesta terça-feira. Mas se as bolsas de valores estrangeiras vinham de fortes altas ontem, o Ibovespa havia amargado duras perdas na véspera, o que abria espaço para uma possível caça a pechinchas hoje.
E se num primeiro momento volatilidade foi a palavra de ordem na B3 nesta terça-feira, a aversão ao risco entrou de sola no início da tarde e manteve o Ibovespa em baixa inequívoca até o fechamento, numa queda bem mais intensa do que a observada em Wall Street.
Em Nova York, os índices Dow Jones e S&P-500 recuaram 0,48% cada, enquanto o Nasdaq caiu 0,29%. Por aqui, o Ibovespa encerrou o pregão em queda de 1,15%, aos 93.580,35 pontos. Trata-se do nível mais baixo de fechamento desde 16 de junho.
Depois de encontrar dificuldade para firmar-se em território positivo, o Ibovespa passou a cair no início da tarde em um pregão no qual a incerteza local somou-se à tensão vinda do exterior para deter o ímpeto do principal índice brasileiro de ações.
A preocupação com a situação fiscal do País voltou a pesar sobre os mercados financeiros locais hoje. A proposta do governo para financiar o Renda Cidadã, programa social apresentado para suceder o Bolsa Família, desagradou os investidores.
Na avaliação dos agentes do mercado financeiro, a ideia de utilizar recursos destinados ao pagamento de precatórios e parte do Fundeb sem que exista compromisso com a redução de gastos configura uma tentativa de pedalada fiscal e até mesmo de calote.
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No fim da manhã, o presidente Jair Bolsonaro veio a público para dizer que o governo estaria 'aberto a sugestões' e que faria o possível na busca por uma 'solução racional'.
O comentário foi interpretado inicialmente como uma sinalização de que o governo poderia voltar atrás da proposta e o Ibovespa até ensaiou uma recuperação.
Entretanto, as dúvidas voltaram a predominar depois que o senador Márcio Bittar, relator do Orçamento de 2021, reiterou que segue firme a proposta de criação do Renda Cidadã bancado por recursos do Fundeb e dos precatórios.
Temor com pandemia penaliza ações ligadas a viagens
Enquanto a aversão ao risco desviou o interesse dos investidores para ativos mais seguros, ações como as da Weg e da Natura apresentaram valorização acentuada. Ambas são vistas como posições 'defensivas' em momentos de incerteza.
Entre os destaques negativos, os receios relacionados com o avanço da pandemia do novo coronavírus penalizaram especialmente as ações de empresas relacionadas com viagens, como companhias aéreas e de turismo.
Confira a seguir as 5 maiores altas e baixas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Weg ON (WEGE3) +3,26%
- Lojas Americanas PN (LAME4) +2,05%
- Natura ON (NTCO3) +1,97%
- Fleury ON (FLRY3) +1,37%
- Braskem PN (BRKM5) +1,11%
MAIORES QUEDAS
- Azul PN (AZUL4) -7,71%
- Gol PN (GOLL4) -5,72%
- Embraer ON (EMBR3) -4,09%
- CVC ON (CVCB3) -3,88%
- Rumo ON (RAIL3) -3,77%
Mercado precifica descrença em compromisso fiscal do governo
Analistas advertem que os mercados financeiros já vêm precificando uma certa descrença no compromisso do governo Jair Bolsonaro com a responsabilidade fiscal e o teto de gastos.
Mais especificamente, os players financeiros questionam o voto de confiança dos mercados no ministro da Economia, Paulo Guedes, como fiador da disciplina fiscal.
"Todas as propostas, até aqui, incluem aumento de impostos ou medidas que buscam tergiversar a constituição", afirma Dan Kawa, diretor financeiro da TAG Investimentos.
Segundo ele, a esperança de que o ajuste fiscal avance ainda não pode ser abandonada, mas os últimos sinais são preocupantes. "Não por um acaso, nossa moeda é uma das de pior performance no mundo este ano, assim como nosso índice de bolsa em dólares", prossegue Kawa.
Cautela predomina no exterior
E se ontem o dia nos mercados financeiros internacionais foi de apetite por risco, a cautela predominou nesta terça-feira.
Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, os principais índices de ações fecharam em queda com o recuo das ações das empresas dos setores de petróleo e aviação.
Enquanto isso, os investidores seguem à espera do primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden com vistas às eleições presidenciais americanas. O confronto verbal entre os presidenciáveis está previsto para a noite de hoje.
Também pesaram lá fora os temores relacionados com o aumento de casos de covid-19 na Europa e a realização de mais uma rodada de negociação entre a União Europeia e o governo britânico para discutir termos da saída do Reino Unido do bloco.
Dólar e juro
Depois de abrir em alta em meio à repercussão negativa da proposta do governo para financiar o programa Renda Cidadã, o dólar mostrou ainda mais volatilidade que o Ibovespa ao longo do dia.
A moeda norte-americana oscilou entre altas e baixas desde o início da sessão, com a disputa em torno da formação da taxa PTax intensificando o vai-e-vem das cotações.
Depois de passar as últimas horas de sessão orbitando uma área próxima da estabilidade, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,07%, cotada a R$ 5,6393.
Já os contratos de juros futuros absorveram grande parte da percepção de deterioração do cenário fiscal e fecharam quase todos em alta.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 3,060% para 3,170%;
- Janeiro/2023: de 4,540% para 4,660%;
- Janeiro/2025: de 6,610% para 6,620%;
- Janeiro/2027: de 7,620% para 7,600%.
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