Dólar tem forte alta com depoimento do presidente do Fed; volatilidade limita o Ibovespa
Moeda norte-americana registrou alta acentuada no início de uma série de depoimentos de Jerome Powell perante o Congresso dos EUA
Receita infalível para um dia de forte volatilidade nos mercados financeiros.
Ingredientes
- 1 ata do Copom antes da abertura;
- 1 depoimento do presidente do Fed ao Congresso com os mercados abertos;
- 1 pitada de retórica anti-China pelo presidente dos EUA;
- realização de lucros e caça a pechinchas a gosto.
Modo de preparo
- Junte tudo isso ao avanço da pandemia de covid-19 e às expectativas insatisfeitas dos investidores em relação às medidas de estímulo e tenha um dia de intensa volatilidade e fortes emoções na B3.
O Ibovespa confirmou nesta terça-feira os prognósticos de volatilidade e oscilou ao sabor dos ventos de curtíssimo prazo emanados na direção dos mercados financeiros ao longo de todo o dia.
Já o dólar apresentou alta acentuada desde o início de uma bateria de depoimentos do presidente do Federal Reserve Bank (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, perante o Congresso dos Estados Unidos.
Depois da forte queda registrada ontem, o principal índice do mercado brasileiro de ações ensaiou uma alta acompanhando a abertura positiva da bolsa de valores de Nova York, mas logo sucumbiu ao estica-e-puxa de focos divergentes de pressão.
Leia Também
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
O Ibovespa seguiu disputando o nível de suporte de 97 mil pontos durante toda a sessão em meio às mudanças de humor em Wall Street e à redução da alta do preço do barril de petróleo nos mercados futuros.
Enquanto os principais mercados europeus de ações fecharam em alta, recuperando pequena parte das perdas registradas ontem, a bolsa de valores de Nova York firmou-se no azul no meio da tarde em meio à melhora nas cotações dos papéis do setor de tecnologia.
Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 0,52%, o S&P-500 avançou 1,05% e o Nasdaq recuperou 1,71%. Por aqui, o principal índice da B3 fechou em alta de 0,31%, aos 97.293,54 pontos.
O fato é que, desde cedo, todos os ingredientes estavam postos para um dia de volatilidade nos mercados. Fonte de estresse é o que não faltava.
Além da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) e do depoimento de Powell, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi aberta hoje com os discursos dos presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro e Donald Trump, respectivamente.
Ata do Copom reitera limites da política monetária
Os mercados financeiros locais repercutiram inicialmente o conteúdo da ata da última reunião do Copom, realizada nos dias 15 e 16 de setembro. Na ocasião, o Banco Central manteve a taxa básica de juro em 2% ao ano. Trata-se de uma mínima histórica da Selic.
Segundo a ata, para a maioria dos membros do Copom, o limite efetivo mínimo para a taxa básica seria significativamente maior em economias emergentes do que em países desenvolvidos devido à presença de um prêmio de risco.
Foi ressaltado ainda que esse prêmio é dinâmico e tende a ser maior no Brasil, dadas a sua relativa fragilidade fiscal e as incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva. O Copom concluiu que eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais.
Analistas consideraram que o documento aponta para uma baixa probabilidade de novos cortes na taxa de juro, confirmando a sinalização do BCB de que a contribuição da política monetária para a superação da pandemia poderia ter chegado a um limite.
O economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito, observa um 'empate técnico' entre estes dois fatores concorrentes para que a Selic permaneça no nível atual.
"Primeiro, dada a recuperação desigual da atividade, seria necessário certo estímulo continuado, o que faz com que a Selic fique baixa. No entanto, o colegiado do BCB entende que o nível de juros atual já está próximo do limite de baixa, uma vez que cortes adicionais poderiam criar volatilidade dos ativos", afirma.
Testemunho de Powell levou o dólar a disparar
Enquanto isso, Jerome Powell prestou hoje depoimento à Comissão de Assuntos Financeiros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. O presidente do Fed iniciou seu testemunho com um texto preparado divulgado na véspera.
Na declaração, Powell ressaltou que o Fed segue empenhado em recorrer às ferramentas de política monetária disponíveis "pelo tempo que for necessário para assegurar que a recuperação será tão forte quanto possível".
Este foi o primeiro de três testemunhos de Powell perante o Congresso dos EUA previstos para esta semana. Amanhã, ele testemunhará perante a subcomissão da Câmara para o combate à pandemia e na quinta-feira será questionado pelos membros da Comissão de Assuntos Bancários, Habitacionais e Urbanos do Senado.
Os testemunhos regulares do dirigente máximo do Fed ao Congresso dos EUA costumam ser demorados e tensos - até por transcorrerem com os mercados abertos em Wall Street -, o que deve manter os investidores cautelosos durante os próximos dias.
Oi e IRB entre os destaques positivos
Na B3, um dos destaques do dia ficou por conta da Oi, que avançou com a negociação para reduzir seu endividamento e com o aumento do preço-alvo pelo BTG Pactual.
No Ibovespa, as ações ON da resseguradora IRB Brasil dispararam na última meia hora de pregão e emergiram como a maior alta do dia no índice diante de um movimento de recompra do papel após a forte desvalorização verificada em dias anteriores.
Confira a seguir as cinco maiores altas e baixas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- IRB Brasil ON (IRBR3) +5,91%
- MRV ON (MRVE3) +4,04%
- CSN ON (CSNA3) +3,39%
- Cyrela ON (CYRE3) +3,16%
- Braskem PN (BRKM5) +2,26%
MAIORES QUEDAS
- B2W Digital ON (BTOW3) -3,85%
- Embraer ON (EMBR3) -2,99%
- Suzano ON (SUZB3) -2,41%
- JBS ON (JBSS3) -2,22%
- Cosan ON (CSAN3) -1,85%
Dólar e juro
Hoje, o impacto principal da fala de Powell deu-se sobre o dólar. O mercado de câmbio teve um início de sessão volátil antes de se firmar em alta após o início do depoimento do presidente do Fed.
O dólar chegou a flertar com a faixa de R$ 5,50 antes de encerrar em alta de 1,27%, cotado a R$ 5,4691.
Já os contratos de juros futuros abriram em queda firme, devolvendo os prêmios acumulados na véspera depois de a ata do Copom não ter apresentado sinais de que o início de um aperto monetária seria iminente, mas distanciaram-se das mínimas do pregão diante da alta acentuada do dólar.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 3,000% para 2,920%;
- Janeiro/2023: de 4,440% para 4,350%;
- Janeiro/2025: de 6,400% para 6,300%;
- Janeiro/2027: de 7,340% para 7,260%.
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025