Aguardando o corte na Selic, Ibovespa tem alta firme e dólar segue pressionado
A perspectiva de nova redução de 0,75 ponto na Selic deu sustentação ao Ibovespa e fez o índice subir mais de 2%. O dólar à vista, por outro lado, engatou a sexta alta seguida
A sessão desta quarta-feira (17) foi marcada pela expectativa: por aqui, os investidores passaram o dia aguardando a decisão de juros do Copom e especulando em relação às sinalizações do BC para o futuro da Selic — e, considerando as apostas de continuidade no ciclo de alívio monetário, o Ibovespa subiu e o dólar à vista continuou pressionado.
O principal índice da bolsa brasileira passou o pregão todo no campo positivo, terminando em alta de 2,16%, aos 95.547,29 pontos — um desempenho bastante superior ao das praças da Europa, que tiveram ganhos moderados, e dos mercados de Nova York: o Nasdaq subiu 0,15%, mas o Dow Jones (-0,65%) e o S&P 500 (-0,35%) recuaram.
No câmbio, contudo, a cautela persiste: o dólar à vista avançou pelo sexto dia, chegando a R$ 5,2608 (+0,51%) — lá fora, a sessão foi de ligeira valorização da moeda americana em relação às divisas de países emergentes.
- Eu gravei um vídeo para explicar um pouco melhor a importância da decisão do Copom para os mercados e falar mais da dinâmica da sessão desta quarta-feira. Veja abaixo:
Por aqui, as atenções estiveram voltadas ao Copom, que decidirá o futuro da taxa Selic após o fechamento dos mercados — um novo corte de 0,75 ponto é dado como certo pelos investidores, mas ainda não há consenso quanto aos próximos passos da autoridade monetária.
Por mais que o BC tenha sinalizado, na última reunião, que o corte de hoje seria o último do atual ciclo, muitos acreditam que a fraqueza mostrada pela economia brasileira e as pressões inflacionárias praticamente inexistentes abrem espaço para que a Selic continue sendo reduzida em 2020.
Nesse cenário, o diferencial de juros entre EUA e Brasil diminuiria ainda mais, já que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) dá a entender que as taxas no país permanecerão no patamar entre 0% e 0,25% por um tempo prolongado. E, em linhas gerais, quanto menor essa diferença, maior é a pressão sobre o câmbio.
Leia Também
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Sendo assim, o dólar à vista continuou avançando nesta quarta-feira, com os investidores mostrando cautela em relação aos próximos passos do BC em relação à Selic e aos inúmeros fatores domésticos de risco. Já a bolsa teve nova alta — juros em queda diminuem a rentabilidade da renda fixa e estimulam uma migração de recursos para o mercado de ações.
O Copom, no entanto, não foi o único fator de influência nas negociações por aqui. O mercado reagiu bem às declarações do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida: ele deixará o cargo em agosto, mas fez questão de ressaltar que uma eventual mudança na política econômica ocorreria apenas com a saída do ministro Paulo Guedes.
A fala foi entendida como um recado para aqueles que viam riscos ao ajuste fiscal com Mansueto fora do governo — ele é tido por muitos como um dos pilares da agenda de reformas. Sua declaração, assim, serviu para reduzir parte das dúvidas dos investidores e contribuiu para que o Ibovespa ampliasse os ganhos durante a tarde.
Exterior cauteloso
Lá fora, a sessão foi marcada por alguma volatilidade: os índices acionários dos EUA oscilaram entre os campos positivo e negativo ao longo do dia, divididos entre o otimismo em relação à recuperação da economia do país e os riscos quanto a uma segunda onda do coronavírus no mundo.
Na China e no restante da Ásia, há o temor de que a Covid-19 poderá ter um novo pico — medidas de reabertura econômica começaram a ser implantadas mais cedo no continente e, assim, há a percepção de que o relaxamento no isolamento social poderá provocar uma ressurgência nos casos da doença.
O clima melhorou um pouco no início de tarde, quando o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou ao Congresso dos EUA que a instituição ainda tem recursos disponíveis para continuar ajudando a economia do país.
A fala ocorreu um dia após Powell sinalizar que os estímulos econômicos por parte do BC americano seriam reduzidos assim que a atividade começasse a se estabilizar — o que provou certa turbulência nos ativos na sessão passada.
Juros estáveis
No mercado de juros futuros, o tom foi de relativa estabilidade: os DIs mais curtos precificam um corte de 0,75 ponto na Selic — e com espaço para mais reduções neste ano:
- Janeiro/2021: estável em 2,09%;
- Janeiro/2021: de 3,09% para 3,06%;
- Janeiro/2023: de 4,17% para 4,12%;
- Janeiro/2025: de 5,77% para 5,66%.
Top 5
As ações da Eletrobras apareceram entre os destaques positivos do Ibovespa, tanto as ONs (ELET3) quanto as PNBs (ELET6) — segundo o jornal O Globo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalha para fazer a privatização da empresa ainda neste ano. Veja abaixo as cinco maiores altas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| ELET3 | Eletrobras ON | 31,70 | +9,99% |
| YDUQ3 | Yduqs ON | 34,29 | +7,12% |
| CYRE3 | Cyrela ON | 22,35 | +6,73% |
| ELET6 | Eletrobras PNB | 32,80 | +6,67% |
| BTOW3 | B2W ON | 106,20 | +6,12% |
Confira também as maiores baixas do Ibovespa nesta quarta-feira:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| BEEF3 | Minerva ON | 13,42 | -3,66% |
| CVCB3 | CVC ON | 19,47 | -1,52% |
| GOLL4 | Gol PN | 18,89 | -1,41% |
| IRBR3 | IRB ON | 10,08 | -1,27% |
| CSNA3 | CSN ON | 11,16 | -1,24% |
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
