Sem estresse: Ibovespa fecha em alta e dólar cai a R$ 4,24, apesar da aversão ao risco na Ásia
O Ibovespa ignorou as fortes baixas nas bolsas da China e fechou em alta, recuperando os 114 mil pontos com um movimento de ajuste técnico após as perdas recentes. O dólar também teve um dia tranquilo, recuando 0,84%
					Quem deu uma olhada nas bolsas asiáticas na noite de domingo (2), levou um susto: os índices da China despencavam quase 8% e arrastavam consigo boa parte dos mercados acionários da região. Tudo indicava que o Ibovespa e as demais praças do ocidente teriam um dia difícil pela frente.
E, nos primeiros minutos de negociação, o índice brasileiro até chegou a operar em queda. Só que essa tendência durou pouco: rapidamente, ganhou força e virou para o campo positivo — e não saiu mais de lá.
Ao fim do dia, o Ibovespa registrou ganhos de 0,76%, aos 114.629,21 pontos, acompanhando o bom desempenho das bolsas americanas: por lá, o Dow Jones (+0,51%), o S&P 500 (+0,73%) e o Nasdaq (+1,34%) subiram em bloco.
O mercado de câmbio também teve um dia bastante tranquilo: o dólar à vista, que tinha cravado um novo recorde de fechamento na sessão passada, caiu 0,84%, a R$ 4,2492 — lá fora, o dia foi de enfraquecimento da moeda americana em relação às divisas de países emergentes.
Antes de explicar as razões desse bom humor por aqui, é preciso entender os motivos por trás da forte correção nas bolsas da China — e por que a onda negativa vinda da Ásia não contaminou as operações no ocidente.
Acerto de contas
Na China, o índice Xangai Composto desabou 7,72%, enquanto o Shenzen Composto despencou 8,41%, num pregão que era amplamente aguardado pelos investidores. Afinal, os mercados chineses estavam fechados desde o último dia 24, por causa do feriado de Ano Novo Lunar e do surto de coronavírus que atinge o país.
Leia Também
Assim, enquanto as demais bolsas do mundo eram atingidas pela aversão ao risco crescente por causa da doença misteriosa, as bolsas da China estavam em recesso. Desta maneira, era natural que os mercados do país passassem por um ajuste mais relevante.
E olha que o governo chinês fez de tudo para evitar baixas ainda mais intensas. O banco central do país injetou recursos no mercado, de modo a fornecer liquidez às operações, além de adotar outras medidas para estancar a sangria.
O mercado de commodities também foi afetado pela correção: o minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao — cotação que serve como referência para o mercado — também voltou a ser negociado apenas hoje e caiu 5,37%.
Mas, considerando que as baixas vistas na China foram desencadeadas por um movimento de ajuste após tanto tempo de recesso, as praças do Ocidente — incluindo o Ibovespa — conseguiram se sustentar sem maiores arranhões.
Recuperação
Dito tudo isso: por que o Ibovespa e as bolsas americanas conseguiram ter desempenhos tão positivos?
Trata-se de um movimento de recuperação, considerando as perdas recentes. O Ibovespa, por exemplo, acumulou baixas de quase 4% na semana passada — no mesmo período, os mercados dos EUA também ficaram no vermelho.
Assim, por mais que a disseminação do coronavírus continue inspirando cautela entre os investidores — os dados mais recentes já dão conta de 362 mortos e mais de 17 mil pessoas infectadas no mundo —, havia espaço para uma retomada nas bolsas.
Alívio no dólar
O dólar à vista também conseguiu apresentar um comportamento mais tranquilo, voltando ao patamar de R$ 4,24. Na última sexta-feira (31), a moeda americana fechou em R$ 4,2850, cravando um novo recorde de encerramento em termos nominais.
No exterior, o dólar perdeu força em relação às divisas de países emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo, o peso colombiano, o rand sul-africano e o peso chileno, em meio à redução na aversão ao risco.
O real, contudo, teve um dos melhores desempenhos do grupo. Vale lembrar que, apenas na semana passada, a moeda americana se valorizou 2,4% ante a divisa brasileira — no ano, a alta do dólar é de quase 6%.
Assim, aproveitando o tom de maior calmaria no exterior, o dólar à vista passou por um movimento de despressurização, devolvendo parte dos ganhos recentes. E, com a moeda americana em baixa, as curvas de juros também passaram por um ajuste negativo.
Veja abaixo como ficaram os principais DIs nesta segunda-feira:
- Janeiro/2021: de 4,37% para 4,32%;
 - Janeiro/2023: de 5,52% para 5,46%;
 - Janeiro/2025: de 6,21% para 6,15%;
 - Janeiro/2027: de 6,60% para 6,52%.
 
O mercado de juros ainda aguarda a reunião do Copom que decidirá o futuro da Selic — o parecer será conhecida na quarta-feira (5), depois do fechamento. A maior parte dos investidores aposta num corte de 0,25 ponto na taxa, o que também mexe com o comportamento dos DIs.
Turbulências na bolsa
No lado positivo do Ibovespa, destaque para BRF ON (BRFS3), com alta de 3,34%, em meio às ocorrências de gripe aviária na China. Com a notícia, o mercado aposta que o gigante asiático terá que aumentar as importações de aves, o que beneficiaria diretamente a empresa.
Os bancos também contribuíram para o bom desempenho do índice: Itaú Unibanco PN (ITUB4) subiu 0,27%, Bradesco PN (BBDC4) avançou 0,64% e Banco do Brasil ON (BBAS3) fechou em alta de 0,49%. Vale ON (VALE3), com ganho de 1,27%, é outra que deu força ao Ibovespa.
Na ponta oposta, IRB ON (IRBR3) desabou 9,06% após a gestora Squadra apontar supostas 'inconsistências' no balanço da companhia — argumentos que foram refutados pela resseguradora, em comunicado enviado à CVM.
Também no lado negativo, as ações da Petrobras fecharam em queda, pressionadas pelas perdas de cerca de 3% do petróleo no exterior. Os papéis ON da estatal (PETR3) caíram 1,12%, enquanto os PNs (PETR4) recuaram 0,95%.
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta manhã:
- Braskem PNA (BRM5): +6,02%
 - Qualicorp ON (QUAL3): +5,69%
 - Totvs ON (TOTS3): +5,05%
 - NotreDame Intermédica ON (GNDI3): +4,60%
 - Equatorial ON (EQTL3): +4,45%
 
Confira também as maiores baixas do índice:
- IRB ON (IRBR3): -9,06%
 - Eletrobras PNB (ELET6): -1,57%
 - Ambev ON (ABEV3): -1,46%
 - MRV ON (MRVE3): -1,39%
 - Petrobras ON (PETR3): -1,12%
 
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
