🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

Felipe Saturnino

Felipe Saturnino

Graduado em Jornalismo pela USP, passou pelas redações de Bloomberg e Estadão.

sessão tensa

Ibovespa afunda com bancos, exterior e fim de trégua política e perde 100 mil; dólar dispara

Declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que base do governo é que obstrui andamento de reformas pesa no sentimento do investidor. Juros sobem na véspera do Copom

Ibovespa queda bolsa fundos imobiliários
Imagem: Shutterstock

Foi um dia tenso nos mercados.

Não tenso como os que vimos em março, com direito a circuit breakers a rodo e pânico global. Comparar qualquer coisa com aquele tombo histórico é difícil, convenhamos.

Mas foi uma sessão em que a cautela externa, relacionada ao coronavírus, como se via naquele mês, persistiu. E, no cenário doméstico, o desempenho dos bancos pesou muito, por ocasião dos balanços do terceiro trimestre.

A novidade, que nem é tão nova assim, já que estava apenas em stand-by, foi o risco político, que azedou o humor dos investidores no meio da tarde após uma declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia — fazendo também o dólar disparar.

O índice começou o dia no azul, mas virou de sinal pouco após a primeira meia hora de pregão, seguindo a abertura das bolsas americanas. Após oscilar, se definiu no campo negativo no início da tarde, quando já perigava perder os 100 mil pontos.

Daí em diante só houve perdas. No fim do dia, de fato o Ibovespa não manteve os 100 mil: encerrou a sessão caindo 1,4%, aos 99.605,54 pontos.

Leia Também

Os gatilhos

Por aqui, o balanço bom de um banco foi um gatilho para a queda dos bancos em geral — e, consequentemente, o do índice.

O Santander registrou um lucro acima das estimativas, mas predominou a visão de que o balanço já estava precificado na ação. Por isso, o papel caiu hoje.

"O resultado foi bom, mas não espetacular, e vemos ainda alguma fragilidade para frente com relação à inadimplência, principalmente", diz Victor Hasegawa, gestor de ações da Infinity Asset. "Os bancos começaram a realizar com isso."

No fim do dia, papéis como os preferenciais do Bradesco (BDDC4) e do Itaú (ITUB4), além dos ordinários do Banco do Brasil (BBAS3), terminaram a sessão caindo mais de 3%.

Outro peso-pesado do índice, as ações da Ambev (ABEV3) caíram quase 4%.

Lá fora, o cenário continua não ajudando.

A alta no número de casos nos Estados Unidos e na Europa, conjugado a balanços fracos nos EUA e ausência de estímulos fiscais, também foram pressões de baixa para a bolsa brasileira.

As bolsas americanas terminaram mistas. O índice S&P 500 terminou caindo 0,3%, e o Dow Jones, 0,8%, refletindo balanços negativos de duas empresas componentes do índice, a Caterpillar e a 3M.

Enquanto isso, o Nasdaq é o único que fechou no azul hoje, subindo 0,64%, com ajuda de ações de big techs que divulgam seus balanços nesta semana, como Amazon, Apple, Facebook e Alphabet (dona do Google).

"O mercado está começando a se ajustar para possíveis efeitos negativos", diz Igor Cavaca, analista da Warren, citando a antecipação do mercado à redução da mobilidade e à consequente redução de consumo de petróleo em meio a uma possível segunda onda da covid.

Hoje, ações de CCR (CCRO3) e EcoRodovias (ECOR3), concessionárias de rodovias, marcaram perdas fortes no índice, caindo no mínimo 3%.

Como se o caldo já não fosse negativo o suficiente, o golpe de misericórdia nos mercados veio da política.

Uma declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que base do governo é que obstrui andamento de reformas, pesou no sentimento do investidor, fazendo o dólar disparar. Os juros chegaram a disparar.

"Não sou eu que estou obstruindo, é a base do governo", disse Maia, referindo-se às reformas. "Se o governo não tem interesse nas medidas provisórias, eu não tenho o que fazer. Eu pauto, a base obstrui, eu cancelo a sessão. Infelizmente, é assim", disse.

Top 5

O Santander teve um lucro líquido gerencial de R$ 3,902 bilhões — uma alta de 82,7% se comparado ao trimestre anterior —, um valor muito acima da estimativa de mercado.

Os analistas que cobrem o banco, assim como o mercado, não questionam o quão positivo foram os números. No entanto, apresentam dúvidas sobre a sustentabilidade deles nos próximos trimestres. Leia na matéria do Vinícius Pinheiro. Veja as maiores quedas percentuais do índice hoje:

CÓDIGOEMPRESA PREÇOVARIAÇÃO
EMBR3Embraer ONR$ 6,45 -6,25%
SANB11Santander Brasil unitsR$ 33,27-4,73%
B3SA3B3 ONR$ 52,75-4,06%
COGN3 Cogna ON R$ 4,62 -3,75%
VVAR3 Via Varejo ONR$ 18,88-3,72%

Veja também as maiores altas:

CÓDIGOEMPRESAPREÇOVARIAÇÃO
CSAN3 Cosan ON R$ 70,17 2,81%
RENT3Localiza ONR$ 64,57 2,67%
GGBR4Gerdau PNR$ 23,612,39%
GOAU4 Metalúrgica Gerdau PN R$ 10,51 2,34%
RADL3Raia Drogasil ONR$ 26,08 1,99%

Dólar dispara e juros sobem antes do Copom

O dólar começou o dia também instável, tendo marcado queda de 0,3% cedo na mínima da sessão, para R$ 5,6005.

No entanto, logo reverteu a baixa e durante toda a sessão passou a renovar máximas. Fechou cotado em forte alta de 1,2%, a R$ 5,6827.

A fala de Maia teve pronunciado efeito na divisa, por volta das 15h20.

O parlamentar acusou a base governista de obstrução de reformas. Maia ressaltou que conversou com os partidos da esquerda sobre fazer com que a PEC da reforma administrativa possa avançar sem passar pela Comissão de Constituição e Justiça, parada desde o ano passado.

Maia encerrou a sessão de hoje sem votar medidas provisórias e convocou nova sessão para 3 de novembro.

"Espero que, naquilo que for urgente, possa ter maioria na Casa para que o Brasil não entre no ano que vem com inflação subindo, com ainda câmbio a sete reais, taxa de juros a longo prazo subindo 15% a 20%, relação dívida-PIB de 100%", disse Maia.

O temor do mercado é de que a declaração ressuscite o desentendimento político entre o Congresso e o governo, dificultando a aprovação de projetos que reduzam o gasto público.

"A falta de perspectiva de encaminhamento das reformas e medidas no Congresso explica o comportamento do dólar", diz Camila Abdelmalack, economista da Veedha Investimentos.

"Também temos um problema fiscal e um problema de inflação, a moeda vale pouco em um contexto assim", diz Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair.

Os juros futuros também tiveram um momento de disparada. No fim do dia, encerraram a sessão em alta firme, às vésperas do Copom.

A expectativa é que o comitê faça avaliações mais duras sobre a inflação, mas que também enderece a gravidade do risco fiscal em um cenário de paralisia da apreciação das reformas.

"O IPCA-15 pressionou bastante a curva no dia que saiu, na sexta, mas o que está por trás da parte longa mais pressionada é o fiscal", diz Adauto Lima, economista da Western Asset Management. "Se não há sinalização de que o teto vai ser mantido, essas taxas longas vão continuar subindo."

  • Janeiro/2021: de 1,96% para 1,95%
  • Janeiro/2022: de 3,39% para 3,44%
  • Janeiro/2023: de 4,84% para 4,93%
  • Janeiro/2025: de 6,57% para 6,67%

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed

13 de setembro de 2022 - 19:01

Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições

13 de setembro de 2022 - 7:37

Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão

DANÇA DAS CADEIRAS

CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa

12 de setembro de 2022 - 19:45

Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim

FECHAMENTO DO DIA

Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09

12 de setembro de 2022 - 18:04

O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Segredos da bolsa

Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB

12 de setembro de 2022 - 7:57

O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira

A SEMANA NA B3

Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice

10 de setembro de 2022 - 13:40

Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China

Exclusivo Seu Dinheiro

Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação

10 de setembro de 2022 - 10:00

Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda

FECHAMENTO DO DIA

Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14

9 de setembro de 2022 - 18:42

O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações

9 de setembro de 2022 - 7:36

O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa

FECHAMENTO DO DIA

BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20

8 de setembro de 2022 - 19:00

A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro

8 de setembro de 2022 - 7:47

Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão

FECHAMENTO DO DIA

Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23

6 de setembro de 2022 - 18:43

Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa

ACABOU A ESPERA?

Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda

6 de setembro de 2022 - 15:38

O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião

ANOTE NO CALENDÁRIO

Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro

6 de setembro de 2022 - 11:29

Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto

6 de setembro de 2022 - 7:43

Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia

FECHAMENTO DO DIA

Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15

5 de setembro de 2022 - 18:40

Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities

MÍNIMA HISTÓRICA

Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos

5 de setembro de 2022 - 13:55

O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro

PASSANDO A FAIXA

Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher

5 de setembro de 2022 - 9:14

Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit

SEGREDOS DA BOLSA

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje

5 de setembro de 2022 - 7:46

Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar