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Felipe Saturnino

Felipe Saturnino

Graduado em Jornalismo pela USP, passou pelas redações de Bloomberg e Estadão.

navegando a pandemia

Ibovespa afunda e dólar dispara com avanço da covid-19 e fala de Guedes sobre auxílio

Principal índice acionário da B3 tem maior queda em quase duas semanas, em dia de perdas nos mercados de ações americanos; moeda americana sobe 1,1% com possível piora das contas públicas por prolongamento de auxílio emergencial

Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
12 de novembro de 2020
18:37 - atualizado às 11:25
Segunda onda covid-19
Imagem: Shutterstock

Foi um dia negativo para os ativos de risco globais, em meio ao retorno dos temores sobre uma segunda de coronavírus ao radar dos investidores.

O Ibovespa acompanhou as bolsas americanas e anotou a maior queda desde 30 de outubro, sessão imediatamente anterior do rali de seis dias na esteira da eficácia da vacina da Pfizer — na ocasião, caiu 2,72%.

Hoje, o recuo foi de 2,2%, com o principal índice da bolsa brasileira fechando cotado aos 102.510 pontos — na segunda sessão consecutiva de baixa.

Nas bolsas americanas, a queda foi mais mitigada, mas não deixou de ser forte: o S&P 500 caiu 1%, o Dow Jones, 1,1%, e o Nasdaq — até ele, cujas ações de tecnologia saíram amplamente beneficiadas com a pandemia —, 0,65%.

O grande gatilho da tensão de hoje entre os investidores foi disparado em diversos estados americanos, dentre os quais Nova York.

Naquele estado, medidas de distanciamento social foram anunciadas ontem à noite pelo governador Andrew Cuomo, que definiu o toque de recolher, vigente a partir de sexta, para as 22h do horário local para bares, restaurantes e academias.

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Enquanto isso, reuniões em residências privadas na cidade serão limitadas a 10 pessoas, no máximo.

Governadores de Maryland, Minnesota, Iowa, Utah e outros estados também impuseram medidas de isolamento social, já que as contaminações se espalham a um ritmo similar ou mais intenso do que o visto em março.

"Esse crescimento de casos traz a preocupação de uma segunda onda, gerando novas medidas de isolamento social e desacelerando uma retomada da economia mundial", diz Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos.

"Além do mais, estamos em um momento sem mais estímulos no radar, então isso preocupa os investidores."

A avaliação sobre este cenário de aumento de infecções pela covid-19 — os Estados Unidos bateram os 100 mil casos diários na quarta (11) pelo 9º dia consecutivo — não é muito encorajadora para a economia, e os investidores têm lido assim. Bem como o presidente do Federal Reserve, o banco central americano, Jerome Powell.

“Os próximos meses podem ser desafiadores”, disse Powell, durante Fórum do Banco Central Europeu. Sobre as implicações de uma vacina, ele acrescentou: “Do nosso ponto de vista, é muito cedo para avaliar com alguma confiança”.

“Vemos que a economia continua em uma trajetória sólida de recuperação, mas o principal risco que vemos é a propagação de doenças aqui nos Estados Unidos”, afirmou.

Outra informação importante para o contexto dos mercados é a falta de um novo acordo de estímulos: segundo a Bloomberg, o governo de Donald Trump desistiu de tentar qualquer acordo por uma ajuda econômica com os democratas.

Diante de um cenário tão negativo, o resultado não podia ser diferente do de uma sangria — e os mercados globais tiveram de pausar o rali recente, gerado exatamente pela perspectiva de uma vacina contra a covid-19.

Por aqui, o noticiário local trouxe a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que instigou cautela adicional.

Guedes disse que a prorrogação do auxílio emergencial no caso de uma segunda onda do coronavírus por aqui "não é possibilidade, é certeza".

"Se houver segunda onda da pandemia, o Brasil reagirá como da primeira vez", disse Guedes, completando que, nesse cenário, seria decretado estado de calamidade pública e recriado o auxílio.

"É preocupante, sim, no caso de haver uma segunda onda, esse prolongamento do auxílio emergencial", diz Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Contribuíram para a má performance do Ibovespa hoje principalmente ações da Petrobras e de bancos são uma pressão negativa na sessão de hoje — os papéis se recuperaram durante o rali originado pela eficácia da vacina da Pfizer.

"Vamos ver nas próximas sessões se essas nossas blue chips, como Petrobras e bancos, voltam a se recuperar como tínhamos visto nas duas primeiras sessões da semana", diz Esteter.

"Os investidores aproveitaram para realizar lucros de curto prazo hoje aqui na bolsa, depois das fortes altas recentes com movimento comprador exponencial", diz Panonko, da Toro.

Além disso, os balanços relativos ao terceiro trimestre também pesaram no índice.

Top 5

A Taesa, empresa de transmissão de energia — um dos chamados "setores defensivos" — liderou as altas percentuais do índice hoje.

A companhia registrou lucro líquido de R$ 631,9 milhões no terceiro trimestre, em alta de quase 80% na comparação anual.

A Marfrig foi outra que fez bonito nos resultados trimestrais e chegou a estar entre os maiores ganhos percentuais do índice, mas fechou apenas em leve alta. A companhia teve lucro líquido de R$ 674 milhões, avanço de 571% na comparação anual.

Ainda assim, o setor foi levado pelo ímpeto de bons resultados operacionais — junto com os da JBS, cuja papel recuou hoje —, e os papéis de Minerva também foram puxados após os balanços de empresas do setor.

Papéis da Hapvida terminaram entre os maiores ganhos percentuais com as expectativas para os resultados do terceiro trimestre de hoje, após o fechamento dos mercados. Veja as principais altas do Ibovespa:

CÓDIGOEMPRESAPREÇO (R$)VARIAÇÃO
TAEE11Taesa units31,57 3,10%
HAPV3Hapvida ON69,85 1,97%
BTOW3B2W ON75,86 1,51%
KLBN11Klabin units23,40 0,91%
EGIE3Engie ON43,60 0,72%

Na ponta negativa, a Rumo ficou entre as maiores quedas percentuais — a operadora ferroviária reportou lucro líquido de R$ 171 milhões, queda de 54% na comparação anual.

De acordo com a empresa, o resultado foi influenciado pela queda de 4,2% na tarifa de transporte ferroviário, assim como os maiores gastos com a renovação antecipada da Malha Paulista.

"A Rumo foi extremamente prejudicada pelo aumento das despesas financeiras", escreve Luís Sales, analista da Guide, em relatório.

Outra concessionária, as ações da CCR também terminaram a sessão entre as maiores perdas, após queda de 65% do lucro líquido da empresa em relação ao mesmo período de 2019.

A Eletrobras também desapontou. A companhia marcou lucro líquido de R$ 96 milhões, queda de 87% ante o terceiro trimestre de 2019, e as ações foram a sexta maior baixa percentual hoje.

A Via Varejo, por outro lado, surpreendeu e apresentou lucro (o mercado esperava prejuízo) de R$ 590 milhões de julho a setembro. Os papéis caíram com a realização de lucros de investidores, após altas recentes — a ação subiu 60% em 2020.

As duas principais baixas do índice, no entanto, são velhas conhecidas (ao menos no ano de 2020) dessa posição: os papéis de Gol e Azul, empresas aéreas sensíveis ao noticiário da covid-19. Confira as principais quedas:

CÓDIGOEMPRESAPREÇO (R$)VARIAÇÃO
AZUL4Azul PN             27,90 -6,38%
GOLL4Gol PN             19,06 -5,92%
VVAR3Via Varejo ON             17,76 -5,73%
CCRO3CCR ON             11,70 -5,72%
RAIL3Rumo ON             19,00 -5,19%

Dólar fecha perto das máximas; juros terminam mistos

No mercado de câmbio, o que tivemos foi um novo pregão de volatilidade.

A moeda americana abriu a sessão em queda frente ao real, buscando o patamar de R$ 5,35 nas mínimas do dia (-1,15%), mas virou para alta após a fala de Guedes sobre estender o auxílio e chegou a atingir a cotação de R$ 5,4762, na máxima intradiária (+1,1%).

Mais na reta final da sessão, pouco antes das 17h, a divisa operava refletindo a aversão ao risco no exterior, subindo forte, em alta superior a 1,04% — atestando a amplitude de movimentos da moeda.

No fim, o dólar fechou em avanço de 1,14%, cotado a R$ 5,4782.

A leitura de operadores é que houve uma correção nos preços da moeda, que registra queda de 4,53% em novembro — no ano, o dólar já disparou 36,5%.

Além disso, em face de mais um sinal de indefinição sobre a questão fiscal, já que Guedes sinalizou para a extensão do auxílio em caso de eventual segunda onda, os investidores optaram por se proteger e fizeram um movimento comprador mais uma vez.

Os juros, que subiram forte ontem refletindo a apreensão sobre o cenário fiscal, adotaram comportamento misto hoje.

As taxas curtas fecharam em leve queda, enquanto as longas avançaram reduziram refletindo a declaração de Guedes e avaliando uma piora do risco fiscal.

"O mercado agora está desprezando uma alta em 2020 da Selic. Está em 20% somente a chance de subir juros em dezembro, e há um represamento, com a ponta curta caindo e a longa, subindo", diz Paulo Nepomuceno, analista de renda fixa da Terra Investimentos.

"E no cenário interno, o executivo ainda mostra fragilidade quando se toca no assunto de diminuição de gasto público. O mercado quer saber de corte de gastos e o ministro vem com discurso no sentido oposto", afirmou.

Veja o fechamento das taxas dos principais contratos de depósitos interbancários:

  • Janeiro/2021: de 1,930% para 1,923%
  • Janeiro/2022: de 3,39% para 3,38%
  • Janeiro/2023: de 4,95% para 4,98%
  • Janeiro/2025: de 6,67% para 6,75%

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