Guedes promete prorrogação do auxílio emergencial caso 2ª onda da covid se confirme e azeda humor do mercado
Nos últimos dias o presidente Jair Bolsonaro já havia azedado o humor dos investidores ao flertar com a possibilidade de flexibilização do benefício
Em um momento em que a preocupação com o cenário fiscal brasileiro - deteriorado pela atuação contra os efeitos do coronavírus - não sai da cabeça dos investidores, uma fala do ministro da Economia Paulo Guedes pode ampliar o temor de piora no cenário.
Em evento organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o ministro Guedes disse que o governo prorrogará o auxílio emergencial se uma segunda onda de casos de coronavírus se confirmar no Brasil, seguindo a tendência do que vem acontecendo nos Estados Unidos e Europa.
"Prorrogação do auxílio emergencial se houver segunda onda não é possibilidade, é certeza. Se houver segunda onda da pandemia, o Brasil reagirá como da primeira vez. Vamos decretar estado de calamidade pública e vamos recriar [auxílio emergencial]”, afirmou.
Vale lembrar que nos últimos dias o presidente Jair Bolsonaro já havia azedado o humor dos investidores ao flertar com a possibilidade de flexibilização do benefício.
O ministro afirmou que o cenário ideal e previsto pela equipe econômica é de que o auxílio se encerre no fim de 2020, mas, caso seja preciso, entrará como uma medida de contingência. Segundo Guedes, o plano é que o auxílio seja incorporado ao Bolsa Família ou um novo programa social, ainda em estudo pelo governo. “Politicamente, o programa [Renda Brasil] não foi considerado satisfatório pelo presidente. No meio da eleição, não era hora de ter essa discussão”, completou.
Tanto o câmbio quanto a bolsa brasileira reagiram às falas. A moeda americana acelerou o movimento de alta e o Ibovespa caminhou para as mínimas do dia. Confira toda a movimentação dos mercados na nossa cobertura especial.
Guedes destacou também que a economia brasileira já começa a se recuperar 'como um urso que estava hibernando' e, caso seja necessário, a ideia é gastar uma parcela menor do PIB com o enfrentamento da pandemia - cerca de 4%, contra os atuais 10%.
O ministro Paulo Guedes aproveitou o evento para endereçar também outras questões, como o enfrentamento do coronavírus no auge da pandemia.
Para o ministro, o país viveu uma ameaça de caos social que não se concretizou, já que não houve desabastecimento dos supermercados e disse ainda que o setor manteve a economia em funcionamento. O evento que contou com a participação de Guedes foi promovido pela associação brasileira do setor.
*Com informações da Broadcast
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