Ibovespa fecha no maior nível desde agosto com otimismo sobre vacina, mas risco fiscal limita queda de dólar e juros
Apetite ao risco é sustentado por eficácia de 90% da vacina da farmacêutica Pfizer, sustentando o vigor das bolsas globais. Ibovespa atingiu maior nível registrado desde julho no “intraday”, com destaque para aéreas e shoppings; após “ficar barato”, dólar atrai compradores e modera baixa

O Ibovespa está empolgado.
O principal índice acionário da B3 já acumula mais 10% de alta apenas neste mês e mostrou mais uma vez vigor na sessão desta segunda-feira (9), retomando os 103 mil pontos.
Foi mais uma barreira superada na sua recuperação: o índice não encerrava uma sessão acima desse patamar há 3 meses — desde 10 de agosto.
Desta vez, o guia favorável para os negócios não veio da política: foi tudo por causa de uma vacina experimental.
O imunizante da farmacêutica americana Pfizer se mostrou eficaz em 90% dos testes realizados, de acordo com resultados preliminares. A história que trouxe bom humor aos investidores globais, impelindo-os à busca por ativos de risco, veio de um front que tinha voltado a piorar tanto nos Estados Unidos como na Europa.
Isto continua verdade — para tanto, basta ver que os casos de coronavírus continuam a bater recordes nos Estados Unidos e países da Europa já anunciaram lockdowns para controlar a circulação do vírus.
Leia Também
Mas é inegável que a notícia constitui um passo adicional dado em direção à vacina, que, eventualmente, pode ser usada massivamente na prevenção da doença.
Com isso, dois dos principais índices acionários nos Estados Unidos dispararam — S&P 500 e Dow Jones ganharam no mínimo 1,2%. O Nasdaq foi o único que se descolou do bom humor e fechou em queda forte, de 1,5%, em uma venda generalizada de papéis de empresas de tecnologia, que surfaram bem o período de isolamento social.
O Ibovespa terminou a sessão em avanço de 2,57%, para 103.515 pontos — no maior nível de fechamento desde 06 de agosto —, reforçando o movimento de volta do índice a níveis superiores acima dos 100 mil.
Mais cedo, o índice subiu acima dos 105 mil pontos na máxima, no maior nível dentro de uma mesma sessão desde 29 de julho, chegando a saltar 4,18% e operando aos 105.146,56 pontos.
Top 5
Ações Gol PN (GOLL4) e Azul PN (AZUL4) estiveram entre as maiores altas percentuais da sessão do principal índice da bolsa brasileira hoje.
Os papéis perderam ao menos 45% de valor em 2020 e são sempre muito sensíveis ao noticiário da covid-19, uma vez que as empresas se encontram entre as maiores perdedoras com a pandemia.
Papéis de shoppings, também muito afetados pela pandemia, ficaram entre os grandes vencedores da sessão.
As ações da Petrobras também tiveram uma sessão de ganhos elevados.
Petrobras ON (PETR3) e Petrobras PN (PETR4) dispararam 10,2% e 9,4%, respectivamente, avançando na esteira da alta do preço do petróleo Brent, ajudado pela clima de "risk-on" com a perspectiva de uma vacina.
Veja as cinco principais altas:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
GOLL4 | Gol PN | 21,05 | 19,94% |
AZUL4 | Azul PN | 30,71 | 18,43% |
LREN3 | Lojas Renner ON | 47,98 | 14,51% |
MULT3 | Multiplan ON | 24,52 | 14,05% |
EMBR3 | Embraer ON | 7,41 | 13,13% |
Na outra ponta, ações que têm ido bem em 2020, marcando desempenhos positivos no acumulado do ano, caíram hoje, sugerindo que os investidores aproveitam para fazer uma troca de posições e realizar lucros.
O Magazine Luiza publica seus resultados nesta segunda, pós-mercado, e os agentes embolsaram lucros após uma expectativa positiva sobre o balanço elevar o preço da ação recentemente.
Outra coisa que chama a atenção de novo é a correlação entre o Nasdaq e empresas de e-commerce: o índice de tecnologia sofreu hoje com a "economia tradicional" sendo recompensada — o papel Magazine Luiza ON (MGLU3) sofreu junto.
Com ganhos de 10% no ano e após confirmar nova aquisição, ações Hapvida ON (HAPV3) caíram 2,35%. Confira as principais quedas do Ibovespa:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
TOTS3 | Totvs ON | 29,37 | -5,47% |
B3SA3 | B3 ON | 53,85 | -4,89% |
VVAR3 | Via Varejo ON | 18,54 | -3,54% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | 26,45 | -3,22% |
BTOW3 | B2W ON | 79,69 | -3,15% |
Volátil, dólar fecha perto da estabilidade; juros caem
Se no Ibovespa a coisa vai bem — e por bem leia-se "continuamente para cima", como têm sido as últimas sessões —, o mercado de câmbio foi mais volátil hoje.
O dólar fechou o pregão próximo do zero a zero, em uma pequena baixa de 0,04%, caindo para R$ 5,3917, após operar em forte queda durante toda a manhã e o início da tarde.
Com uma fraqueza impulsionada pela perspectiva de Joe Biden na presidência americana, como se confirmou, o preço mais barato do dólar atraiu compradores e moderou as perdas da moeda.
Na mínima, a divisa chegou a tombar 3,1%, para R$ 5,2252, desempenho que estava então em linha com a manutenção do ritmo de queda visto na semana passada — no período, a divisa caiu 6%.
"Em tempos de pandemia, a volatilidade e a amplitude da moeda está sendo testada a cada dia", diz Jefferson Rugik, diretor-superintendente da Correparti.
"A euforia sobre Biden e a divulgação de eficácia da vacina enfraqueceram o dólar, mas ele ficou relativamente barato frente ao que estava antes e os investidores aproveitaram para recompor suas posições defensivas", explica Rugik.
O especialista no mercado de câmbio afirma que, nas condições atuais da política fiscal, "é difícil abaixo de R$ 5,50". "Além do mais, no quarto trimestre tem uma questão sazonal: remessa de lucros e dividendos, ou seja saída de dólar, o que deve pressionar a moeda."
O dólar subiu frente a moedas fortes como euro, libra e iene, neste momento, segundo o Dollar Index (DXY), que tem avanço de 0,6%.
Os juros futuros, por sua vez, tiveram uma sessão consolidada no campo negativo e fecharam em queda. O movimento mais expressivo foi verificado nas taxas de contratos de vencimentos de prazos maiores, em uma reação à busca pelo risco.
"Os mercados tiveram uma melhora 100% explicada pelo exterior, mas no caso de juros e dólar essa melhora foi em parte limitada pelo risco fiscal que ainda existe aqui", diz Mauro Morelli, estrategista da Davos Investimentos, escritório filiado à XP Investimentos.
Apesar da queda, as taxas de juros saíram das mínimas em consonância com a redução da queda do dólar.
Hoje, a pesquisa Focus do Banco Central trouxe revisão altista — e forte — para a inflação em 2020. A mediana das estimativas de economistas passou de 3,02% na semana passada para 3,2% nesta. Confira as taxas dos principais vencimentos agora:
- Janeiro/2021: de 1,929% para 1,925%
- Janeiro/2022: de 3,31% para 3,29%
- Janeiro/2023: de 4,86% para 4,81%
- Janeiro/2025: de 6,51% para 6,42%
Exterior positivo
As bolsas americanas se mantiveram em uma forte toada. O Dow Jones, por exemplo, foi a nível recorde intradiário pela primeira vez desde fevereiro, chegando a subir 4,8% — terminou a sessão avançando 2,95%.
O Nasdaq, índice de ações de tecnologia, foi o único que recuou entre os principais índices americanos — apontando que os investidores trocaram de posições, se desfazendo de ações das empresas de tecnologia que amplamente se beneficiaram em meio à pandemia.
As ações da Pfizer subiram forte em Nova York (8,93%), após o anúncio da empresa a respeito da comprovação da eficácia de sua candidata à vacina nos testes clínicos.
A divulgação é mais um passo na direção à eventual utilização massiva de um imunizante contra a doença.
A Pfizer disse que está em curso a solicitação aos reguladores de saúde uma permissão para vender a vacina antes do final deste mês, se os dados pendentes indicarem que a vacina é segura.
A BioNTech, que também participa da produção da vacina com a Pfizer, se disse otimista de que o efeito de proteção da vacina experimental da empresa, desenvolvida em conjunto com a Pfizer, terá a duração de pelo menos um ano.
Em outra frente está o cenário político. Após três dias de apuração, Joe Biden foi dado como presidente eleito dos Estados Unidos.
Ao lado da vice-presidente Kamala Harris, Biden deve iniciar um impulso por um pacote de estímulos fiscais maior, o que também contribui para uma reação positiva do mercado.
Além disso, deverá de tratar assuntos de saúde pública, investimento em sustentabilidade e nova abordagem para a política externa e o comércio global, entre outras questões.
Em discurso de vitória no sábado, Biden prometeu trabalhar em direção a esses objetivos com o objetivo de unir uma nação profundamente dividida, destacando que "se pudemos decidir não cooperar, então podemos decidir cooperar".
No campo da pandemia, o democrata deverá registrar um tom mais agressivo diante do aumento de casos da doença, após um recorde de mais de 120 mil casos da covid-19 registrados.
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje