O Ibovespa opera em forte alta nesta terça-feira (24), em meio a um ambiente de menor percepção de risco político nos Estados Unidos e à contínua repercussão positiva dos investidores aos avanços de uma vacina contra o coronavírus.
No exterior, os índices americanos à vista operam em terreno positivo. O Dow Jones foi ao novo recorde histórico, alcançando os 30 mil pontos, e agora sobe 1,5%. O S&P 500, índice com o qual o Ibovespa guarda muita correlação, tem ganhos de 1,6%. O Nasdaq avança 1,35%.
Os agentes financeiros reagem ao sinal verde do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a equipe do eleito Joe Biden iniciar o processo de transição do governo.
No radar, também ficam as nomeações de Biden para ocupar cargos-chave do governo — segundo o Wall Street Journal, a ex-presidente do Federal Reserve (banco central americano, o Fed), Janet Yellen, será a escolhida para secretária do Tesouro do país.
Por volta das 16h20, o principal índice acionário da B3 dispara 2,3%, cotado aos 109.880 pontos, com destaque para as ações da Petrobras, que sobem forte seguindo o avanço do petróleo no mercado internacional.
Papéis de bancos também registram ganhos fortes na sessão de hoje e sustentam a alta do índice em meio ao ingresso de recursos de investidores estrangeiros na bolsa, os quais têm buscado predominantemente blue chips do índice vistas como "pechinchas".
Ações de shoppings também avançam, em meio às perspectivas de um imunizante contra a covid-19 estar cada vez mais próximo, e lideram altas do Ibovespa. Veja as ganhadoras da sessão até agora:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
IGTA3 | Iguatemi ON | 36,67 | 7,07% |
MULT3 | Multiplan ON | 23,44 | 6,89% |
BRML3 | BR Malls ON | 9,99 | 7,07% |
ECOR3 | Ecorodovias ON | 12,25 | 6,52% |
USIM5 | Usiminas PNA | 12,46 | 5,95% |
Na ponta oposta, ações do setor de saúde ficam entre as maiores quedas, bem como as ações da Weg, cujos papéis são os que mais subiram no ano no índice — investidores aproveitam a alta para realização de lucro. Confira as maiores perdas do Ibovespa:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
TIMS3 | Tim ON | 13,46 | -1,97% |
TOTS3 | Totvs ON | 26,29 | -1,94% |
GNDI3 | Intermédica ON | 70,17 | -1,83% |
WEGE3 | Weg ON | 77,11 | -1,78% |
IRBR3 | IRB ON | 7,05 | -1,67% |
Dólar cai; juros curtos sobem com IPCA-15, longos recuam
Enquanto isso, o dólar continua operando em queda e cai 0,9% para R$ 5,38 agora, refletindo a tomada de risco nas bolsas ao redor do mundo que faz os investidores se desfazerem de ativos de hedge (proteção).
A divisa americana também recua frente a moedas pares do real, como o peso mexicano e o rublo russo, indicando um enfraquecimento generalizado em comparação às divisas de economias em desenvolvimento.
Frente a moedas fortes como euro, libra e iene, como indicado pelo Dollar Index (DXY), o dólar tem leve recuo neste momento, de 0,3%.
Os juros futuros, que tiveram uma sessão de estresse ontem, operam com desempenhos mistos nesta terça. Mais cedo caíam, mas viraram em meio à realização do leilão do Tesouro, que vendeu o lote integral de 1,1 milhão de NTN-Bs em meio a um ambiente de cautela fiscal persistente.
Além disto, para entender a sessão de hoje nesse mercado, é fundamental falar da inflação preliminar de novembro. Foi divulgado hoje o maior valor do IPCA-15 para o mês em 5 anos, afetando os vencimentos mais curtos, como os juros para janeiro/2022, que sobem levemente em meio à percepção de alta dos preços no curto prazo.
As taxas de vencimentos mais longos recuam apenas levemente agora, deixando as mínimas intradiárias que foram vistas mais cedo, acompanhando o cenário de busca por risco nas bolsas lá fora. Veja as taxas agora:
- Janeiro/2021: de 1,934% para 1,936%
- Janeiro/2022: de 3,40% para 3,43%
- Janeiro/2023: de 5,20% para 5,22%
- Janeiro/2025: de 7,04% para 7,00%