O mercado, de fato, estava de olho nas ações da Via Varejo! O leilão de venda dos papéis da companhia pelo Grupo Pão de Açúcar, além de movimentar mais do que o previsto, fechou com preços maiores do que o estabelecido inicialmente pelo grupo varejista.
De acordo com informações da B3, foram vendidas 43.404.600 ações ordinárias da Via Varejo ao preço unitário de R$ 5. A movimentação financeira foi de R$ 217 milhões. Na expectativa original, o GPA projetava vender 40 milhões de ações ao preço de R$ 4,74.
Tal surpresa não poderia ter outro resultado senão a alta das ações da Via Varejo no Ibovespa. No fechamento do pregão, os papéis ordinários da empresa subiram 5,30%.
Tempo fechado
O leilão de ações veio bem a calhar para a Via Varejo na bolsa. Os papéis da empresa amargavam um desempenho ruim em fevereiro, principalmente após a divulgação do seu balanço anual referente a 2018. Se compararmos os números da Via Varejo com o resultado da sua concorrente Magazine Luiza, fica claro o abismo em termos de resultados e estratégia que passam as duas companhias. Enquanto a primeira registrou uma expansão de impressionantes 27,3% na receita líquida no quarto trimestre na comparação anual e de 16,1% de vendas no conceito mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), a segunda praticamente andou de lado, com alta de 1% no faturamento e zero em SSS. Na última linha do balanço, as diferenças se tornam ainda mais evidentes: Magazine Luiza teve lucro, de outubro a dezembro, de R$ 189,6 milhões e a Via Varejo, prejuízo de R$ 279 milhões.
Parte da discrepância dos resultados se explica por uma série de erros cometidos pela Via Varejo no final do ano passado, que concentra o principal período de vendas do setor varejista, com o Natal e a Black Friday. Todos os sites da empresa (Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com), por exemplo, registraram algum tipo de problema durante a Black Friday, chegando a ficar quase metade do tempo “intermitentes ou fora do ar”.
*Com Estadão Conteúdo.