Após o desabamento de um pavilhão que estava em fase de construção em Minas Gerais, em 1971, a tragédia da Vale deve ser o maior acidente trabalhista da história do Brasil. Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, 31, a Defesa Civil de Minas Gerais disse que há 110 mortes, sendo que 67 corpos já foram identificados.
O número de desaparecidos é de 238 e o de resgatados é de 192. Além disso, 394 corpos já foram localizados. No acidente de 1971, 69 pessoas morreram.
Para evitar novos desastres do tipo, a Vale anunciou na última terça-feira (29) que vai eliminar todas as barragens a montante, tecnologia usada nas estruturas de Brumadinho e de Mariana, da Samarco.
O presidente disse que a companhia possuía 19 barragens do tipo e que todas já estavam inativas. Agora, o trabalho vai focar em acelerar a eliminação de rejeitos armazenados, o que levará entre um e três anos. O plano de segurança custará R$ 5 bilhões.
Ontem à noite, a empresa também anunciou que a ex-ministra do STF Ellen Gracie vai liderar comitê para apurar desastre de Brumadinho.
Em nota, a empresa destaca que o comitê "foi criado para apoiar o Conselho de Administração na apuração de causas e eventuais responsabilidades no contexto do rompimento da Barragem I da Mina Córrego de Feijão, em Brumadinho (MG)".
Vale e a bolsa
Os papéis da Vale possuem o maior peso no Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE) com 15,3% da carteira teórica do índice, que reúne 35 ações de 30 companhias. As ações da empresa foram incluídas no índice neste ano. Em tese, ele deveria reunir apenas empresas com práticas mais rigorosas de sustentabilidade.
A empresa também está presente no Ibovespa. Lá, as ações ordinárias da Vale (VALE3) representam cerca de 9% da composição da carteira. Veja neste vídeo como o tombo da companhia arrastou a bolsa junto.