🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – ACOMPANHE AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES CLICANDO AQUI

Estadão Conteúdo

A conta do desastre

Balanço da Vale sofreu poucas mudanças após tragédia de Mariana

O risco de uma derrota na ação coletiva movida nos Estados Unidos contra a empresa e alguns de seus executivos também não foi provisionado nem considerado no cálculo dos passivos contingentes

Estadão Conteúdo
2 de fevereiro de 2019
10:53 - atualizado às 13:24

O desastre na barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, a crescente pressão sobre a operação de barragens e as restrições de seguradoras e resseguradoras contra tais riscos não foram suficientes para que a Vale adotasse uma posição mais conservadora em seus balanços. A provisão para riscos ambientais no último informe trimestral (ITR) da mineradora, fechado em setembro, era de apenas 5% do que estava provisionado em setembro de 2015, último resultado apresentado antes do rompimento da barragem de Fundão.

O risco de uma derrota na ação coletiva movida nos Estados Unidos contra a empresa e alguns de seus executivos também não foi provisionado nem considerado no cálculo dos passivos contingentes.

"Em função do estágio dos processos envolvendo o acidente da Samarco e descritos acima, não é possível determinar nesse momento um intervalo de possíveis desfechos ou uma estimativa confiável da exposição potencial para a Vale S.A.. Portanto, nenhum passivo contingente foi quantificado e nenhuma provisão para os processos relacionados ao acidente está sendo reconhecida", informa a empresa no último ITR.

Entre setembro de 2015 e setembro do ano passado, antes da tragédia da mina do Córrego do Feijão, as provisões para os litígios nas áreas civil, ambiental e trabalhista subiram apenas 8% em termos nominais. Já os passivos contingentes nas três áreas, ou seja, que não são provisionados porque o risco de perda é considerado baixo, subiram 18%, também em termos nominais.

As explicações apresentadas pela Vale mostram que as premissas que a empresa adotou para definir tais números não mudaram ao longo desse período e não consideram nenhum efeito decorrente do caso de Mariana, que foi tratado totalmente a parte. Também não há nada que indique uma preocupação adicional com riscos de acidentes em outras barragens, embora o primeiro caso tenha indicado a fragilidade de alguns sistemas.

O resultado de setembro de 2018 mostra que a empresa tinha conseguindo extinguir parte das reclamações dos acionistas estrangeiros, mas não todos. A mineradora estava contestando os pedidos remanescentes, que se encontravam em fase de abertura de informações ("Initial disclosure"). "Os pedidos que não foram extintos se referem a certas declarações contidas nos relatórios de sustentabilidade da Vale S.A. em 2013 e 2014 sobre procedimentos, políticas e planos de mitigação de riscos, e certas declarações feitas em uma conferência telefônica, em novembro de 2015, a respeito da responsabilidade da Vale S.A. pelo rompimento da barragem de Fundão", informou a companhia.

Leia Também

A provisão para riscos prováveis na área ambiental passou de R$ 240 milhões, no terceiro trimestre de 2015, para apenas R$ 13 milhões, no terceiro trimestre, uma queda de quase 95%. Isso ocorreu embora as perdas ambientais possíveis, aquelas que são informadas no balanço, mas não precisam ser provisionadas, tenham aumentado 52%, saltaram de R$ 5,1 bilhões para R$ 7,9 bilhões no mesmo período.

"A Vale apresenta um aumento nos riscos possíveis ambientais (aqueles que são informados mas não registrados no passivo da empresa) de 50% nos últimos três anos. Por outro lado, a parte provisionada dos mesmos riscos (riscos prováveis) teve queda acentuada", resume o tributarista Paulo Henrique Pêgas, que fez o levantamento para o Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado.

No mesmo período, houve um incremento de 63% e 12% nas provisões na área civil e trabalhista, respectivamente. Os montantes, porém, estão longe de corresponder aos gastos que a Vale já teve com o acidente de Mariana e aos recursos que estão sendo bloqueados em decorrência do rompimento da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão. Na área civil, a empresa tinha provisionada em setembro R$ 473 milhões. Na trabalhista, cerca de R$ 2 bilhões.

Segundo as informações prestadas pela empresa, na esfera civil, ao longo de todo esse período, estão sendo considerados principalmente processos movidos por fornecedores. Na trabalhista, reclamações individuais de empregados e terceirizados, horas extras, periculosidade e insalubridade. Já na ambiental, os processos, segundo a empresa, referem-se a "vícios processuais na obtenção de licenças, não cumprimentos de licenças ambientais existentes ou prejuízos ambientais".

Procurada, a Vale informou, por meio de sua assessoria de imprensa que está dedicada ao atendimento dos impactos decorrentes do rompimento da Barragem 1, da Mina do Feijão, em Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro. Sobre aspectos financeiros, disse que apresentará o detalhamento assim que possível.

Uma das responsáveis pela ação que já levou ao bloqueio de R$ 1,6 bilhões para custear as indenizações, a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG), Adriana Augusta Souza, disse que o montante foi calculado com base no valor de R$ 2 milhões, pago em dezembro para as famílias de cada um dos empregados e terceirizados mortos em Mariana. Considera também o fato de a empresa ser reincidente.

Ela trabalha com cruzamentos de informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). As estimativas são de cerca de 700 empregados próprios na unidade, que trabalhavam em três turnos. "Nesse caso, a tendência é que seja mais rápido porque os valores estão bloqueados. Caberá a Vale apresentar as provas de vida dos empregados e terceirizados, mostrar quem estava e quem não estava no local do desastre", afirma.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
QUEDA LIVRE

Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea

25 de abril de 2025 - 18:03

No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira

TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

SETOR ECONÔMICO ESTRATÉGICO

Consórcio formado por grandes empresas investe R$ 55 milhões em projeto de restauração ecológica

25 de abril de 2025 - 11:54

A Biomas, empresa que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, planeja restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul da Bahia e gerar créditos de carbono

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

IR 2025

Como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa física no imposto de renda 2025

25 de abril de 2025 - 6:45

Tem imóvel na Flórida? Investe por meio de uma corretora gringa? Bens e rendimentos no exterior também precisam ser informados na declaração de imposto de renda; veja como

SEXTOU COM O RUY

Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso

25 de abril de 2025 - 6:03

A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.

BALANÇO

Vale (VALE3) volta ao azul no primeiro trimestre de 2025, mas tem lucro 17% menor na comparação anual; confira os números da mineradora

24 de abril de 2025 - 20:21

A mineradora explica que os maiores volumes de vendas e custos menores, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram parcialmente o impacto dos preços mais baixos de minério e níquel

A TECH É BIG

Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre

24 de abril de 2025 - 17:59

A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)

COMPRAR OU VENDER

Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo

24 de abril de 2025 - 16:06

Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles

FUTURO NEBULOSO

Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?

24 de abril de 2025 - 13:57

Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros

FUNDOS DE HEDGE

O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis

24 de abril de 2025 - 12:06

Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA

RENOVADA

CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos 

24 de abril de 2025 - 11:44

Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio

TÁ CHEGANDO

OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações? 

24 de abril de 2025 - 10:45

Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos

Conteúdo Empiricus

‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado

24 de abril de 2025 - 10:00

CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

IR 2025

É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025

24 de abril de 2025 - 7:07

A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos

BONS VENTOS A CAMINHO?

Desempenho acima do esperado do Nubank (ROXO34) não justifica a compra da ação agora, diz Itaú BBA

23 de abril de 2025 - 19:15

Enquanto outras empresas de tecnologia, como Apple e Google, estão vendo seus papéis passarem por forte desvalorização, o banco digital vai na direção oposta, mas momento da compra ainda não chegou, segundo analistas

ILUMINADA

Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?

23 de abril de 2025 - 16:22

Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar