A startup de escritórios compartilhados WeWork pode reduzir seu valor de mercado para menos da metade da cifra calculada após o último aporte, disse o The Wall Street Journal.
O valuation em estudo pela We Company, holding que controla startup, é de US$ 20 bilhões, segundo a publicação. Mas em janeiro, quando o Softbank aplicou US$ 2 bilhões na empresa, seu valor de mercado foi calculado em US$ 47 bilhões.
O grupo japonês, que hoje é o maior investidor da startup, pode comprar, logo no IPO (oferta pública inicial de ações), entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões em ações da empresa, de acordo com o jornal americano.
Há ainda a possibilidade do Softbank fazer um novo aporte, adiando a abertura de capital para 2020.
À espera do lucro
No mês passado, a WeWork tornou público seus números (uma exigência para empresas de capital aberto), que revelaram um prejuízo de US$ 1,9 bilhão em 2018.
As cifras deixaram claro que o unicórnio americano segue uma trajetória comum de companhias de tecnologia — como Uber e Lyft —, a de não dar lucro (ao menos por enquanto).
Ambas estrearam na bolsa recentemente, mas ainda não conseguiram demonstrar ao mercado a que vieram.
A Uber perdeu 23% do valor de mercado desde que abriu capital, em maio deste ano. Já a Lyft acumula uma perda de 40% desde março, quando passou a ter ações negociadas na bolsa. As duas empresas também continuam reportando prejuízos bilionários.
Expectativas (boas e ruins)
Mas por que os investidores compram os papéis dessas companhias? Em linhas gerais, a reposta está na expectativa. Por conta do modelo inovador dessas empresas, o mercado espera que, no futuro, o crescimento dessas e outras empresas chamadas de "disruptivas" seja exponencial.
A WeWork também é questionada a respeito do que aconteceria no caso de uma recessão — um temor mundial dos mercados hoje. Uma crise poderia levar seus inquilinos a cortar gastos, como o do próprio serviço oferecido pela startup.
O CEO da WeWork, Adam Neumann, disse ao site Business Insider que a empresa estaria bem posicionada no mercado, no caso de uma recessão econômica, porque seus preços são mais atrativos que aqueles oferecidos pela concorrência.