A startup de escritórios compartilhados WeWork pode derrubar seu valor de mercado de US$ 47 bilhões para US$ 10 bilhões (o equivalente a R$ 40,5 bi, pela cotação de ontem), disse a Reuters.
Segundo a publicação, que ouviu uma fonte anônima, nenhuma decisão ainda foi tomada - o portal informa que a empresa não respondeu a reportagem de imediato.
Prestes a estrear na bolsa, a WeWork enfrenta a preocupações de investidores por conta de seu modelo de negócio. A imprensa americana já havia noticiado que a startup considerava um valuation de US$ 20 bilhões.
Diante da desconfiança do mercado, a companhia chegou a anunciar uma série de medidas para melhorar sua governança e impor novos limites para atuação do seu CEO, de acordo com Business Insider.
No mês passado, a WeWork tornou público seus números (uma exigência para empresas de capital aberto), que revelaram um prejuízo de US$ 1,9 bilhão em 2018.
As cifras mostraram que o unicórnio americano segue uma trajetória comum de companhias de tecnologia — como Uber e Lyft —, a de não dar lucro (ao menos por enquanto).
Ambas estrearam na bolsa recentemente, mas ainda não conseguiram demonstrar ao mercado a que vieram.
A Uber perdeu 23% do valor de mercado desde que abriu capital, em maio deste ano. Já a Lyft acumula uma perda de 40% desde março, quando passou a ter ações negociadas na bolsa. As duas empresas também continuam reportando prejuízos bilionários.
Questionamentos
Mas por que os investidores compram os papéis dessas companhias? Em linhas gerais, a reposta está na expectativa. Por conta do modelo inovador dessas empresas, o mercado espera que, no futuro, o crescimento dessas e outras empresas chamadas de "disruptivas" seja exponencial.
A WeWork também é questionada a respeito do que aconteceria no caso de uma recessão — um temor mundial dos mercados hoje. Uma crise poderia levar seus inquilinos a cortar gastos, como o do próprio serviço oferecido pela startup.
O CEO da WeWork, Adam Neumann, disse ao site Business Insider que a empresa estaria bem posicionada no mercado, no caso de uma recessão econômica, porque seus preços são mais atrativos que aqueles oferecidos pela concorrência.