Após um bom tempo de especulação sobre a possível fusão entre a administradora de shoppings, Aliansce (ALSC3) e a sua rival Sonae Sierra Brasil (SSBR3), as duas companhias decidiram finalmente fechar o acordo para fusão. A confirmação veio hoje (6) à noite depois do fechamento do mercado.
Com isso, nascerá a maior empresa do país em número de shopping centers sob gestão, a Aliansce Sonae Shopping Centers S/A. A nova companhia estará à frente até mesmo da gigante no setor BrMalls, que possui participação em 39 shoppings, de acordo com informações de seu próprio site.
Na nova empresa, a Aliansce terá 67,90% do capital social total e votante da companhia, enquanto a Sonae Sierra passará a deter, em conjunto, 32,10% do capital social total e votante. A novata seguirá listada no segmento do Novo Mercado da B3.
Mesmo com o acordo firmado por parte das duas companhias, é preciso esperar um pouco mais para que a união seja de fato consumada. No caso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) precisa aprovar ainda a fusão, mas isso deve ocorrer ainda em 2019. Até lá, as companhias permanecerão completamente separadas e independentes.
Portfólio mais completo
A possível fusão dos negócios garante à nova companhia um portfólio de 40 shoppings, sendo 29 próprios e 11 administrados. O portfólio será o segundo maior do setor de shopping centers no Brasil em Área Bruta Locável (ABL), com total administrado de aproximadamente 1,4 milhão de m² e cerca de 7 mil lojas.
Com a concretização da transação, Renato Rique será o presidente do Conselho de Administração da Aliansce Sonae Shopping Centers S/A, Rafael Sales será o diretor-presidente e José Baeta Tomás, diretor de integração.
"A combinação dos dois negócios deve resultar em uma companhia com posicionamento estratégico ainda mais forte, o que, combinado com as sinergias, nos permitirá oferecer experiências ainda mais especiais aos nossos consumidores. Pretendemos gerar valor no longo prazo para nossos lojistas e parceiros de negócio, além de oferecer grande oportunidade de crescimento para nossos colaboradores”, pontua Renato Rique.
Nos últimos doze meses, o volume total de vendas dos shoppings próprios das duas empresas somou aproximadamente R$ 14,8 bilhões. A nova companhia nasce com receita líquida de R$ 876 milhões e potencial geração de caixa (Ebitda) de R$ 630 milhões no último ano.
E os acionistas?
Em um processo de fusão, as companhias deixam de existir juridicamente e uma nova sociedade é criada. Com isso, segundo o documento, as ações de emissão da Aliansce serão canceladas e novas ações ordinárias serão emitidas pela nova companhia.
Para evitar que ocorra uma diminuição da participação percentual do acionista minoritário, a lei assegura a preferência na subscrição das novas ações.
Dessa forma, se o investidor desejar, pode subscrever na mesma proporção que já possuía, e manter exatamente a mesma participação que possuía antes da emissão.
Já o bloco de controle acionário ficará nas mãos de quatro acionistas principais: Canadá CPPIB, Renato Rique, Sonae Sierra SGPS e OFO (Grupo Otto).
Como tudo começou
A Aliansce informou o mercado pela primeira vez sobre as negociações em julho do ano passado. Na época, vários analistas chegaram a fazer relatórios recomendando a fusão das duas empresas.
No caso da Aliansce, a empresa tem participação de 20 shoppings centers e adicionalmente administra 11 shoppings de propriedade de terceiros. No total, ela possui 1.034,6 milhões de metros quadrados de ABL total. Entre os principais acionistas estão o fundo de pensão do Canadá CPPIB, com 38,19% e o empresário Renato Rique, com 11,16%.
Já, segundo informações obtidas no site da empresa, a Sonae Sierra Brasil possui nove shopping centers em operação no Brasil, totalizando 474,7 mil metros quadrados de ABL. A empresa é controlada pelo grupo português Sonae Sierra e o investidor alemão Alexander Otto.