Ações da JBS chegam ao nível de R$ 21 pela primeira vez na história
As ações do frigorífico já acumulavam ganhos expressivos no ano, mas a divulgação do balanço trimestral deu ainda mais ânimo ao mercado — e levaram os papéis a um nível inédito
As ações ON da JBS (JBSS3) lideraram os ganhos do Ibovespa na terça-feira (14), avançando mais de 8%. Os papéis do frigorífico têm o melhor desempenho do índice em 2019 e, com a alta do último pregão, atingiram uma marca histórica: pela primeira vez, chegaram ao nível de R$ 21,00.
Ao fim da sessão, os ativos da JBS contabilizavam alta de 8,36%, a R$ 21,39, novo recorde de preço para os papéis. O Ibovespa teve desempenho mais modesto: avançou 0,4%, aos 92.092,44 pontos.
O nível inédito chama ainda mais a atenção ao lembrarmos que, há cerca de dois anos, as ações da JBS entraram em colapso: em maio de 2017, vieram a publico os áudios da delação do empresário Joesley Batista que envolviam diretamente o então presidente Michel Temer.
Pouco antes do "Joesley Day", os papéis do frigorífico oscilavam perto dos R$ 11, mas, nos dias seguintes, chegaram cair ao patamar de R$ 5,00. As ações da empresa só voltariam a superar os R$ 10,00 em janeiro de 2018.
Os ganhos desta terça-feira vieram na esteira dos resultados trimestrais da JBS, divulgados na noite de segunda-feira (13). E, embora os analistas tenham feito algumas ressalvas quanto ao balanço apresentado pelo frigorífico, o tom foi unânime: as perspectivas para a empresa são bastante positivas.
Rali
Desde o início do ano, as ações da JBS acumulam alta de 84,6% — ao fim de 2018, os papéis eram negociados na faixa de R$ 11. O que aconteceu de lá para cá?
Leia Também
Brasil depende demais do agro, diz CEO da JBS (JBSS32) — que alerta para os riscos implícitos
Bom, é preciso lembrar que o Ibovespa e a bolsa brasileira como um todo passaram por uma onda de euforia no começo de 2019, em meio à percepção de que a reforma da Previdência seria uma das prioridades do governo Jair Bolsonaro e teria rápido encaminhamento no Congresso.
Esse otimismo "macro" chegou ao ápice em 18 de março, quando o Ibovespa fechou aos 99.993,93 pontos — um ganho acumulado de 13,7% desde o fim de 2018. Na mesma data, JBS ON terminou cotada a R$ 15,55, uma alta de 33,4% na mesma base de comparação.
Mas, desde então, as dificuldades enfrentadas pela reforma no Congresso, a falta de articulação política do governo e o reaquecimento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, entre outros fatores, reduziram a força do Ibovespa.
Hoje, o índice encontra-se ao redor dos 92 mil pontos, acumulando ganho de menos de 5% no ano. Então, qual foi o segredo da JBS para ir na contramão do restante do mercado e continuar avançando?

Negócio da China
Paralelamente às dificuldades enfrentadas pelo governo a partir de março, um novo fator entrou em cena para o setor de frigoríficos: o surto de febre suína na China, que levantou a possibilidade de aumento nas exportações de carne para o gigante asiático.
Embora não seja possível determinar exatamente qual a extensão do problema nos rebanhos chineses, o alto consumo per capita de carne de porco na China dá uma ideia do potencial do mercado chinês para as empresas brasileiras.
De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o consumo per capita de carne de porco da China chegava a 30,6 quilos por ano em 2018, o terceiro maior índice do mundo — atrás apenas do Vietnã e da União Europeia.
Assim, as notícias a respeito do surto de febre suína deram forte impulso aos papéis da JBS num momento em que o restante da bolsa patinou. E o balanço trimestral da empresa foi a cereja no bolo.

E como foi o balanço?
A JBS encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 1,092 bilhão, mais que o dobro dos R$ 506,5 milhões registrados no mesmo período do ano passado. É claro que um crescimento dessa magnitude no lucro sempre é bem recebido, mas é preciso prestar atenção a outros dados do balanço.
Em primeiro lugar, a própria JBS reconhece que os números do primeiro trimestre foram ajudados pelo efeito do câmbio sobre as operações no exterior e sobre as exportações.
Em segundo, um efeito positivo de mais de R$ 780 milhões na linha de "imposto de renda e contribuição social" foi fundamental para a expansão do lucro.
Assim, um termômetro melhor para o resultado da JBS é a receita líquida, que somou R$ 44,37 bilhões entre janeiro e março deste ano — um aumento de 11,5% em um ano. Já o Ebitda, ou seja, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, avançou 14,4%, para R$ 3,19 bilhões.
Olhos no futuro
Em linhas gerais, os analistas consideraram os resultados da JBS como "neutros", mas destacaram que as perspectivas para o frigorífico continuam promissoras. E nem mesmo a fraqueza mostrada em algumas das divisões da companhia é suficiente para apagar o otimismo.
Em relatório, o BTG Pactual ressalta que as margens de quase todas as divisões da JBS passaram por um leve enfraquecimento. No entanto, o banco diz continuar atento a alguns temas-chave para a empresa daqui para frente, como a relação de troca entre desalavancagem e crescimento, os planos para o IPO nos Estados Unidos e as oportunidades que estão surgindo com o surto de febre suína na China.
"Continuamos a ver uma assimetria na relação entre risco e retorno e reiteramos nossa recomendação de compra, com base na tendência de melhoria nos resultados nos próximos trimestres", diz o BTG.
Para o Itaú BBA, a queima de caixa de R$ 710 milhões registrada no trimestre ficou abaixo do esperado, o que surpreendeu positivamente os analistas. Por outro lado, o banco afirma que o Ebitda do frigorífico frustrou as expectativas.
"Esperamos que a JBS continue a entregar a tendência de desalavancagem vista nos últimos trimestres", diz o Itaú. "Além disso, o recente surto de febre suína na China vai impulsionar a geração de caixa nos próximos trimestres, potencialmente gerando Ebitda de até R$ 21 bilhões em 2020".
BTG Pactual lança o BTG Pay e abre lista de espera para maquininha própria, marcando estreia no segmento de adquirência
De olho nos clientes pessoa jurídica, BTG lança maquininha de cartão e solução de pagamentos integradas ao app BTG Empresas
MBRF (MBRF3) lança Sadia Halal, maior empresa de frango halal do mundo, e mira IPO em 2027; ações disparam
A dona da Sadia e Perdigão e a subsidiária do fundo soberano da Arábia Saudita, anunciam a expansão de sua joint venture para conquistar mercado de alimentação voltada para muçulmanos
Banco do Brasil (BBAS3) no fundo do poço e Bradesco (BBDC4) no passo a passo da recuperação: o que esperar dos balanços dos bancos no 3T25
O Santander será o primeiro dos grandes bancos a divulgar o balanço, seguido pelo Bradesco e outros gigantes do setor financeiro brasileiro; veja as previsões do mercado
ANP libera funcionamento de refinaria alvo da Operação Carbono Oculto; ICL manifesta preocupação com o setor
Segundo as investigações, o núcleo principal das atividades criminosas teria se associado ao Grupo Refit
‘COP paralela’ pode ser o reforço que a COP30 precisa para aquecer o debate entre empresas que não vão à Belém
Altos custos, falta de estrutura e desistências não apagam o potencial da conferência para redefinir o papel do país no financiamento climático e na transição ecológica
Ultrapar (UGPA3) abocanha 37,5% de participação na VirtuGNL por R$ 102,5 milhões; entenda o que está em jogo com a aquisição
A VirtuGNL vem se consolidando como referência de soluções de baixo carbono no setor de transporte rodoviário, com foco na substituição do diesel, segundo a Ultrapar
Em recuperação judicial, Americanas (AMER3) busca rotas para o crescimento e lança programa de pontos
O programa “Cliente A” será lançado em três fases e contará com sistema de pontos integrado ao cartão de crédito da marca
Mais uma vitória para a Ambipar (AMBP3): Justiça do Rio de Janeiro prorroga blindagem contra credores
A prorrogação da medida cautelar suspende pagamentos da companhia até que haja uma decisão sobre o pedido de recuperação judicial da Ambipar
Raízen (RAIZ4) amarga downgrade: Fitch corta nota de crédito, e Safra reduz preço-alvo pela metade
A Fitch pretende revisar os ratings da companhia em até seis meses. Já o Safra ainda recomenda a compra das ações
Produção de petróleo da Petrobras (PETR4) sobe 18,4% no 3T25 e China é o destino de mais da metade das exportações
Considerando só o petróleo, a produção média da estatal avançou 18,4% na comparação ano a ano, para 2,520 milhões de barris por dia (bpd)
Crédito de R$ 1,2 bilhão e até carro de som nas ruas: a estratégia da Casas Bahia (BHIA3) para a Black Friday
Com central de dados operando 24 horas e R$ 1,2 bilhão em crédito liberado, Casas Bahia aposta em tecnologia para turbinar vendas na maior Black Friday de sua história
Privatização da Copasa (CSMG3) avança, e BTG vê potencial de alta de até 48% nas ações se empresa repetir o modelo da Sabesp
Com a PEC que dispensa referendo aprovada em 1º turno, a privatização da Copasa (CSMG3) ficou mais próxima — e o BTG Pactual elevou a recomendação do papel para compra, projetando forte potencial de valorização
Azul (AZUL4) publica plano de negócios atualizado como parte do Chapter 11 e se diz confiante nas negociações com fornecedores
A aérea passou a projetar uma alavancagem ainda menor após sair da recuperação judicial, desta vez em 2,5 vezes
Elon Musk ameaça deixar a Tesla se não receber pacote de US$ 1 trilhão — mas o CEO mais polêmico do mundo jura que não é pelo dinheiro
Ultimato de Musk acontece poucos dias antes da assembleia de acionistas da fabricante de carros elétricos, que decidirá se aprova ou não seu novo plano de pagamento
Cosan (CSAN3) aprova aumento de capital e lança oferta de R$ 10 bilhões em ações para entrada de BTG e Perfin
BTG, Perfin e a holding da família Ometto são os investidores-âncora, e já garantiram a compra do lote inicial em acordo de investimentos
Copasa (CSMG3) mais perto da privatização: PEC que dispensa referendo popular é aprovada em 1º turno por deputados mineiros
Se aprovada também em segundo turno, medida dará sinal verde para desestatização da companhia de saneamento do estado de Minas Gerais
Mais um adeus à B3: companhia com quase 200 anos se despede da bolsa de valores
Com 187 anos de história, a tradicional Wilson Sons encerra seu ciclo na bolsa após a MSC adquirir o controle total da companhia em leilão que movimentou R$ 2,4 bilhões
Dois dias depois do ChatGPT Atlas, Microsoft relança navegador de IA quase idêntico ao da OpenAI
Microsoft enfrenta a OpenAI em uma disputa direta pelo navegador do futuro com o novo Edge equipado com o Copilot de inteligência artificial
Direcional (DIRR3) já subiu 99% no ano, pode avançar mais e ainda deve pagar dividendos bilionários, segundo o Santander
Banco vê forte potencial de valorização no setor de construção civil de baixa renda e elevou preço-alvo dos papéis da companhia para R$ 19
O que diz a carta do príncipe Harry, Wozniak e Hinton contra a superinteligência artificial
Manifesto pressiona big techs como Google, OpenAI e Meta a suspender o desenvolvimento de superinteligência artificial
