A Petrobras atingiu produção de óleo e LGN de 2,264 milhões de barris por dia (bpd) no terceiro trimestre de 2019, o que representa alta de 16,9% na comparação com os 1,937 mi de bpd em igual período do ano anterior. Na comparação trimestral, a produção avançou 10,3%. Os números foram divulgados ela estatal, em relatório de produção.
Segundo Edmar Almeida, professor do Grupo de Economia da Energia (GEE) da UFRJ, ao ampliar a produção de petróleo e gás natural no terceiro trimestre deste ano, a Petrobras abriu caminho para que outras empresas se interessem pelo investimento no Brasil.
"A Petrobras está atravessando um momento muito positivo com relação ao seu desempenho operacional. Isto é muito bom para todo o setor de óleo e gás do País porque aumenta a confiança no potencial de crescimento do setor", disse.
Almeida destaca ainda que o "bom desempenho operacional é uma dimensão fundamental para a recuperação da empresa", que entrou em crise em 2014, após o preço da commodity despencar no mercado internacional e ainda ser alvo da Operação Lava Jato, que investigou escândalos de corrupção envolvendo a empresa.
O bom desempenho operacional da companhia petroleira deve ser revertido em resultado financeiro no terceiro trimestre, acrescenta o professor da UFRJ.
Nesta quinta-feira, as ações ordinárias da estatal fecharam o dia cotadas a R$ 30,20. No ano a alta dos papeis é da ordem de 19%. Veja como deve ser o dia dos investidores na Bula do Mercado.
Olho nos números
A produção total (Brasil e exterior) de óleo, LGN e gás natural foi de 2,878 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no trimestre, aumento de 9,3% em relação ao trimestre anterior e 14,6% na comparação anual. Segundo a empresa, "o avanço refletiu sobretudo o ramp-up dos 7 novos sistemas que entraram em produção em 2018 e 2019 nos campos de Búzios (P-74, P-75, P-76 e P-77), Lula (P-67 e P-69) e Tartaruga Verde (FPSO Campos dos Goytacazes)".
A produção de óleo do pré-sal no trimestre foi de 1,367 mi de boed, aumento de 17,0% na comparação trimestral, reflexo do ramp-up de seis plataformas.
"Destaque para as unidades do campo de Búzios, que elevaram sua produção em 64% no terceiro trimestre de 2019, com a entrada de quatro poços produtores. No terceiro trimestre deste ano, a produção de óleo no pré-sal teve um aumento de 40,2%, em relação ao mesmo período do ano passado, refletindo, principalmente, a entrada de novos poços produtores nos campos de Lula e Búzios e em linha com nossa estratégia de concentrar esforços em ativos que geram maior retorno aos nossos acionistas", destacou a empresa.
Recorde mensal
Com o auxílio do ramp-up de novas plataformas, a Petrobras conseguiu bater novos recordes de produção diários, deixando para trás as dificuldades enfrentadas no trimestre anterior em algumas áreas de produção e reforçando sua perspectiva para 2019.
Segundo a estatal, sua produção atingiu novo recorde mensal de 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), além de um novo recorde diário de 3,1 milhões de boed alcançados no mês de agosto. "Já a produção operada atingiu o recorde mensal de 3,7 milhões de boed no mesmo mês", apontou.
Segundo a empresa, com o resultado, ela mantém sua trajetória "para o cumprimento da meta de produção anual, em 2,7 milhões de boed, com variação de 2,5% para mais ou para menos".
A empresa destacou o desempenho de FPSOs como a de Campos dos Goytacazes em Tartaruga Verde, no pós-sal, em que conseguiram alcançar 555 mil de bpd, aumento de 48% em relação ao trimestre imediatamente anterior, com a entrada em operação de nove poços produtores.
"Vale ainda destacar que as plataformas P-69 e P-76, nos campos de Lula e Búzios, atingiram a capacidade de produção de 150 Mbpd com ramp-up de 10,3 e 7,7 meses (tempo recorde no pré-sal), respectivamente", apontou a empresa.
No segundo trimestre deste ano, a estatal se viu obrigada a cortar em 3,6% suas projeções de produção para o ano, sobretudo por causa de dificuldades enfrentadas no mês de junho com a estabilização das plantas de gás dos novos sistemas de produção de Búzios, devido a sua maior complexidade, o que elevou o tempo de comissionamento das plantas de gás. As dificuldades, entretanto, foram contornadas desde então, colaborando com o avanço nos números.
*Com Estadão Conteúdo