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Ganhando tração

Conversas sobre potencial venda da rede móvel da Oi estão acelerando, diz presidente da Tim

Segundo Labriola, uma eventual avaliação da compra da Oi só vai ocorrer caso o ativo seja formalmente colocado à venda, o que ainda não ocorreu

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5 de dezembro de 2019
17:11 - atualizado às 17:37
Imagem: Divulgação YouTube

Na visão do presidente da Tim Brasil, Pietro Labriola, as negociações sobre uma eventual venda da rede móvel da Oi estão ganhando tração. Para ele, há cerca de três meses não havia qualquer notícia de que a rede estaria à venda.

Mas, segundo Labriola, uma eventual avaliação da compra da Oi só vai ocorrer caso o ativo seja formalmente colocado à venda, o que ainda não ocorreu. Ele também ponderou que não seria possível uma única empresa comprar a Oi porque isso geraria uma concentração de mercado elevada.

A ideia é que, em uma eventual venda, a rede móvel seja fatiada entre as rivais Tim, Claro e Vivo. E, nesse cenário, a Tim poderia arrematar a maior parte da Oi, porque a operadora italiana é a que possui menor espectro no mercado brasileiro, segundo o executivo.

Labriola disse ainda que a venda faria sentido para a Oi conseguir focar em sua rede de fibra ótica, segmento em que a tele tem maior participação de mercado, podendo comercializar o uso da rede para as demais operadoras.

O segmento de internet móvel, por outro lado, requer maiores investimentos e possui uma competição mais intensa. "O percurso que o Rodrigo (Abreu) está fazendo é certo", disse, ao fazer referência aos sinais de potencial venda da rede móvel.

Números da companhia

A venda da rede móvel viria em boa hora. A Oi apresentou com atraso os números do terceiro trimestre. Em recuperação judicial desde 2016, os resultados da empresa refletiram o mau momento que vive.

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No terceiro trimestre, a Oi registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 5,747 bilhões, percentual 330% maior ante o mesmo período do ano passado, quando houve perda de R$ 1,336 bilhão.

No acumulado até setembro, a companhia reportou um prejuízo acumulado de R$ 6,738 bilhões. Os principais fatores que influenciaram o balanço foram a queda de 8,88% na receita (R$ 5,001 bilhões), a valorização do dólar (que afeta a dívida da empresa) e a baixa contábil de ativos, calculada em R$ 3,342 bilhões, conhecido como impairment.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) calculado segundo a norma contábil IFRS 16 foi de R$ 1,374 bilhão no terceiro trimestre, dentro da meta prevista para o ano. A margem Ebitda, por sua vez, ficou em 27,5%. Descontando os efeitos da IFRS 16, a margem Ebitda ficou em 19,6%, o que representa uma queda de sete pontos percentuais.

O faturamento também caiu nos três segmentos de negócios: móvel, fixo e corporativo. Na categoria residencial, a queda foi de 13,5%. Na móvel, 2,2% e na corporativa, conhecida como B2B, 7,9%.

A base de clientes da companhia também sofreu uma diminuição de 6,2%, sendo o segmento de clientes residenciais o mais afetado.

O resultado financeiro ficou negativo em R$ 2,376 bilhões, uma piora de 73% na comparação anual, puxado principalmente pela disparada do dólar, impactando a dívida na moeda estrangeira.

Com Estadão Conteúdo

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