Ele sequer foi oficialmente lançado, mas já causou uma verdadeira revolução no mercado financeiro internacional. A Disney anunciou na sexta-feira passada, 12, os detalhes do seu novo serviço de streaming, batizado de Disney Plus, e a novidade reascendeu uma chama que o mercado de ações de Nova York achou que estava apagada.
A expectativa de que a Disney, uma gigante quase centenária e que acumula um valor de mercado de mais de US$ 200 bilhões, consiga ganhar novos terrenos no mercado de entretenimento fez com que investidores voltassem a procurar as ações da companhia no índice Nasdaq.
O resultado disso: alta de mais de 10% dos papéis na sexta-feira, além de um ganho extra de cerca de 2% que se desenha no mercado nesta segunda-feira, 15.
O segredo do sucesso está exatamente na competitividade que o Disney Plus terá assim que for lançado. Com preços atraentes a um público acostumado com as tarifas da rival Netflix, o serviço do Mickey Mouse terá como diferencial a gama de publicações e títulos exclusivos, que vão desde a série Star Wars aos recente adquiridos Simpsons.
E como fica a concorrência?
Preocupada. A mesma euforia dos mercados que fizeram as ações da Disney decolar fez com que os papéis da Netflix despencarem quase 5% na sexta-feira, além da queda de cerca de 2% que se desenha para o pregão de hoje.
Uma justificativa simplista é a que os investidores temiam que o ganho da Disney fosse a perda da Netflix. Mas ainda é muito cedo para decretar a sentença de morte da vanguarda dos streamings.
A Disney incomoda? Sim, sem dúvidas. Mas não podemos esquecer que a Netflix continua na crista de uma onda gigante, que teve início há um bom tempo atrás. No 4º trimestre de 2018, por exemplo, a empresa registrou um ingresso de mais 8,8 milhões de assinantes em sua base mundial.
Para muita gente, a chegada do Disney Plus pode significar pouco em termos de impacto financeiro, mas muito em termos de competitividade da Netflix. E quem ganha com isso, caro leitor, é você mesmo.
Vale lembrar que a Netflix embarcou em uma estratégia ambiciosa de conteúdo original. Ao contrário da Disney, que é especialista dos fenômenos mundiais do entretenimento, a Netflix busca conquistar seu público com produções de nicho, que mantêm o público envolvido em mais de um título ao mesmo tempo.